sábado, 28 de agosto de 2010
BASIL DAVIDSON: ESPIÃO, RESISTENTE ANTI-FASCISTA REPÓRTER E HISTORIADOR DE ÁFRICA
Owei Lakemfa
Basil Risbridge Davidson não foi um santo, tipo o que evoca a figura do herói Ernesto Che Guevara. Não foi um Tarzan, deambulando pelas selvas de África, nem tão-pouco um missionário de uma estranha confissão religiosa que evangelizou o continente à expensa da sua terra, da sua cultura, sangue e riqueza.
Não foi um neo-colonialista, que em nome do FMI ou do Banco Mundial passava a prescrever receitas expiradas para todas as enfermidades africanas. Antes, Davidson foi um intelectual comprometido, que estudou e escreveu honestamente sobre África e os seus povos, sobre a sua história ancestral e contemporânea, sobre os seus ancestrais; sobre lideres africanos convictos tais como Samora Machel e criminosos como Mobutu Sesse Seko.
Não foi um cientista social desinteressado que estudou África à distância, quando os nossos povos vertiam sangue nas guerras de libertação em Moçambique e na Guiné-Bissau, ele esteve fisicamente nos campos de batalha. Dos mais de trinta livros que escreveu não abarcavam apenas uma vertente teórica, mas eram guias práticos para muitos africanos; ajudou a moldar a visão política de muitos jovens africanos na década de 1970 e 1980. Ele abriu a mente de muitos africanos sobre o rico manancial historial, desde aos tempos pré-coloniais, passando para o período das guerras anti-coloniais aos encarniçados combates para a libertação, envolvendo as forças patrióticas do continente e os fidalgos representantes de Lisboa, Bruxelas, Paris, Londres e Joanesburgo.
Curiosamente, atendendo aos seus antecedentes, Basil Davidson era umas das mais suspeitas e improváveis vozes a levantar-se a favor da consciencialização e libertação em África. Ele era tenente-coronel na reforma do Exército, inglês que combateu na segunda Guerra Mundial, tendo ajudado os movimentos de resistência na Hungria, Jugoslávia e Itália. Chegou a ser espião britânico, trabalhou para M15, especializou-se em sabotagem e foi prisioneiro de guerra, que beneficiou com o processo de troca de presos com a Itália.
Basil Davidson, que trabalhou como repórter para muitos órgãos de imprensa, decidiu, a partir de 1951, documentar o continente africano. O seu interesse inicial foi a Europa do Leste, mas depois inclinou-se para a África e foi neste continente onde deixou um legado a várias gerações. O seu primeiro encontro com África foi no Cairo, Egipto, onde se tinha deslocado ainda como soldado e espião para arranjar logística para a resistência eslava.
O avião em que viajou tinha feito escalas na região de Bathurst (antiga designação da cidade de Lagos) e num local que, para ele, passou a ser “algures no norte da Nigéria, um ponto desconhecido do mapa, tanto quanto eu pude descobrir”. O avião, dizia, “tinha feito um voo, abaixa altitude, sobre em paisagens, planícies e vastas extensões de terra desprovidas de populações”. Basil Davidson disse que tinha saído para um passeio: “À distância, vieram sobre mim imagens da presença de uma barreira estreita e alta, o muro de uma cidade…tinha sido construída de barro, paus e circundava toda a cidade perdida algures em África, que descobri mais tarde ser a cidade de Kano, com mais de 700 anos, senão mais…e que não havia nenhuma história em África, tanto quanto eu sabia”.
Assim foi como a sua curiosidade por África cresceu. Os seus estudos e escritos acerca do continente estavam para absorver os últimos dois terços dos seus 95 anos que marcaram a sua passagem pela terra, que começou no dia 9 de Novembro de 1914 e terminou no dia 9 de Julho de 2010.
Ao procurar provar que África tinha uma rica História pré colonial, Basil Davidson escreveu numerosos livros, que incluíam estudos sobre os antigos reinos do Egipto, de Kush, de Nok, sobre culturas e impérios do Mali, Ghana, Songhai. Tudo isto consta de livros como “A redescoberta da velha África”, “Mãe África”, o “Passado africano e os africanos”.
Davidson escreveu sobre a ruptura dos impérios africanos, forçados a entrar num ciclo de nações-Estados, tendo questionado se “deve a África renovar a proliferação de nações e as disputas nacionalistas…os povos africanos tinham seguido, no passado, o seu próprio caminho, e nada indica que não venham fazê-lo novamente de forma construtiva e criativa”. Mas a África não seguiu o seu velho caminho, antes optou por aquilo que foi ditado pelas suas antigas potências coloniais. Davidson sentiu-se atormentado com esta perspectiva.
Ao analisar a tragédia do continente, especialmente nos anos de 1970 e 1980, lamentou que “o declínio de valores morais e políticos daqueles que clamavam falar em nome de África era tão rápido quanto generalizado”. Ao mesmo tempo que reconhecia a imensa autoridade moral de líderes como Julius Nyerere, Basil Davidson notou em líderes como Samuel Doe, da Libéria, Ibrahim Babangida, da Nigéria, Idi Amin, do Uganda, Jean Bedel Bokassa, da República Centro-Africana, e Macias Nguema da Guiné-Equatorial o que chegou a caracterizar como “um fenómeno excessivamente patológico que apareceu no período colonial e pós colonial jogado por individualidades que tinham a autoridade e carisma para chegarem ao poder, mas sem a sabedoria para controlá-lo.
