Valdemes Ribeiro de Menezes*
Claro, como já disse, são poucos que agem assim, mas, que existem, existem. Esses tipos (dos que vivem correndo, como se a vida terminasse ali) também não esperam alguém tentando sair de um estacionamento. Buzinam nervosamente, repreendendo ao que tentou ganhar a pista. Devido a esses descontroles, o buzinaço pode matar. Assisti em Goiânia, há pouco tempo, após parar num acostamento, perto da praça do Cruzeiro, uma cena lamentável. Um fulano, que deve ser da Fórmula 1, tacou frenética buzina contra outro motorista que havia forçado uma ultrapassagem. Os veículos não se chocaram, mas o barulhão da buzina assustou um idoso que caminhava perto, na calçada. O coitado sentou-se no chão e aos poucos foi se deitando. Alguns minutos depois, por sorte (e aliviando almas boas de uns pedestres querendo chamar ambulância) ele recuperou os sentidos, levantou-se e foi embora. Um susto que quase o matou. Afinal, com o coração não se brinca.
Com aquela cena na cabeça, peguei meu carro sem pressa, como sempre faço, quando um carrão me alcançou e buzinou (só uma vez, mas buzinou forte!). Aumentei minha velocidade para não ser importunado. Entretanto, logo depois, atrás de mim, novamente o carrão chegou perto, buzinando. Que coisa!... Eu gostaria de dar nota zero a esses apressadinhos, e nota dez aos que sabem esperar. Será que ele queria que eu passasse por cima dos outros veículos à minha frente? Olhei feio pelo retrovisor, procurando ver a cara do sicrano do carrão. Consegui! Consegui! Era um sorridente conhecido meu, querendo me cumprimentar...
*Valdemes Ribeiro de Menezes é escritor, procurador de Justiça aposentado, diretor regional da União Brasileira de Escritores, seção Goiás, e escreve quinzenalmente neste espaço
Jornal Diário da Manhã – Goiânia-Goiás - 14 de dezembro de 2010
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