quinta-feira, 14 de agosto de 2008
UM BREVE RETRATO DE RODRIGO LUIZ JAYME: delegado de Polícia, tocador de violão e cantador!
Dr. Rodrigo Luiz Jayme em atuação na Delegacia Especializada; permanência exigida por 34 entidades de defesa dos interesses da mulher na Capital goiana!
Hélio Nascente*
"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás".
(Ernesto Guevara de la Serna)
Nasceu em Goiânia a 9 de junho de 1968, aprendeu as primeiras letras no Instituto Araguaia, a partir de 1972. Guarda boas recordações das aulas educativas do professor Múcio, proprietário e diretor da escola. Teve uma in-fância feliz, mudou-se com os pais para Anápolis em 1974, aos seis anos de idade, onde estudou no Educandário Independência, da conceituada educado-ra Tia Neuza, permanecendo na cidade até 1978. De volta a Goiânia, freqüen-tou os bancos escolares dos seguintes estabelecimentos de ensino: Externato São José (dirigido pela Irmã Colomba), Farnese Maciel e Agostiniano e cursou o Segundo Grau no Colégio Objetivo. Rodrigo guarda boas lembranças dessa escola, referindo-se com saudades dos professores Silvão, Domingão, Soni-nha, e de outro que se tornou seu grande amigo, Carlos Augusto Mazzoni Filho – Carlão – falecido em 1987.
Paralelamente aos estudos, o jovem Rodrigo Luiz Jayme desenvolvia outras atividades. Por diletantismo, aprendeu a tocar violão, instrumento que executa com maestria, considerando a música como principal fonte de lazer. Ainda hoje, nas horas de folga, sempre compõe uma dupla com sua irmã Dori-ana.
Concluídos com brilhantismo os cursos fundamental e secundário, Ro-drigo tomou a decisão de seguir a carreira profissional do pai. Assim, iniciou o curso de Direito no segundo semestre de 1987, na cidade de Ribeirão Preto-SP, permanecendo ali por seis meses, quando foi submetido a um exame de seleção, e, sendo aprovado, foi transferido para a Universidade Católica de Goiás, onde bacharelou no ano de 1992.
Com o diploma na mão, o recém-formado advogado passou a exercer o ofício, militando no foro por aproximadamente três anos, até 1996, período de aprendizado prático em que teve por espelho e esteio seu próprio pai, a estrela que o guiava em todos os caminhos. Para ele, Luiz Jayme será sempre seu inspirador, não só na vida profissional, mas também em todas as sendas por onde pisar, já que considera que seu progenitor portou-se na vida com brilhan-tismo e com uma inteligência invejável.
Mesmo estando com o futuro garantido na profissão de advogado, Ro-drigo viu a oportunidade de prestar serviços ao Estado, quando surgiu um con-curso para delegado de Polícia. Fez os estudos preparatórios, ainda que traba-lhando ininterruptamente na Advocacia e logrou aprovação destacada para o cargo de Delegado de Polícia de 3.ª Classe em 1995, vindo a tomar posse em 19 de março de 1997, aos 29 anos de idade. Ele não se cessa de dar graças a Deus pela vitória alcançada, mas também não olvida jamais o apoio recebido de seus pais, que custearam seus estudos em todas as fases. Só em último lugar se lembra que também teve o mérito do seu esforço pessoal.
Rodrigo iniciou sua carreira como Delegado de Plantão, na cidade de Planaltina, localizada no Entorno de Brasília, de onde se transferiu Goianésia, onde já assumiu a Delegacia como titular. Ainda em suas etapas e peregrina-ções pelo interior, prestou serviços em Inhumas e foi transferido para a Capital, onde assumiu a Divisão de Apoio da Polícia Civil no Fórum de Goiânia; retor-nou para Goianésia e logo após assumiu as delegacias das cidades de Corum-bá de Goiás e Pirenópolis, e, finalmente, assumiu um plantão no 20.º Distrito Policial de Goiânia, e finalmente foi transferido para a Delegacia da Mulher.