Tais figuras agarraram-se ao poder e surgiu a ambição, quer por mais poder, quer pelos seus frutos”.
Um dos seus legados duradoiros foi a forma documentada como retratou a luta de libertação nas colónias portuguesas, as lições para África e o que se pôde aprender com a teoria da guerra popular. Por exemplo, ele tinha descrito uma acção audaciosa desencadeada por combatentes do então movimento PAIGC no aeroporto de Bissau, numa altura em que as autoridades coloniais portuguesas tinham fortificado as áreas circundantes do aeroporto com vedações e campos minados. O movimento conseguiu destruir aviões que se encontravam na placa aeroportuária, nos hangares, sem que tivessem provocado danos humanos. Uma das lições, do audacioso ataque, dizia Davidson, era que a invulnerabilidade estava do lado da guerrilha e não do lado colonial.
Basil Davidson defendia que “todas as guerras eram perversas”, mas que “uma bem dirigida guerra de auto-defesa” – distinta de qualquer acto terrorista – pode resultar em ganhos, mesmo em circunstâncias mais adversas”.
O historiador britânico advogava que uma ideologia de libertação não pode ser desenvolvida sem “a potencialidade da consciencialização de um povo, num específico tempo e determinado lugar”. Basil Davidson, com as suas obras “O fardo do homem negro”, a “Causa do povo: uma história de guerrilhas em África”, “As cidades perdidas de África”, “África Ocidental antes da era colonial: uma história até 1850”, “África” (que veio a ser adaptada em série televisiva) e “África na História”, plantou o seu legado no solo africano e no mundo intelectual.
Maputo - Moçambique, Quarta-Feira, 18 de Agosto de 2010
Fonte: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/08/basil-davidson-espi%C3%A3o-resistente-anti-fascista-rep%C3%B3rter-e-historiador-de-%C3%A1frica.html#tp
Fone da foto: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=596&q=BASIL+DAVIDSON&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
A LÍNGUA PORTUGUESA EM MACAU
A língua portuguesa é a língua de mais de 200 milhões de falantes. É a 6ª língua mais falada no mundo e, relativamente às línguas europeias, é a 3ª mais usada. Para além de Portugal, é língua oficial em mais oito países espalhados por todos os continentes.
Na Região Administrativa Especial de Macau, a língua portuguesa tem também estatuto de língua oficial a par da língua chinesa, como estipula o Artº 9º da Lei Básica “Além da língua chinesa, pode usar-se também a língua portuguesa nos órgãos executivo, legislativo e judiciais da Região Administrativa Especial de Macau, sendo também o português língua oficial”.
Na RAEM a língua portuguesa é língua veicular de ensino na Escola Portuguesa de Macau, na Escola Luso-Chinesa, em alguns cursos do Instituto Politécnico de Macau e da Universidade de Macau, nomeadamente no curso de Direito. É ensinada como língua estrangeira em vários colégios, no Centro de Línguas da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, no Instituto Português do Oriente, na Universidade de Macau, no Instituto Politécnico de Macau, no Instituto de Formação Turística e outros. Existe um canal de rádio e de televisão em português. Este último não tem um horário de programação muito alargado mas tem a vantagem de nos ligar à RTPI. Existem três jornais diários, um semanário e algumas revistas periódicas em português.
Apesar deste esforço e reconhecendo-se que a procura do ensino de português está a aumentar, tudo isto é uma gota de água no oceano. Macau tem uma população fixa de cerca de 500 mil habitantes e uma população flutuante talvez do dobro, em muitos períodos. Só à volta de 4% das pessoas falam português. No entanto, estima-se que haja à roda de 150 mil cidadãos com passaporte português.
Muitos dos falantes de língua portuguesa aprenderam o português como língua estrangeira. Só usam a língua em determinados contextos, sofrem influência de outras línguas, os próprios familiares próximos falam outra língua, a cultura portuguesa não lhes está próxima... Por isso a sua compreensão e sua forma de expressão é muitas vezes incorrecta. Mesmo as crianças filhas de portugueses emigrantes temporários precisam que se faça um grande esforço para que aprendam e usem a língua portuguesa correctamente.
Na RAEM os nomes das ruas estão escritos em português e chinês sem erros. Já os nomes dos estabelecimentos comerciais, os anúncios, muitas traduções de informações, muitos avisos estão quase ilegíveis.
Os jovens, e isto não são só os de Macau, não consolidam a aprendizagem da língua a partir dos primeiros anos de escolaridade. As novas tecnologias não facilitam o diálogo, o debate, a expressão correcta das ideias... lê-se pouco, há outras línguas que se impõem... O gosto pela língua portuguesa e a percepção de que ela é o maior marco da nossa identidade “A Minha Pátria é a Língua Portuguesa” vai-se perdendo.
No ensino da língua, tanto para os estudantes de língua materna portuguesa como para os restantes, não é feito grande investimento, quer a nível de materiais adequados e atraentes, quer a nível de formação e incentivos aos professores, quer mesmo a nível de tempo dedicado no currículo ao ensino da língua nas suas várias componentes, se compararmos com o que se passa com outras aqui em presença como o inglês, o francês, o japonês ou mesmo o chinês. A língua inglesa, até por influência de Hong Kong, impõe-se através dos media, dos negócios, da organização do ensino, do investimento na educação.
