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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CENTENÁRIO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL


Giovani Ribeiro Alves*


Há exatamente cem anos, em 1911, os missionários Suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram em Belém do Pará e fundaram a Igreja Assembleia de Deus no Brasil. Daniel Berg e Gunnar Vingren, acenderam a chama desse grande Movimento Evangélico Pentecostal, que são as Assembleias de Deus, e que hoje se encontram espalhadas em todos os Estados do Brasil e em diversos outros Países do Mundo.


Daniel Berg e Gunnar Vingren, além de pregarem a mensagem de salvação, meditante a morte expiatória de Jesus Cristo, na Cruz do Calvário, também pregavam que Jesus curava os enfermos, libertava os oprimidos, batizava com o Espírito Santo e que um dia voltaria para arrebatar a sua Igreja para os Céus. Essa mensagem evangelizadora e pentecostal, foi se espalhando por toda a Belém e Cidades do interior Paraense, e inúmeros convertidos após serem batizados nas águas, eram acrescidos como membros da Assembleia de Deus, isso sem contar com os inúmeros casos de pessoas, que receberam diversas curas milagrosas e tantos outros que receberam o glorioso Batismo com o Espírito Santo, que é uma espécie de manifestação espiritual, em que a pessoa recebe uma alegria estravasadora e fala em outras línguas, conforme está registrado, em Atos dos Apostólos, no Capítulo 2.


A mensagem foi se espalhando para outros Estados Brasileiros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, onde a primeira Assembleia de Deus do Estado de Goiás, surgiu em Goiânia, no final de década de 30. Em poucos anos as Assembleias de Deus no Brasil, estavam em franco crescimento e a mensagem pentecostal pregada inicialmente por Daniel Berg e Gunnar Vingren, espalhou-se de maneira contagiante de Norte ao Sul do Brasil . Gunnar Vingren, nasceu na Suécia, no dia 08 de Agosto de 1879, chegou ao Brasil no final de 1910, a princípio atuou na Igreja Batista e posteriormente em Junho de 1911, juntamente com seu companheiro Daniel Berg, fundaram a Assembleia de Deus no Brasil. Vingren sempre teve uma saúde debilitada, após atuar por alguns anos na região amazônica e no Sul do Brasil, retorna com sua esposa, Frida Vingren, para a Suécia , onde vem a falecer no dia 29 de Junho de 1933.


Daniel Hogberg, conhecido no Brasil por Daniel Berg, nasceu na Suécia, no dia 19 de Abril de 1844. Em 1909, quando estava em Chicago, nos Estados Unidos da América, já atuando na obra Missionária, teve a honra de conhecer o seu companheiro, Gunnar Vingren, e lá nos Estados Unidos, receberam uma revelação da parte de Deus, que deveriam anunciar o evangelho em um Estado chamado Pará. Sem saber onde eram essa localidade, olharam no mapa e descobriram que se tratava de um Estado localizado ao Norte do Brasil, assim ambos os pregoeiros das Boas Novas, Daniel Berg e Gunnar Vingren, deixaram Chicago e vieram para o Brasil de Navio, e iniciaram a obra que Deus os tinham revelado, culminando com a fundação das Assembleias de Deus no Brasil, em Belém do Pará, em 1911. Berg faleceu na Suécia, no ano de 1963,com 79 anos de idade.


Devido ao crescimento acelerado das Assembleias de Deus no Brasil, foram surgindo inúmeros outros Pastores, Missionários e Missionárias, que continuaram a missão iniciada por Berg e por Vingren. Atualmente existem diversos ministérios das Assembleias de Deus no Brasil, como as Assembleias de Deus, ligadas e lideradas pela Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil ( CGADB), sendo a primeira das Convenções Brasileiras, oriunda da Igreja Mãe, em Belém do Pará, tendo como Presidente , o Pastor José Welington Bezerra. As Assembleias de Deus, ligadas e lideradas pela Convenção Nacional dos Ministros das Assembleias de Deus de Madureira ( CONAMAD), que tem como Presidente, o Pastor e ex-deputado federal, Manoel Ferreira. Até os inúmeros outros ministérios independentes das Assembleias de Deus, espalhadas pelo Brasil e pelo Mundo.