Os méritos de Rodrigo como delegado não são poucos, como testemu-nham muitos dos que acompanharam de perto sua atuação nas diversas uni-dades policiais por onde passou. Ele se lembra de algumas atuações que mar-caram sua carreira, citando com perfeita lembrança um caso ocorrido em Goia-nésia:
– Foi feita a maior apreensão de maconha daquela época. A investiga-ção teve início através de um menor usuário, culminando na apreensão de a-proximadamente 40kg da droga procedente do Paraguai;
Outro trabalho de destaque foi a prisão e apreensão de vários jovens, por força de mandado judicial. A quadrilha era conhecida como a “Turma do Funk”, e seus integrantes eram praticantes de assaltos, consumo de drogas e vandalismo por toda a cidade de Goianésia. Foram presos aproximadamente 40 jovens. No presídio passaram por uma higienização, cortes de cabelo, visi-tas, palestras, etc. Em Goianésia pôde contar com o apoio e a amizade do Dr. Átila, juiz daquela cidade, e a partir de então se tornaram grandes amigos e um saudável sentimento de fraternidade os une perenemente.
Outro fato marcante na carreira do delegado Rodrigo Luiz Jayme ocor-reu na Delegacia da Mulher em Goiânia. Ele e seu colega, Dr. Divino Godinho, foram surpreendidos com uma Portaria assinada pelo Diretor Geral da Polícia Civil, removendo-os do Plantão da Especializada sem motivo aparente. Foi ventilado pela administração que não estaria correto delegado do sexo mascu-lino servir na Delegacia da Mulher, e que tal observação teria partido do Cevam – Centro de Valorização da Mulher – célebre e respeitada entidade de defesa dos direitos femininos em Goiânia.
Para surpresa do delegado, na data em que iria assumir o Plantão do 20.º Distrito Policial, ele recebeu a feliz notícia da revogação da referida Porta-ria. Graças ao Cevam, ao Conem e à titular da Delegacia da Mulher formou-se enorme corrente, tendo sido elaborado um abaixo-assinado com 34 assinaturas de entidades de defesa dos direitos da mulher, exigindo a permanência dos dois na Delegacia da Mulher.
Esse acontecimento foi único naquela Delegacia Especializada e tanto Rodrigo como Divino registraram com admiração a decisão e a força dos mo-vimentos femininos na luta e valorização da mulher, que ousaram ir pessoal-mente ao Diretor-Geral e exigir a sua permanência no cargo.
Rodrigo sentiu extremamente valorizado o seu trabalho, passando a contar com o irrestrito e imprescindível apoio do Cevam e de inúmeras outras entidades similares.
Segundo afirmação do delegado, houve ultimamente substancial avanço na atuação da Especializada, com diversos pedidos de prisões em casos de reincidência de atos violentos contra a mulher, pelo fato da aplicação das pe-nas alternativas se tornarem inócuas e obsoletas e nesse sentido ele está sa-tisfeito com o apoio e a atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Rodrigo é integrante de uma família pouco numerosa, mas fraterna e fe-liz. Seu pai, Luiz Amorim Jayme, falecido aos 60 anos no início de 2005, foi e continua sendo seu inspirador; sua mãe, Rosa Alzira Mendonça, é a pessoa que ele mais ama, ao lado de seu irmão e das irmãs queridas, com quem tem uma convivência que pode ser rotulada de perfeita fraternidade. São unidos não só pelos laços sangüíneos, mas também pela amizade e pela afinidade na arte musical. Aliás, a música está na raiz das origens da família Jayme, pireno-polina de antiga tradição, que já forneceu inúmeros músicos que cintilam na constelação artística brasileira.
Seus irmãos são Ricardo Luiz Jayme, Doriana Cláudia Mendonça Jayme e Luciana Mendonça Jayme. O primeiro é economista, agropecuarista e asses-sor do governo estadual. Suas irmãs, são, respectivamente, zootecnista e fisio-terapeuta. Sua mãe é empresária do ramo de chocolates, doces e festas, de-sempenhando papel de destaque profissional no Brasil e no exterior.
Rodrigo é solteiro, católico, considera-se simples, amigo solidário e cari-nhoso com quem ama.
Tendo ao seu lado a juventude e, conseqüentemente, um longo futuro a percorrer, seus projetos se resumem em constituir sua própria família e se de-dicar a cursos de especialização e mestrado em Ciência Penais e, finalmente, sua ambição mais ousada: conquistar o ingresso na Magistratura e no Magisté-rio na área jurídica.
*Hélio Nascente, editor da Anápolis TV Digital e acadêmico de Direito na Faculdade Raízes em Anápolis.
*Transcrito de AnápolisTV Digital
www.anapolis.tv
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