Portugal, tendo administrado Macau durante quase 450 anos, não conseguiu ter uma política de língua agressiva, que tivesse deixado marcas significativas. Teve outras virtudes. A principal foi ter demonstrado ao longo destes anos saber viver em harmonia com todos os povos, misturar-se sem se diluir, respeitar a cultura e a maneira de ser dos outros e merecer a sua confiança. É por isso que os portugueses se sentem hoje bem em Macau.
Macau está numa fase de crescimento económico extraordinário. Tem condições e tem demonstrado desejar desenvolver a língua portuguesa e as ligações aos países da lusofonia. Prova disso foi a criação do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, tornando Macau numa plataforma de ligação entre as várias partes envolvidas. Há um longo caminho a percorrer e a explorar.
Fonte: http://www.ipernity.com/blog/bessa.almeida/73821
Fonte da foto: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=567&q=macau&gbv=2&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=&gs_rfai=
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE A INTENTONA COMUNISTA
Foto: Luiz Carlos Prestes no tempo da Intentona Comunista
Carlos Ilich Santos Azambuja*
A verdade é revolucionária (Trotski),
A "glasnost" (transparência) de Gorbachev foi importante porque derrubou vários mitos. Um deles era o de que a Intentona Comunista tivesse sido um movimento genuinamente brasileiro, gestado e levado adiante pelo PCB. Não foi. A Intentona Comunista foi deflagrada após decisão e ordem expressa da Internacional Comunista, passada aos agentes do Komintern no Brasil por telegrama. A cópia do original desse telegrama foi publicada por William Waak, que pesquisou os arquivos do Komintern após o desmanche da União Soviética e escreveu o livro "Camaradas", editado em 1993, dando conta de detalhes inéditos, com base nos documentos a que teve acesso.
O Komintern, do alemão Kommunistiche Internationale, organismo com sede em Moscou, funcionou de 1919 a 1943, dirigido por um Comitê Executivo, o EKKI, do alemão Executivekomite der Kommunistichen Internationale, organismo composto por 50 membros. Na prática, as funções do EKKI eram desempenhadas por um Secretariado. Como um típico artifício da era stalinista, esse Secretariado, por sua vez, dependia do funcionamento de uma Comissão Política, composta por um número variável de 8 a 10 membros.
Todavia, mesmo esse pequeno grupo era julgado grande demais, e o comando efetivo concentrava-se na chamada Uskaia Komissia, a “Pequena Comissão”, que formalmente não existia dentro da estrutura do Komintern. A Uskaia Komissia era a responsável por todas as decisões relativas aos aspectos políticos, de Inteligência e de ligação do Komintern com o Partido Comunista da União Soviética.
No entanto, apesar de tudo isso, o verdadeiro coração do Komintern batia secretíssimo. Era uma instância conhecida pela sigla OMS (Otdel Mezahdunarodnykh Syazey), “Serviços de Ligações Internacionais”, responsável, desde Moscou, por uma vasta rede de agentes, aparelhos e informantes, supervisionando todas as missões desenvolvidas pelo Serviço de Inteligência do Komintern. O OMS não era uma mera instância técnica. Desde a década de 20 financiava e controlava os partidos comunistas de todo o mundo, com verbas fornecidas pelo Estado soviético. Essa prática de financiar os partidos comunistas de todo o mundo permaneceu inalterada por mais de 70 anos, até mesmo durante o governo Gorbachev. Quando o Komintern e o OMS foram desativados em 1943, esses organismos foram substituídos pelo Kominform, ocasião em que o Departamento de Relações Internacionais do PCUS assumiu as tarefas de ambos. Ao final do ano de 1991, quando o PCUS foi tornado ilegal por Boris Yeltsin, foram encontradas na sede do Comitê Central as listas de “ajuda financeira fraternal” que, como não poderia deixar de ser, incluíam o Partido Comunista Brasileiro.
Voltando ao EKKI (Comitê Executivo do Komintern): Luiz Carlos Prestes foi incluído como membro desse organismo em 8 de junho de 1934, antes mesmo de sua filiação ao PCB – fato inédito no comunismo internacional -, o que só viria a acontecer 2 meses depois, em agosto desse ano. Nesse contexto, já em 1935, Luiz Carlos Prestes era um assalariado do Komintern, como comprovou William Waak: US$ 1.714,00, 11,9% das despesas do Komintern com a conspiração, no período de abril a setembro de 1935, representavam o salário de Prestes.
O OGU, do russo Obyedinyonnoy Gosudarstvennoy Upravlenie ("Diretório Estadual Unificado Popular") mantinha, desde 1921, um departamento próprio de Inteligência no exterior, com assento dentro do OMS: a OGPU, Polícia Política do Estado Soviético, sucessora da CHEKA czarista. Todavia, existia ainda uma terceira organização de Inteligência soviética, que também deslocou agentes para o Brasil em 1935, o IV Departamento do Estado-Maior do Exército Vermelho, instância clássica da espionagem militar, hoje conhecida pela sigla GRU. A esse Departamento pertencia a alemã Olga Benário, que também utilizava os nomes de "Frida Leuschner", "Ana Baum de Revidor", "Olga Sinek", "Olga Bergner Vilar" e "Zarkovich", casada em Moscou com B. P. Nikitin, aluno da Escola Militar Frunze, designada para cumprir a tarefa de acompanhar Luiz Carlos Prestes em sua volta ao Brasil, em 1935. Olga Benário, registre-se, nunca foi casada com Prestes e, acompanhando-o ao Brasil cumpria missão que lhe fora atribuída pelo IV Departamento, já citado.