São cem anos de grandes conquistas e de grandes realizações, por parte do Centenário das Assembleias de Deus no Brasil. "Jesus continua salvando, curando e batizando com o Espírito Santo". Aleluia!


Giovani Ribeiro Alves é filósofo, professor de Filosofia na Rede Pública Estadual em Goiânia, ministro do evangelho, membro da Assembleia de Deus, do Bairro de Campinas, em Goiânia, escritor e membro da Associação Goiana de Imprensa (giovaniribeiro42@gmail.com)


*Giovani Ribeiro Alves
Especial para Diário da Manhã
http://www.dm.com.br/#!/256570


sábado, 29 de janeiro de 2011

CRACK: A PEQUENA PEDRA QUE MATA


Aníbal Silva*

Nome derivado do verbo inglês “to crack”, que significa rachar, fender, quebrar, é uma potente droga produzida a partir da mistura de cocaína com bicarbonato de sódio, adquirindo assim maior potencial de destruição, dependência e alienação, tendo em vista possuir efeito mais rápido e preço menor no mercado consumidor. E comparada com sua parceira, a cocaína, ela chega com facilidade ao sistema nervoso central e seu uso pode se repetir por mais vezes.

Os efeitos e males produzidos pelo crack são diversos e enormes. E uma vez inalado chega ao cérebro em cerca de 10 segundos, com resultado imediato: perda de capacidade cerebral, elevação da temperatura do corpo, acidente vascular cerebral, destruição dos neurônios, degeneração dos músculos, inibição da fome, insônia e outras conseqüências bastante desastrosas para a saúde. Ainda no cérebro, a região responsável pelo prazer é altamente atingida, quando após o uso vem a melancolia, a depressão, a tristeza e o arrependimento por possíveis atos de violência cometidos. E quanto mais fumada, mais a droga corrompe esse centro de prazer.

É interessante saber que a fumaça do crack é absorvida pelos pulmões e vai direto para a corrente sanguínea e, em segundos, a mesma chega ao sistema nervoso central. E depois de cheirar algumas vezes, há uma constrição nos vasos do septo nasal, o que dificulta a absorção da cocaína.

O avanço no uso do crack preocupa enormemente os órgãos responsáveis pela segurança pública em nosso Estado, notadamente entre os adolescentes, comprometendo seriamente a saúde das pessoas e inquietando as famílias e a sociedade como um todo. Com seu uso a criminalidade aumenta assustadoramente, gerando a elevação dos índices de prostituição, furtos, roubos, assassinatos e de outros delitos.

Como se não bastasse às inúmeras espécies de drogas existentes, os traficantes e usuários estão fabricando o “zirrê” ou “mesclado”, uma perigosa mistura de maconha e crack. E utilizando-se da moderna técnica da engenharia genética, desenvolvem igualmente a chamada “maconha híbrida”, obtida em laboratório a partir do cruzamento de espécies variadas do produto.

Urge, portanto, o desencadeamento de ampla campanha de esclarecimento público sobre os malefícios destas drogas que estão destruindo grande número de crianças e jovens.

*Aníbal Silva é jornalista e delegado especial de Polícia de Classe Especial; integrante da Loja Maçônica Paz Universal nº 17 – GLEG.
Fonte da foto: Universo Maçônico


http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=1596&bih=728&gbv=2&tbs=isch%3A1&sa=1&q=an%C3%ADbal+silva+goi%C3%A2nia&aq=f&aqi=&aql=&oq=

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O JUDEU E O ÁRABE

O árabe vai à loja do judeu para comprar sutiãs pretos.

O judeu, pressentindo bons negócios, diz que são raros e poucos e
vende por 40 euros cada um.

O árabe compra 6, e volta alguns dias depois querendo mais duas dúzias.

O judeu diz que as peças vão ficando cada vez mais raras e vende por 50 euros a unidade.

Um mês mais tarde, o árabe compra o que resta por 75 euros cada.

O judeu, encucado, lhe pergunta o que faz com tantos sutiãs pretos.


Diz o árabe:

- Corto o sutiã em dois, faço dois chapeuzinhos e vendo para os judeus por
100 euros cada.

FOI AÍ QUE A GUERRA COMEÇOU....

