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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

PERSONA ALEXÂNIA-GO/Joventino Carlos Rabelo


Hélio Nascente

Juventino Carlos Rabelo é um exemplo de cidadania

Nasceu em Corumbaíba-GO e aportou em Alexânia, para ficar definitivamente, no dia 9 de março de 1978. É aposentado, casado com dona Aleide Maria dos Reis, tem cinco filhos e sete netos. Reside em uma chácara localizada no perímetro urbano da cidade, com um bosque, cujas umbrosas árvores foram plantadas com suas próprias mãos, onde os pássaros formam verdadeira orquestra com seus maviosos cantos, transformando o amanhecer e o crepúsculo em momentos de grande enlevação para ele e os seus que ali vivem ou visitam. Uma das atividades de lazer do ilustre habitante de Alexânia é tratar dos pássaros e de outros animais silvestres que, nos horários apropriados, achegam-se ao local para se alimentar com o “trato” que ele põe à disposição dos pequenos visitantes.

Joventino vivia em Uruaçu, onde se dedicava à atividade de produtor rural, mas viajava muito para Brasília, onde tinha familiares e assim passava sempre por Alexânia, cidade de que se afeiçoou por causa do clima e da receptividade do povo. Por esses motivos e pelo fato de que a cidade ficava localizada num ponto estratégico do eixo Brasília-Anápolis-Goiânia, tomou a decisão de transferir seu domicílio para o local, a partir do momento em que seus filhos atingiram a idade escolar em que Uruaçu não poderia suprir suas necessidades por falta de cursos superiores.

Em 1982 foi eleito prefeito do Município seu amigo José de Fontes Leal, que o convidou para assumir como titular da Secretaria de Estradas de Rodagem, já no ano seguinte. Foi sua primeira investida no rumo da vida pública. Tendo realizado administração profícua, que agradou aos líderes da comuna e ao povo, Joventino alçou vôo mais alto, candidatando-se a um cargo de vereador à Câmara Municipal de Alexânia em 1992, tendo sido eleito com expressiva votação e exercendo por dois anos o cargo de presidente do Legislativo.

A ascensão na vida profissional de Joventino em Alexânia foi um exemplo de velocidade e eficiência. Em 1985 foi aprovado em concurso público para exercer as funções de funcionário do Detran-GO, tendo sua atuação honesta e profícua chamado a atenção do juiz titular da Comarca, que incontinente o invitou para ocupar o cargo de juiz de paz, convite aceito por ele, permanecendo por nove anos consecutivos.

DELEGADO

Mas, provavelmente, a passagem da vida que marcou definitivamente para a posteridade a presença de Joventino Rabelo em Alexânia foi sua curta passagem pela atividade policial, como delegado, o que ocorreu em dezembro de 1985, tendo permanecido no cargo até fevereiro de 1987.

Sua atuação nesse cargo de suma importância para a comunidade foi marcante, não só pela demonstração de coragem pessoal, de dedicação plena, como pela honestidade demonstrada, o que granjeou-lhe a estima dos companheiros de Polícia, o respeito e a admiração de toda a comunidade alexaniense.

Inúmeros casos difíceis foram enfrentados pelo delegado Joventino, contando com o apoio indispensável do então cabo Pereira, ainda hoje na ativa, como sargento-PM; mas, o fato que ficou gravado com tinta indelével, para conhecimento da história de Alexânia e de Goiás, foi o desmantelamento de uma quadrilha que atuava na BR-060, nas imediações da cidade. Um meliante filho de Alexânia chamado Juarez e seus comparsas desenvolviam a sorrateira atividade de roubar motoristas de caminhão e de outros veículos que transitavam pelo local, causando transtornos, sobressaltos e preocupações aos viajantes.

Durante uma das tentativas de ataque a um caminhão, entretanto, o bando deu-se mal, tendo o chefe da quadrilha sido atingido na coluna vertebral pela bala de uma garrucha utilizada por um vigia que dormia na cabine do caminhão atacado. Os demais cúmplices fugiram e o chefe foi preso e levado para o hospital da cidade, ficando, a mando do delegado Joventino, guardado permanentemente por dois policiais. A partir da notícia da prisão do meliante, começaram a aparecer as inúmeras vítimas, muitas das quais recuperaram seus pertences, uma vez que o prisioneiro revelara o local onde eram guardados os produtos dos roubos.

Até que apareceu um cidadão de formosa que fora assaltado por Juarez. O delegado Joventino acompanhou a vítima ao hospital, tendo o assaltante reconhecido o assaltado e confessado lembrar-se ter tomado do mesmo um cordão de ouro com crucifixo italiano e um par de alianças que pertenceram ao avô da vítima. Tratava-se, portanto, de objetos de valor incalculável para seu proprietário, porque, além do valor de pecuniário, havia o valor de estimação, que, naturalmente, não pode ser avaliado em termos financeiros.