Esse clube de revolucionários profissionais os "homens do Komintern" tinha poderes praticamente ilimitados de intervenção nos diversos partidos comunistas, bem como instruções muito precisas sobre como levar adiante as planejadas ações revolucionárias. No que diz respeito ao Brasil, o PCB jamais se libertou de sua subserviência ao PC Soviético. O PCUS, até ser posto na ilegalidade, em 1991, sempre manteve sob estreito controle a direção política do PCB, a forma como eram escolhidas as suas lideranças, seus processos de formação ideológica, bem como aquilo que sempre foi mais importante para o partido: o "auxílio fraternal" em dólares. Em 1990, último ano de funcionamento ativo do PCUS, essa "ajuda fraternal" ao Partido Comunista Brasileiro foi de 400 mil dólares, segundo os arquivos do Kremlin, conforme foi divulgado pelo Tribunal Constitucional russo que em 1992 julgou os crimes do PCUS.
Segundo o jornal Konsomolskaya Pravda de 8 de abril de 1992, “somente em 1990 (5 anos depois da implantação da política de Gorbachev, consubstanciada nas palavras "perestroika" e "glasnost"), o Partido Comunista da União Soviética ajudou com mais de US$ 200 milhões os partidos irmãos do mundo, entre os quais a Espanha e Portugal e quase todos da América Latina. Os mais beneficiados foram os partidos comunistas do Chile, que obteve US$ 700 mil, da Argentina, Venezuela e El Salvador, com US$ 450 mil cada um, e os do Brasil e Colômbia, com US$ 400 mil cada um". Sobre este tema é contundente a entrevista do ex-diplomata da União Soviética no Brasil, Vladimir Novikov, coronel da KGB, que serviu em Brasília sob a fachada de Adido Cultural junto à embaixada soviética nos anos 80: (...) As últimas contribuições de Moscou para o PCB, por ordem do Comitê Central, foram para a campanha de 1989, quando o deputado Roberto Freire foi candidato do partido à Presidência da República" (revista Veja de 12 de julho de 1995).
Em 15 de setembro de 1935, às vésperas, portanto, da Intentona Comunista, o BSA-Bureau Sul-Americano, que funcionava em Buenos Aires, recebeu do EKKI a determinação de passar a dirigir as atividades do PCB conjuntamente com Luiz Carlos Prestes " que, então, não era ainda membro da direção do partido " e "Miranda" (Antonio Maciel Bonfim), Secretário-Geral do PCB. Isso significou, na prática, que o organismo do Komintern para a América Latina, assumia o comando do Partido Comunista Brasileiro. O fundamental em toda essa história é o fato de a polícia brasileira, após a Intentona, ter identificado e detido, apenas nove dos estrangeiros deslocados para o Brasil.pelo Komintern. Todavia, o número real de agentes do Komintern então atuantes no Brasil era de 22! Os nomes dos restantes 13 estrangeiros somente em 1993 seriam do conhecimento público, graças ao trabalho de William Waak. Ou seja, William Waak, com o livro Camaradas, reescreveu a História do Brasil.
Os agentes deslocados para o Brasil pelo Komintern, a fim de preparar as "condições objetivas e subjetivas" para a deflagração da Intentona foram os seguintes:
- Inês Tulchniska, que também utilizava os nomes de "Inês Gurasky"e "Tanina"; alemã; dava assistência política ao PCB no início da década de 30. Casada com Abraham Gurasky; após a Intentona passou uma temporada em Moscou, sendo desconhecido seu paradeiro posterior;
- Abraham Gurasky " que também usava os nomes de "Boris Heifetz"e "Rústico"; alemão; foi chefe do Bureau Sul-Americano em Buenos Aires, no início da década de 30; CASADO COM Inês Tuchsnika; em dezembro de 1934 foi deslocado para o Brasil, procedente de Moscou; morreu em Moscou em 1960, após haver passado, como prisioneiro, pelos Arquipélagos Gulag;
- "Pierre", não identificado; enviado ao Brasil em 1930 com a missão de "reformular a direção do PCB";
- Arthur Ernst Ewert, que também usava os nomes de "Harry Berger", "Albert", "Castro" e "Negro"; alemão; casado com Elise Saborovsky. No início dos anos 30, desde Montevidéu, ministrava assistência política ao Comitê Central do PCB; em 1933 foi deslocado para a China, onde desenvolveu atividades até dezembro de 1934, quando foi mandado de volta ao Brasil. Após a Intentona Comunista foi preso no Rio de Janeiro, sendo libertado em 1945 em decorrência da anistia concedida em abril desse ano pelo presidente Getulio Vargas, viajando para a Alemanha Oriental, onde, em 1959, morreu;
ELISE SABOROVSKY, também conhecida pelo apelido de "Sabo"; alemã; casada com Arthur Ernst Ewert; foi presa no Rio de Janeiro após a Intentona Comunista e em 1936 deportada para a Alemanha, juntamente com Olga Benário;