A RELIGIÃO NA CHINA



Os Modelos da Classe Política para a Nação são agora os Imperadores



António Justo



O Partido Comunista Chinês controla as cinco “religiões” reconhecidas na China: Budismo, Taoismo, Islão, Catolicismo e Protestantismo. À frente de cada religião encontra-se uma instituição correspondente, uma “união patriótica chinesa”, subordinada ao “Secretariado estatal para Assuntos religiosos” e este depende, por sua vez, da “Repartição – Fronte da Unidade” do Partido Comunista Chinês.

Perante a constatação de que a religião é inexterminável, o partido comunista chinês procura novas saídas para poder manejar a religião. Tolera as religiões como um mal menor. Daí as andanças da religião na China:”O que hoje é permitido amanhã é proibido e depois de amanhã tolerado”! Para o regime, Marx e Mao já não são tidos como modelos do Estado mas sim os imperadores antigos. Segundo o sociólogo Richard Madsen, a política religiosa dos detentores do poder orienta-se pelo princípio: “o governo guia, a religião segue”. Já o imperador Kang-xi (1661-1722) era do parecer: “é mais económico construir templos, do que alimentar pobres”! O regime socialista reconhece que Religiões, igrejas e templos são imprescindíveis para assegurar a harmonia na sociedade. Um problema insolúvel para o regime está no facto de o seu socialismo ter sido importado, não correspondendo, no que tem de ideológico e dialéctico, ao espírito da alma asiática nem do povo em geral.

A China tem-se aberto a reformas económicas. Maior bem-estar cria condições para o surgir duma consciência aberta aos direitos e deveres cívicos. A abertura económica pressupõe a abertura política.

A política não tem acompanhado o desenvolvimento económico e social conduzindo, por isso, à instabilidade revolucionária. Partes do povo, sentem-se na dissidência, como revela o caso do Nobel da paz Liu Xiaobo. O regime socialista tem fracassado em todo o mundo porque não retribui ao indivíduo, ao povo, o que lhe rouba. Rouba-lhe a dignidade para a supor num abstracto, o povo massa, massa proletária! Nos próximos anos, o regime chinês será medido pela sua capacidade de transformar a China numa grande prisão ou de dar oportunidade ao povo de se desenvolver no processo democrático.

O partido é quem mais ordena! De momento, o Nobel da Paz é um factor de distúrbio e, como a melhor defesa é o ataque, as autoridades chinesas, pressentindo nele indícios duma doutrina social cristã, passaram a atacar mais os católicos.

O grande problema para o regime chinês está no facto da religião católica defender direitos e valores universais (liberdade de consciência individual, colocada acima do Estado e da Religião) o que vem a colidir com interesses nacionalistas e partidários. A massa não tem personalidade, tem nomenclaturas. A estas basta-lhe oportunistas, espias e o medo.

De facto a proclamação dum mesmo Deus, Pai – Mãe de crentes e ateus, vem estragar a ideologia nacionalista e questionar o negócio dos partidos que se julgam inteiros. Um Deus cúpula sobre tudo e todos e um povo de Deus rebelde, em que a última instância não é a instituição mas a consciência individual, causa muitas dores de cabeça a quem quer poder, custe o que custar. Um Deus para todos pressupõe direitos e deveres universais; este Deus revela-se um estorvo com a sua matriz de pensamento. O carácter global da religião cristã estorva o espírito nacionalista chinês, que também não tolera alguém de fora (um estrangeiro, o Papa) a fazer-lhes sombra, mesmo que apenas no foro religioso. Para governar, o socialismo só precisa de saber um pouco de pedagogia, pedagogia de caserna.

Sistemas hegemónicos não toleram o humanismo e perseguem-no, sem respeito pelo cidadão que querem súbdito!

Na China há bispos católicos confirmados pelo Papa, outros por organizações patriotas do Estado e ainda outros confirmados por Pequim e por Roma. Nos últimos cinco anos deu-se a sagração de 11 bispos católicos com o acordo comum do Papa e da “Repartição – Fronte da Unidade”. Este ano o regime Chinês fez nomear um bispo sem a anuência de Roma. A divisão em nome de sistemas prejudica a propagação do cristianismo. Na prática, mais que a discussão de lealdades importa evitar vítimas do Homem e das suas instituições como quer a Boa Nova.

