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sexta-feira, 14 de março de 2008

OS IANOMAMI E A SEGURANÇA NACIONAL

Hélio Nascente

Mais de duas semanas após a bombástica notícia do possível assassinato de alguns índios Ianomami, descobre-se que o triste evento acontecido foi em território venezuelano. E, o que é pior: quem deu a pista foi um estudioso estrangeiro, o que leva à conclusão de que, nem os governos do Brasil e da Venezuela sabem da real localização das fronteiras enquanto um simples cidadão alienígena a conhece muito bem.

Massacre ou não, praticado por brasileiros ou não, o que importa é a questão que, com a notícia, veio à tona, da segurança nacional.

Quem poderá, no futuro, beneficiar-se com o extermínio, hoje, de índios amazônicos? Aqueles que deitam, há séculos, olhares de cobiça sobre toda a região.

Há muito que o interesse dos países desenvolvidos pela Amazônia vem se manifestando, sob o aspecto de ajuda humanitária, curiosidade pela fauna e flora, cristianização de silvícolas, expedições científicas, proteção ambiental, etc. Pouco importa o pretexto: os alienígenas estão sempre ali, rondando. Lamentavelmente, os sucessivos governos brasileiros, com a única exceção do presidente Getúlio Vargas, não demostraram preocupação alguma com a ameaça à soberania nacional.

Estranho, até, a súbita preocupação de países desenvolvidos, como os EUA e a Inglaterra, pela sorte dos ameríndios do sul, já que os próprios índios e outras etnias norte-americanas e os irlandeses do Ulster não têm merecido ao longo dos séculos tanta benevolência! Esse interesse constitui-se, na realidade, em transparente máscara dos verdadeiros interesses dos sete grandes (com os Estados Unidos à frente), pelo domínio do enorme manancial de matérias-primas estratégicas ali existentes. No futuro, quem detiver o depósito desses materiais deterá incontestavelmente o poder de gendarme do planeta. Esse o pacto dos países mais ricos.

O Brasil precisa acordar. Ainda é tempo. Mas não com um governo frágil como o atual, pleno de boas intenções, mas frágil, vacilante como um barco sem leme no meio da tempestade. Ao governo Itamar Franco falta apenas a força, atado que está pelas amarras de um Congresso dominado por interesses subalternos, impatrióticos e criminosos, até.

É preciso, urgente, que o Brasil ocupe efetivamente a Amazônia, mostrando ao mundo que "esta terra tem dono". Mas, para tanto, é preciso colocar a economia nacional no rumo certo. É preciso fortalecer, modernizando, as Forças Armadas. É despachar, ordenadamente, as populações desocupadas do Nordeste, lideradas pelo capital e pela capacidade tecnológica do Sul, para proceder à ocupação humana e o aproveitamento das potencialidades do Norte. O Brasil pode, é só querer.

*Publicado no Jornal da Imprensa-Goiânia, 01/15/set/1993.

REMINISCÊNCIA DE UMA VOCAÇÃO



Quando os padres franciscanos vieram dos Estados Unidos para Goiás – sediados em Anápolis – trouxeram na mala o objetivo de aqui formar padres para a continuação do ministério. Em Pires do Rio vários jovens abraçaram a causa de fé e seguiram a caminhada franciscana. Entre eles, talvez o primeiro, um que foi mais longe: elevado a bispo, assumiu a diocese de Cristalândia (hoje localizada no Tocantins), onde cumpriu sua missão até Deus chamá-lo. Seu nome: Frei Olívio Obalhe Teodoro, OFM.

Não o conheci em Pires do Rio, mas, em 1989, durante o curto período em que residi na pequena cidade de Nova Rosalândia, integrante da prelazia de Cristalândia, tive a oportunidade de ouvir missa celebrada por ele. Conheci bem seu irmão Olavo, que era muito amigo de meu irmão João Carvalho (Joãozinho), nos tempos em que pertenciam à Congregação Mariana e depois, já em Goiânia, uma sua irmã foi minha colega de aula.

Localizei nos guardados de minha mãe – falecida em 1995, este convite/programa para a ordenação de Frei Olívo em Pires do Rio, infelizmente sem data, mas provavelmente ocorrida no idos de 1960. Vai aí reproduzido, para lembrança de quem o conheceu.

Hélio Nascente