JAN JOLLES, que também usava os nomes de "Alonso", "Emílio", "Eoles", "Cazon" e "Macário"; alemão; deslocado para o Brasil em abril de 1933; anteriormente, militou no Partido Comunista Argentino; saiu do Brasil em abril de 1935, para o Equador, via Chile, por incompatibilidade com Rodolpho José Ghioldi; permaneceu uma temporada no Chile participando de atos terroristas, vindo a morrer no Equador;
BORIS KRAEVSKY, russo; atuou no Rio Grande do Sul no início dos anos 30 com a tarefa de dar assistência política à Juventude Comunista do PCB; destino ignorado;
RODOLPHO JOSÉ GHIOLDI, que também usava os nomes de "Autobelli", "Luciano Busteros", "Índio" e "Quiroga"; argentino; membro do BSA no início da década de 30; foi deslocado para o Brasil em dezembro de 1934 junto com sua mulher Carmen de Alfaya; após a Intentona Comunista foi preso e após a II Guerra Mundial deportado para a Argentina, onde morreu em 1985;
Carmen de Alfaya - Argentina; casada com Rodolpho Jose Ghioldi; após a Intentona foi presa e, durante a II Guerra Mundial deportada para a Argentina. Em 1993 vivia na Argentina;
Olga Benário, que também usava os nomes de "Frida Leuschner" "Ana Baum de Revidor", "Olga Sinek", "Olga Bergner Vilar" e "Zarkovich"; alemã; membro do IV Departamento do Exército Vermelho (Inteligência Externa); casada na URSS com B. P. Nikitin; viajou ao Brasil, acompanhando Luiz Carlos Prestes, em dezembro de 1934, cumprindo missão que lhe fora atribuída pelo EKKI; foi presa no Brasil em 6 de março de 1936, juntamente com Luiz Carlos Prestes, sendo deportada para a Alemanha, onde morreu, em 1942, em um campo de concentração;
Johann de Graaf, que também usava os nomes de "Jonny", "Mattern", "Franz Gruber", "Pedro" e "Richard Walter"; alemão. Profissão: terrorista (qualificação que lhe fora dada, em Moscou, por seu instrutor no curso de "Trabalhos Especiais"); casado com Helena Kruger; foi deslocado para o Brasil em 1935; foi morto em Moscou em 1938, pela NKVD, polícia política do Estado Soviético;
Helena Kruger, que também usava os nomes de "Ema Gruber", "Lena" e "Lee"; alemã; casada com Johann de Graef; em 1935 foi deslocada para o Brasil junto com seu marido. Teria cometido o suicídio em Buenos Aires em 3 de dezembro de 1936, após receber ordem para voltar a Moscou;
Pavel Vladimirovich Stuchevski, que também usava os nomes de "Leon Jules Vallée","Paul" e "René"; russo; casado com Sofia Semionova Stuchskaia; ambos eram membros-residentes do Komintern no Brasil, para onde foram deslocados em 1935; ambos chefiavam o único aparelho do Komintern jamais instalado na América Latina. Esse aparelho chegou a utilizar 7 pessoas no Rio de Janeiro, 2 em São Paulo e 2 em Buenos Aires, onde funcionava o BSA. Foi morto em 1938, em Moscou pela NKVD;
Sofia Semionova Stuchskaia, que também usava os nomes de "Sofia Semionova Morgulian" e "Alphonsine Vallée"; russa; casada com Pavel Vladimirovich Stuchevski; morta em 1938, em Moscou, pela NKVD;
Amleto Locatelli, que também usava os nomes de "Adolphe Hala", "Walter" e "Bruno"; italiano; deslocado para o Brasil em outubro de 1935; morreu em março de 1937, participando da Guerra Civil na Espanha;
"Marga", alemã, não identificada; secretária de Arthur Ernst Ewert;
Mendel Mirochevski, que também usava os nomes de "Losovski", "lovski e "Juan"; polonês; deslocado para o Brasil em setembro de 1935; paradeiro desconhecido;
Steban Peano, que também usava o nome de "Gras"; argentino; assistente político do Comitê Regional do PCB em São Paulo a partir de 1934; paradeiro desconhecido;
Maria Banejas, que também usava o nome de "Antonia"; argentina; companheira do brasileiro Honório de Freitas Guimarães ("Martins"), Secretário de Organização do Comitê Central do PCB; paradeiro desconhecido;
Victor Allen Baron, que também usava os nomes de "James Martín" e "Raimond"; norte-americano; especialista em Comunicações; morto, após ser preso pela Polícia, em 1935, sendo a morte dada como suicídio;
Marcos Youbman, que também usava o nome de "Arias"; argentino; correio pessoal de Pavel Vladimirovich; foi preso no Rio de Janeiro em 1935 e desapareceu;
"Carmen", argentina, servia de correio pessoal de Pavel Vladimirovich (não era a mulher de Rodolpho Ghioldi); não foi identificada.
Além dos 22 relacionados, Pavel Vladimirovich Stuchevski, que chefiava o aparelho do Komintern no Rio de Janeiro, coordenava as atividades de 7 outros brasileiros de menor projeção dentro da Organização.