Somos todos feitos da mesma massa e habitantes do mesmo universo. Vive-se num mundo tão dividido e degradado e numa humanidade tão feroz contra si mesma!... A paz é um dom a fomentar por todos para todos. Todas as formas de governo, no mundo, tal como todas as revoluções, até hoje, se revelaram anti-povo: uns poucos reservam para si o acto de governar, considerando-o um privilégio, servindo-se para isso da exploração violenta ou suave. No século XXI, Estados e religiões, regimes e ideologias, não podem limitar-se, como no passado, a administrar a carência e a viver dela; urge mudá-la, urge que o cidadão se torne senhor. Geralmente, a pobreza de espírito encontra-se em cima a governar e a pobreza económica em baixo a obedecer. A supremacia e a subordinação são contra a dignidade humana e impedem a humanização do Homem e da sociedade. A responsabilidade é individual e colectiva pressupondo um esforço de superação individual e colectivo. A missão de quem governa responsavelmente será auscultar o coração do povo todo e servi-lo. A palavra ministro vem da palavra servir! O cidadão é rei! Rei para os monárquicos e presidente para os democráticos. Até agora têm governado os filhos da ‘escrava’!

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

http://antonio-justo.eu/

JOAQUIM RORIZ, UM VENCEDOR


Walter Menezes*


Quando era estudante do ensino fundamental (na época chamado de Ginásio), tive como colega, entre outros, Joaquim Domingos Roriz, jovem de Luziânia. Desde a adolescência, mesmo padecendo da diabetes, ele foi arrojado e talhado para o exercício da liderança. Na época havia uma certa equidistância entre os portadores dessa doença e os outros, como se fosse algo contagioso, como o mal de Hansen. Mas fomos sempre amigos.

O tempo passou, Joaquim Roriz deixou Goiânia na época da construção de Brasília, para onde foi e contribuiu grandemente com seu tirocínio para a obra, dirigindo pessoalmente um caminhão, no transporte de materiais de olaria de sua família para a nova capital, tendo então prosperado, construindo vasto patrimônio, sem, entretanto, mudar seu temperamento, sua simplicidade, sua dedicação aos amigos.

Desde a descoberta da doença, obedeceu cegamente as recomendações médicas de comedimento na alimentação, nunca abusando do paladar nem da glutonice, o que lhe valeu até hoje, já no limiar da anciandade, a capacidade de vencer o mal e continuar vivendo com uma qualidade de vida de causar inveja até a muitos que não padecem do mal da diabetes.

Ainda nos anos 1960, Joaquim Roriz tornou-se fazendeiro próspero em Luziânia, tendo também indicado a Juscelino Kubitschek de Oliveira (já no ostracismo político) uma fazenda no mesmo município, que foi adquirida pelo ex-presidente, onde viveu praticamente escondido, nos negros tempos da repressão aos perseguidos políticos.

Já na década de 1970, galgou os primeiros degraus da vida pública, sendo eleito deputado estadual em 1978, sob a sombra do amigo anapolino Henrique Santillo, e deputado federal em 1982, sempre com votações expressivas em todo o Estado, notadamente em Luziânia, sua terra natal, e no entorno de Brasília.

Em 1985 foi eleito em Goiânia o primeiro prefeito pós ditadura, Daniel Antônio, que meteu os pés pela mãos, depois afastado por ato de intervenção do então governador Henrique Santillo, sendo obrigado a nomear um interventor, uma vez que o vice-prefeito Pedro Ludovico Teixeira Filho, Pedrinho, filho do ex-governador Mauro Borges, havia se suicidado recentemente por motivos desconhecidos. O convocado: Joaquim Domingos Roriz, deputado federal, homem probo, de conhecida e reconhecida capacidade administrativa. Deixou em Goiânia sua marca de competência e honestidade como interventor.

Daí para a frente Joaquim Roriz fez sua escalada política no plano administrativo. Nomeado governador do Distrito Federal, credenciou-se a disputar sucessivas eleições, tornando-se um ídolo da população do Distrito Federal, jamais perdendo os pleitos que enfrentou, notadamente por parte das classes mais humildes, a que sempre deu apoio e jamais negou sua dedicação, uma vez que os adventícios carentes, notadamente os de origem nordestina, chegavam à Capital Federal sem nenhum recurso, na busca de melhoria de vida, de habitação, de alimentação, enfim, de um porvir digno para si e suas famílias, coisa impossível nas suas terras de origem.