Embora reconhecendo a vítima e confessando o roubo daquelas jóias, o preso disse não ser mais portador das peças, que teriam ficado com um colega de crimes no momento da divisão do butim. Não restou outra coisa à vítima a não ser voltar tristemente para Formosa sem os seus caros objetos de ouro. Mas o delegado suspeitou de que o elemento hospitalizado não falara a verdade. O médico responsável pelo atendimento a Juarez afirmara ainda que, mesmo que ele sobrevivesse, ficaria totalmente paraplégico, o que levou o delegado a insistir com o mesmo, fazendo-o ver que seria melhor ele devolver os objetos de estimação de valor incalculável para a sua vítima, porque assim, pelo menos junto a Deus ele estaria redimido dos seus crimes. Mas ele continuou insistindo na conversa de que não estava de posse das jóias.

Dias depois, já fora do horário de expediente, o telefone da residência do delegado Joventino tocou e era uma enfermeira plantonista do hospital que ligara para dizer que o paciente-preso queria falar com ele com urgência. Chegando ao hospital, ouviu de Juarez que ele realmente estava de posse das jóias e que decidira entregá-las para o legítimo dono, o que fez de imediato, revelando ao delegado que elas estavam ocultas dentro do colchão do hospital. Joventino levou as jóias para sua residência, tendo passado uma noite de apreensão, devido ao valor das mesmas e com receio de que algum outro ladrão soubesse da história e fosse tentar resgatá-las à força. Mas nada houve e no dia seguinte ele telefonou para Formosa, convidando a vítima a vir a Alexânia.

Ocorre que ainda de manhã, poucas horas depois de confessar o crime, Juarez não resistiu aos ferimentos e, conforme previsão do Dr. Mário – médico e proprietário do hospital na época, veio a óbito, ficando o delegado Joventino de posse das jóias sem que ninguém mais soubesse.

Chegando a Alexânia, o viajante de Formosa ficou tão satisfeito com a recuperação do seu pequeno tesouro, que ameaçou de preencher um cheque para presentear o delegado pela sua atitude honesta e leal para com ele, mas o ilibado funcionário recusou de pronto, dizendo que já ganhava mensalmente seus proventos para cumprir com tais obrigações.

Nasceu em Corumbaíba-GO e aportou em Alexânia, para ficar definitivamente, no dia 9 de março de 1978. É aposentado, casado com dona Aleide Maria dos Reis, tem cinco filhos e sete netos. Reside em uma chácara localizada no perímetro urbano da cidade, com um bosque, cujas umbrosas árvores foram plantadas com suas próprias mãos, onde os pássaros formam verdadeira orquestra com seus maviosos cantos, transformando o amanhecer e o crepúsculo em momentos de grande enlevação para ele e os seus que ali vivem ou visitam. Uma das atividades de lazer do ilustre habitante de Alexânia é tratar dos pássaros e de outros animais silvestres que, nos horários apropriados, achegam-se ao local para se alimentar com o “trato” que ele põe à disposição dos pequenos visitantes.

Joventino vivia em Uruaçu, onde se dedicava à atividade de produtor rural, mas viajava muito para Brasília, onde tinha familiares e assim passava sempre por Alexânia, cidade de que se afeiçoou por causa do clima e da receptividade do povo. Por esses motivos e pelo fato de que a cidade ficava localizada num ponto estratégico do eixo Brasília-Anápolis-Goiânia, tomou a decisão de transferir seu domicílio para o local, a partir do momento em que seus filhos atingiram a idade escolar em que Uruaçu não poderia suprir suas necessidades por falta de cursos superiores.

Em 1982 foi eleito prefeito do Município seu amigo José de Fontes Leal, que o convidou para assumir como titular da Secretaria de Estradas de Rodagem, já no ano seguinte. Foi sua primeira investida no rumo da vida pública. Tendo realizado administração profícua, que agradou aos líderes da comuna e ao povo, Joventino alçou vôo mais alto, candidatando-se a um cargo de vereador à Câmara Municipal de Alexânia em 1992, tendo sido eleito com expressiva votação e exercendo por dois anos o cargo de presidente do Legislativo.

A ascensão na vida profissional de Joventino em Alexânia foi um exemplo de velocidade e eficiência. Em 1985 foi aprovado em concurso público para exercer as funções de funcionário do Detran-GO, tendo sua atuação honesta e profícua chamado a atenção do juiz titular da Comarca, que incontinente o invitou para ocupar o cargo de juiz de paz, convite aceito por ele, permanecendo por nove anos consecutivos.