Dos estrangeiros acima relacionados, apenas 9 foram presos no Brasil após a Intentona, sendo que os mais importantes (Pavel Vladimirovich Stuchevski e Sofia Semionova Stuchskaia) pois chefiavam o aparelho do Komintern no Brasil, foram imediatamente liberados pela Polícia, por falta de provas, abandonando o Brasil.
Essa parte da História da Intentona ainda não havia sido contada.
Fonte da foto:
(Publicado na Revista do Clube Militar, Nov 2001)
*Carlos Ilich Santos Azambuja – Historiador – Rio de Janeiro-RJ
Fontes: http://www.varican.xpg.com.br/varican/Bpolitico_3/Umphicom.htm
http://www.algosobre.com.br/images/stories/assuntos/biografias/Luis%20Carlos%20Prestes.jpg
sábado, 14 de agosto de 2010
ESTE HAVERÁ DE SER MEU CORAÇÃO... .
Sirley Vieira Alves
Só entra quem for convidado!
Em mensagem anterior postado no RECANTO DAS LETRAS, apresentei o texto: ESTE É O MEU CORAÇÃO... Entrem e fiquem à vontade...
A partir deste momento, apresento este meu novo projeto: ESTE É MEU CORAÇÃO... Só entra quem for convidado!
E o faço imbuída de toda revolta pelo que há de mais torpe no coração humano!
Diante de todas as injustiças que fizeram a mim, eu me calei!
Diante de todas as palavras provenientes de corações moldados pela falsidade e aspereza do mundo, eu baixei minha cabeça!
Diante de cada tapa na cara, dado por mãos que se julgam no direito e no poder de mandar e desmandar, eu ofereci a outra face: A compreensão, o respeito, a valorização do ser humano, com o intuito de resgatar o que ainda poderia haver de valoroso nesses mesmos corações alheios!
Como resposta, eu obtive apenas rajadas de balas torpes da indiferença, da maledicência e da incompreensão! Mas ainda eu sobrevivia... Acalentada pelo carinho de outros tantos corações que me ofereciam o seu bálsamo!
No entanto, agora, rugem nos céus da minha alma, os tambores da revolta que anunciam a guerra pelos direitos humanos, pela verdade e pela justiça!
Enquanto só a mim, eu me sentia alvejada, em momento algum, eu levantava uma “arma” para defender a minha alma!
Mas agora, torna-se humanamente impossível continuar empunhando as armas da compreensão!
A partir do momento em que vejo o meu ser mais querido, meu tio, o “SOLDADO PADRÃO” da Polícia Militar de Goiás, ser vítima de cruel injustiça; que se soma a todas as injustiças que lhe cometeram durante toda a sua vida! A partir desse momento toda a estrutura do meu coração se quebra, como se quebra a disciplina numa Instituição Militar onde se escondem elementos que vestem uma farda e acreditam que acobertam o seu caráter mal formado, quando não deixam bem às claras a sua formação militar totalmente falha e que longe de ser alvo de respeito, só merecem o desprezo e a denúncia! Porque envergonham a própria Corporação Militar a que servem!
E agora, eu visto uma farda e preparo minhas armas com meu coração militarizado; como quem parte para uma guerra contra todas as injustiças do mundo!
Eu desço a bandeira branca da paz para hastear a bandeira de guerra contra os corações que oprimem e que matam aos poucos o seu semelhante, com requintes de crueldade!
E o faço com o coração sangrando... Por ver alvejado o peito de quem só tem lutado pelos direitos, pela verdade e pela justiça em prol dos outros e lutado quase sempre sozinho!
Por toda a humilhação e injustiça que este “Verdadeiro Soldado” que honra a farda que este tem sofrido, eu me invisto de luta!
Eu declaro guerra! Numa atitude de não continuar sendo omissa!
E conclamo a toda sociedade a não permanecer mais omissa diante de toda e qualquer forma de injustiça e opressão que apodrece o chão deste país!
Eu me uno a tantos outros corações que sangram e que choram todas as perdas e as tragédias sofridas neste país, onde a justiça permanece cega, surda e muda!
Onde políticos e autoridades dormem em berço esplêndido, ao som dos rumores e gritos da sociedade que clama por justiça! Mas cujos ecos de seus gritos nem sequer chegam a perturbar os ouvidos surdos desses seres que só ouvem e acordam quando um simples sussurro atinge os seus interesses egoístas.
O poder está na mão do povo! É preciso que o povo brasileiro entenda isso! O poder não está nas mãos de quem o povo elege para governar!
O Governo não existe para ser servido pelo povo! O povo sim! É quem paga os impostos que engordam o salário do Governo para que os governantes lhes prestem serviço de qualidade!
E não pode haver qualidade de espécie alguma, nem sequer na escolha de seus políticos e governantes se a sociedade não resgatar a sua própria dignidade!
Em um texto infeliz postado por um jovem no RECANTO DAS LETRAS, estampado no título: EU NÃO TENHO ÉTICA! Somado a alguns comentários de semelhante infelicidade; pude constatar o espírito que lidera grande parte do nosso povo e da nossa sociedade.
O autor apresenta o seu conceito de ética, sob um prisma de quem ignora totalmente o significado de ética e discorre o seu texto numa colocação que só leva a constatar essa triste verdade de todos os dias sobre a perda dos valores humanos!