Hoje Joaquim Roriz pleiteia novamente o cargo de mandatário maior do Distrito Federal, embora enfrentando dificuldades sem conta, principalmente partindo dos poderosos do Palácio do Planalto, que querem vê-lo derrotado, se não pelas urnas, mas no chamado tapetão, principalmente aí, porque, por parte do povo, do eleitorado, notadamente do cidadão humilde e carente, a maioria dos moradores do Distrito Federal, Joaquim Roriz não perde eleição. As pesquisas confirmam.

Assim, do garoto adolescente meu colega no Atheneu Dom Bosco até hoje, Joaquim Roriz mostrou-se sempre um progressista, um vencedor, não só na doença, mas também na vida particular e na vida pública, com uma atuação corajosa, valente, abrasiva, estóica.

Torna-se para nós, que sentamo-nos nas mesmas bancas escolares, na adolescência, com esse personagem de projeção nacional, uma honra e um prazer proclamar isso alto e bom som, porque milhares foram as famílias humildes beneficiadas pelas suas ações, pelas suas iniciativas, pela sua inteligência e dedicação à causa pública.

Joaquim Domingos Roriz é um vencedor. Seus governados uns privilegiados, porque têm o privilégio de ter como governante um homem dedicado à causa pública, com estoicismo, com dedicação, boa vontade e espírito de solidariedade.

*Walter Menezes é jornalista e editor do Jornal da Cultura Goiana.

Fonte foto:




A ALEGRE DÉCADA DE 30


Jorge Rodrigues de Senna*

Por volta de 1937 ou 38, estabeleceu-se, no Rio de Janeiro, uma empresa mexicana chamada Conservas Del Rio, de vida efêmera, dedicada à fabricação de doces e, também, de conservas em geral. Uma das suas primeiras providências, para lançar-se entre nós, foi encomendar uma música a Ari Barroso, cuja fama de grande compositor já era notória.
O ubaense deu um capricho na ideia e saíram estes versos gostosos: “Sexta-feira à meia-noite / vou botar na encruzilhada / um feitiço pra você lerelê. Já comprei um galo preto/uma dúzia de amuleto e azeite de dendê, pra você lerelê”.

Quem comprasse qualquer dos produtos da Del Rio era convidado a escrever e informar que palavra ou expressão deveria ser usada em lugar do lerelê.

Cada acertador foi premiado com um dos produtos em lançamento no mercado nacional. Um deles foi Otávio, meu companheiro da “República” em que habitávamos, na Rua General Osório, n° 227, em Natal-RN. O rádio não parava de apregoar, a cada instante, a doçura, a maravilha de sabor com que se deliciavam aqueles que experimentavam os produtos tão intensamente anunciados. A favor da empresa, já havia a ideia impregnada em nossas cacholas, naquele tempo, de que “tudo que é estrangeiro é bom”. Havia a “convicção” de que qualquer produto brasileiro, se começasse a ter aceitação, logo seria falsificado pelos fabricantes ou distribuidores. Foi aí que a Del Rio se deu mal. O doce ganho pelo companheiro Otávio

– Que mo deu a experimentá-lo – era de ruindade insuperável.

Uma lata redonda com água açucarada e 12 pedaços de maçã. E acho até que era maçã verde: dura e sem qualquer sabor. Para ganhá-la Otávio queimara as pestanas e respondera, acertadamente, que em lugar de lerelê devia ser usada a expressão “me querer”. Milhares acertaram, o que repercutiu bem entre os 40 milhões que nós éramos em 1940. Talvez 3 milhões tivessem acesso à pífia mídia de então. Quem se saiu muito bem desse acontecimento foi Ari. Talvez tenha sido essa a maior campanha de divulgação de uma entidade na época. Eleição era palavra proibida. A divulgação intensa e muito bem dirigida da sua música, certamente influiu para que logo depois fosse ele contratado pela Metro Goldwin Meyer, para acompanhar Carmem Miranda, que recentemente deixara o Cassino da Urca e partira para os Steites a fim de resplandecer nas telas do mundo com suas magistrais apresentações de Chica Chica Boom, Uma Noite no Rio e outros filmes, cujos nomes me fogem agora. Foi nessa época que dona Darci Vargas iniciou campanha para an- gariar fundo financeiro destinado à edificação de seu sonho maior, a “Cidade das Meninas”, onde seriam acolhidas mães solteiras adolescentes, para o que chegou a obter um grande terreno nas imediações do Estádio “Caio Martins”, em Niterói-RJ, certamente doação do genro, Almirante Amaral Peixoto, então Interventor Federal naquele Estado.