DELEGADO

Mas, provavelmente, a passagem da vida que marcou definitivamente para a posteridade a presença de Joventino Rabelo em Alexânia foi sua curta passagem pela atividade policial, como delegado, o que ocorreu em dezembro de 1985, tendo permanecido no cargo até fevereiro de 1987.

Sua atuação nesse cargo de suma importância para a comunidade foi marcante, não só pela demonstração de coragem pessoal, de dedicação plena, como pela honestidade demonstrada, o que granjeou-lhe a estima dos companheiros de Polícia, o respeito e a admiração de toda a comunidade alexaniense.

Inúmeros casos difíceis foram enfrentados pelo delegado Joventino, contando com o apoio indispensável do então cabo Pereira, ainda hoje na ativa, como sargento-PM; mas, o fato que ficou gravado com tinta indelével, para conhecimento da história de Alexânia e de Goiás, foi o desmantelamento de uma quadrilha que atuava na BR-060, nas imediações da cidade. Um meliante filho de Alexânia chamado Juarez e seus comparsas desenvolviam a sorrateira atividade de roubar motoristas de caminhão e de outros veículos que transitavam pelo local, causando transtornos, sobressaltos e preocupações aos viajantes.

Durante uma das tentativas de ataque a um caminhão, entretanto, o bando deu-se mal, tendo o chefe da quadrilha sido atingido na coluna vertebral pela bala de uma garrucha utilizada por um vigia que dormia na cabine do caminhão atacado. Os demais cúmplices fugiram e o chefe foi preso e levado para o hospital da cidade, ficando, a mando do delegado Joventino, guardado permanentemente por dois policiais. A partir da notícia da prisão do meliante, começaram a aparecer as inúmeras vítimas, muitas das quais recuperaram seus pertences, uma vez que o prisioneiro revelara o local onde eram guardados os produtos dos roubos.

Até que apareceu um cidadão de formosa que fora assaltado por Juarez. O delegado Joventino acompanhou a vítima ao hospital, tendo o assaltante reconhecido o assaltado e confessado lembrar-se ter tomado do mesmo um cordão de ouro com crucifixo italiano e um par de alianças que pertenceram ao avô da vítima. Tratava-se, portanto, de objetos de valor incalculável para seu proprietário, porque, além do valor de pecuniário, havia o valor de estimação, que, naturalmente, não pode ser avaliado em termos financeiros.

Embora reconhecendo a vítima e confessando o roubo daquelas jóias, o preso disse não ser mais portador das peças, que teriam ficado com um colega de crimes no momento da divisão do butim. Não restou outra coisa à vítima a não ser voltar tristemente para Formosa sem os seus caros objetos de ouro. Mas o delegado suspeitou de que o elemento hospitalizado não falara a verdade. O médico responsável pelo atendimento a Juarez afirmara ainda que, mesmo que ele sobrevivesse, ficaria totalmente paraplégico, o que levou o delegado a insistir com o mesmo, fazendo-o ver que seria melhor ele devolver os objetos de estimação de valor incalculável para a sua vítima, porque assim, pelo menos junto a Deus ele estaria redimido dos seus crimes. Mas ele continuou insistindo na conversa de que não estava de posse das jóias.

Dias depois, já fora do horário de expediente, o telefone da residência do delegado Joventino tocou e era uma enfermeira plantonista do hospital que ligara para dizer que o paciente-preso queria falar com ele com urgência. Chegando ao hospital, ouviu de Juarez que ele realmente estava de posse das jóias e que decidira entregá-las para o legítimo dono, o que fez de imediato, revelando ao delegado que elas estavam ocultas dentro do colchão do hospital. Joventino levou as jóias para sua residência, tendo passado uma noite de apreensão, devido ao valor das mesmas e com receio de que algum outro ladrão soubesse da história e fosse tentar resgatá-las à força. Mas nada houve e no dia seguinte ele telefonou para Formosa, convidando a vítima a vir a Alexânia.

Ocorre que ainda de manhã, poucas horas depois de confessar o crime, Juarez não resistiu aos ferimentos e, conforme previsão do Dr. Mário – médico e proprietário do hospital na época, veio a óbito, ficando o delegado Joventino de posse das jóias sem que ninguém mais soubesse.

Chegando a Alexânia, o viajante de Formosa ficou tão satisfeito com a recuperação do seu pequeno tesouro, que ameaçou de preencher um cheque para presentear o delegado pela sua atitude honesta e leal para com ele, mas o ilibado funcionário recusou de pronto, dizendo que já ganhava mensalmente seus proventos para cumprir com tais obrigações.

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