Lembro-me que numa época difícil da minha vida em que eu passava por uma fase de intensa pressão psicológica, fui indagada por um colega de trabalho sobre o significado de ética! Esse colega me perguntou, numa clara intenção de provocação se eu sabia o que significava “Ética”! Percebi a intenção, fui polida com ele naquele momento. Não me lembro da resposta que lhe dei. Mesmo porque o meu comportamento e as minhas atitudes agravados pela doença que deu causa à minha aposentadoria precoce, deixavam muito a desejar.
Pouco tempo depois, esse mesmo colega, foi demitido por justa causa por haver se apropriado indevidamente do dinheiro do FGTS. Só muito tempo depois, eu vim saber do real motivo de seu afastamento da Caixa Econômica Federal, motivo este que foi cuidadosamente acobertado.
Se naquele momento em que este colega me perguntou sobre o que era ética e eu não soube responder, obtive dele a resposta sobre o seu próprio conceito de ética, demonstrado pelo seu comportamento.
Se por tantas vezes, eu agi como se não conhecesse o significado de ética! Foi por estar sofrendo terrivelmente uma dor psicológica que me reservo o direito de não descrever! No entanto, apesar de tantas vezes, eu ter pisado em falso, o que impera em mim são valores que vêm à tona e que mostro com minhas atitudes e comportamento e que muitos se acham no direito de julgar.
A crítica só é válida quando é respaldada pela intenção de mostrar uma forma melhor de agir e não de denegrir a outra pessoa. Porque todos nós somos falhos, no entanto sempre é tempo de resgatar o que de mais precioso existe no ser humano: O coração puro que Deus nos deu no momento de nossa criação!
E é com essas armas que me disponho a lutar: Os tiros de letra pela não omissão, pela ética, pelo respeito, pela dignidade e pelo valor do “Ser Humano”!
Obedeço às ordens do meu coração! E presto continência só ao meu Comandante Supremo: DEUS!
Goiânia-GO, 14 de agosto de 2010.
SIRLEY VIEIRA ALVES
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
VALTERLI GUEDES É O NOVO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO GOIANA DE IMPRENSA – AGI
Foi empossada solenemente no mês de maio a nova Diretoria da AGI – Associação Goiana de Imprensa, com mandato de três anos, de 2010 a 2013, presidida pelo jornalista Valterli Leite Guedes, evento acontecido no auditório da Asmego – Associação dos Magistrados do Estado de Goiás, na capital goiana. Cerca de 400 personalidades presenciaram o acontecimento, fato histórico e que dá continuidade a uma tradição de mais de 70 anos, já que a entidade foi fundada em 1934, ainda na antiga capital, Goiás, quando teve como primeiro presidente o jornalista Albatênio Caiado de Godoy e como secretário aquele que depois veio a ser o primeiro prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas Borges.
O evento foi prestigiado com a presença de inúmeras personalidades dos meios judiciário, político e da comunicação, destacando-se:
o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Paulo Teles;
o professor e ex-deputado Bianor Ferreira;
o ministro aposentado do STJ, Castro Filho;
o ex-deputado Olintho Meirelles;
os ex-presidentes da AGI, Eliezer Penna e Walter Menezes;
o jornalista do Diário da Manhã, Ulisses Aesse;
a ex-vice-presidente da AGI, Magali Carnot;
o presidente do Clube de Engenharia, engenheiro Dolzanan da Cunha Mattos;
o diretor regional do Senai e superintendente do Sesi regional, economista Paulo Vargas;
os advogados Alaôr dos Anjos, Eugênio Rios e João Silva Neto;
o escritor Jorge Rodrigues de Sena;
o fotógrafo Fábio Lino Marques;
os médicos Jeovahr e Laerte Leite Guedes (irmãos do presidente empossado);
a empresária Maria Paula;
o funcionário da AGI, José Raimundo do Nascimento (Alemão) e esposa;
o corretor de imóveis aposentado João César Fleury;
a cantora Goiana Vieira;
o ex-governador Ary Valadão;
o presidente da Frente Municipalista de Goiás e prefeito de Quirinópolis, Gilmar Alves;
o empresário e comendador Zander Campos da Silva e o empresário e jornalista Paulo Magalhães.
O Hino Nacional Brasileiro foi cantado pela vereadora Célia Valadão e o cerimonial ficou a cargo do veterano locutor Jerônimo Rodrigues.
A nova Diretoria da AGI
Presidente: Valterli Leite Guedes
Vice-Presidente: Danúbio Cardoso
Primeiro Secretário: Olímpio Jayme
Segundo Secretário: Aníbal Silva
Terceiro Secretário: José Elias Fernandes
Primeiro Tesoureiro: Hélio de Brito Júnior
Segundo Tesoureiro: Divino Olávio Rodrigues
Relações Públicas: Jane Sebba
Membros do Conselho Deliberativo
Olinto Meireles
Iracema Dantas
Tasso José Câmara
Wagner Nasser
Eliezer Penna Júnior
Maria Guilhermina
Ulisses Aesse
Luiz Alberto Di Lorenzzo do Couto
Brasigóis Felício
Paulo Magalhães
Héli Pereira
Divino Mauro
Marcus Vinícius Naciff Carneiro
Hélio Rocha
Renato Dias
Evandro Magal
Suplentes
Armando Calheiros Accioly
Wadson Ungarelli
Itabaiana de Moura
Comissão Fiscal
Júlio Nasser
Albertino Roque de Brito
Fleurymar de Souza
José Alaesse
Foto: http://www.flickr.com/photos/virmondescruvinel/page2/
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
DÊ ÀS UNIVERSIDADES AUTONOMIA
Ludmila dos Anjos*
Num certo dia, após o término das aulas na Universidade de Lisboa, todos os alunos do curso de Sociologia vão embora, menos Pedro, que procura seu professor de psicanálise para tirar uma dúvida.