Foi quando ela promoveu uma série de espetáculos no Teatro Municipal do Rio, a que denominou “Joujoux de Balangandans” e encomendou a Ari Barroso música para engrandecer aquelas noites que marcaram o início da “Era do Rádio” no Brasil. Lá foi lançado, tocado pela primeira vez, a genial Aquarela do Brasil. Estavam no auge de suas carreiras Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas, Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves, Gilberto Alves e todos os outros monstros sagrados da época, como Dorival Caimmy, com seu No Tabuleiro da Baiana, Os Quindins de Yaiá e toda a sua já então vasta produção musical. Também estavam as irmãs Linda e Dircinha Batista, que, segundo as más línguas, seriam as culpadas pelo abandono, por Dona Darcy, do projeto da “Cidade das Meninas”.

Isto é outra estória. Triste. Não conto, mesmo sendo o eleitor da UDN, que vim a tornar-me.

*Jorge Rodrigues de Senna é escritor e acadêmico
Fonte Jornal Diário da Manhã - 04 de Janeiro de 2011


http://www.dm.com.br/#!/249898

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

BUZINAÇO PODE MATAR


Valdemes Ribeiro de Menezes*


Engana-se quem acha que a maioria das pessoas é sem educação no trânsito. Felizmente, é a minoria que causa acidentes, é a minoria que morre por imprudência ou que mata por ignorância. No meio dessa triste minoria está a dos apressadinhos do buzinaço. Principalmente nos centros urbanos. Esse tipo de fulano, ao alcançar outro motorista, vai chegando, vai chegando e... saia da frente! Se não sair, buzina nele!...

Claro, como já disse, são poucos que agem assim, mas, que existem, existem. Esses tipos (dos que vivem correndo, como se a vida terminasse ali) também não esperam alguém tentando sair de um estacionamento. Buzinam nervosamente, repreendendo ao que tentou ganhar a pista. Devido a esses descontroles, o buzinaço pode matar. Assisti em Goiânia, há pouco tempo, após parar num acostamento, perto da praça do Cruzeiro, uma cena lamentável. Um fulano, que deve ser da Fórmula 1, tacou frenética buzina contra outro motorista que havia forçado uma ultrapassagem. Os veículos não se chocaram, mas o barulhão da buzina assustou um idoso que caminhava perto, na calçada. O coitado sentou-se no chão e aos poucos foi se deitando. Alguns minutos depois, por sorte (e aliviando almas boas de uns pedestres querendo chamar ambulância) ele recuperou os sentidos, levantou-se e foi embora. Um susto que quase o matou. Afinal, com o coração não se brinca.


Com aquela cena na cabeça, peguei meu carro sem pressa, como sempre faço, quando um carrão me alcançou e buzinou (só uma vez, mas buzinou forte!). Aumentei minha velocidade para não ser importunado. Entretanto, logo depois, atrás de mim, novamente o carrão chegou perto, buzinando. Que coisa!... Eu gostaria de dar nota zero a esses apressadinhos, e nota dez aos que sabem esperar. Será que ele queria que eu passasse por cima dos outros veículos à minha frente? Olhei feio pelo retrovisor, procurando ver a cara do sicrano do carrão. Consegui! Consegui! Era um sorridente conhecido meu, querendo me cumprimentar...

*Valdemes Ribeiro de Menezes é escritor, procurador de Justiça aposentado, diretor regional da União Brasileira de Escritores, seção Goiás, e escreve quinzenalmente neste espaço
Jornal Diário da Manhã – Goiânia-Goiás - 14 de dezembro de 2010