– Boa noite, mestre.
– Boa noite, Pedro. Qual é a dúvida desta vez?
– Mestre, venho ao seu encontro, para discutirmos sobre a Universidade de Bolonha que ultimamente está no centro de uma grande polêmica, especialmente no que se refere à questão central da sua autonomia, em relação ao mercado e ao Estado. Veja, eu trouxe três matérias diferentes que encontrei na internet e mais dois jornais que falam sobre o assunto e gostaria de saber sua opinião. As universidades devem ser autônomas ou devem submeter-se às exigências do mercado de trabalho?
O professor Ricardo Manuel nem reparou nas matérias e jornais que Pedro levou e foi logo indagando:
– Pedro, sua pergunta é bastante inteligente. Eu defendo a autonomia das universidades, pois se elas ficarem submetidas somente às exigências do mercado de trabalho, as pesquisas do ensino superior ficarão submetidas só à beleza corporal, à estética. Com a autonomia as universidades têm a liberdade de fazer qualquer tipo de pesquisa.
– Mas, professor Manuel, para os alunos seria mais viável, pois teríamos livre mobilidade, já que os currículos seriam unificados e isso aumentaria a competitividade do ensino superior no cenário mundial; sou completamente a favor.
– Pedro, como sempre inflexível, mas o bom é que Deus nos deu o livre arbítrio, que dá a cada ser humano o direito de liberdade de escolha.
Manuel pede licença e sai não muito satisfeito, pois seu ilustre aluno não entendeu que o segredo é ser autônomo.
*Ludmila Ferreira dos Anjos é aluna do Colégio Prevest, de Goiânia, cursando o 6º no ao Pré-Vestibular.
Fonte da ilustração: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=596&q=universida+de+de+lisboa&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=
sábado, 7 de agosto de 2010
POR QUE DEUS NÃO MOSTRA A SUA FACE?
A cada volta deste mundo imenso...
Volto-me aos céus e indagando, penso:
Pelo que nossa alma tanto anseia?
E sinto na boca, quando cai a chuva
Um gosto de vinho feito da uva...
Que mais parece sangue da veia!
Cada um de nós, assim pequenos...
Uns mais fortes, outros, bem menos...
A batalharmos na mesma luta!
A lançar altos soluços e gritos...
Pelos vastos e silentes infinitos...
No imenso do Universo que escuta!
E bradamos ao mundo, a Deus...
Porque nos tornamos rebeldes ateus
Que só buscam felicidade no mundo?
Por que nos sentimos presos...
Num calabouço de desprezos...
Sem vislumbrar um sentido profundo?
Por que Deus não nos mostra a face?
Por que mais fel, como se não bastasse...
Sorver o cálice amargo todo dia?
Por que suportar tantos segundos...
Sem saber se partiremos destes mundos
Numa esperança que sempre se adia?
E o sentido da vida, onde está?
Se só enxergamos a pá...
A cobrir nosso corpo de pó?
Por que o homem nunca está contente?
Por quem tanto busca, se é tão indiferente?
A tudo e a todos, sentindo-se só?
E em solidão que exaspera...
Sempre cai na lama e se desespera...
Quando vê sua luta em vão...
Sendo pisados os seus sonhos,
Ignorados em seus mais tristonhos...
Objetivos quebrados no chão!...
Cai numa busca incessante...
Vai morrendo a cada instante...
Perdendo o riso e a razão!
E num gesto de ventura...
De quem, por Deus tanto procura...
Elevei-me aos céus a orar:
Na esperança sôfrega e tanta!
De que a Sua palavra Santa!
Pudesse em minha’lma cravar!
E orei como aquele que ora...
Por todos os irmãos numa hora
Em que se faz perto o sacrifício!
Como nunca, eu quisera tanto!
Enxugar todo esse pranto...
Que torna a vida tão difícil:
Por todos nós, eu rogo a Deus!
Não relegues os filhos Teus...
Nessa agonia tão triste!
Mostra a Tua face Senhor!
Em nome do imenso amor!
Que tens por tudo que existe!
E Deus me responde dos céus:
Sou Eu quem cobre de véus...
Minha face que agora vistes!
Que o pecado causou vergonha
E minha mão se levanta tristonha...
A ocultar-me a face do homem!
Pois tantos me disseram amar!
Tantos que hoje estão a chorar...
Que me buscam, mas que somem!
Se meus filhos me vissem como Pai!
Eu os buscaria como quem vai...
Salvar sua ovelha mais cara!
Se todos rogassem por mim...
Se lembrassem porque eu vim...
Ao mundo... (Minha pérola mais cara!)...
Não sofreriam assim tanto!
Não verteriam tal pranto...
Amargurando-me em desamor...
Eu ouviria o apelo...
Daquele por quem tenho zelo...
E que por mim clama: Senhor!
E enquanto Deus falava e eu ouvia
Caía uma chuva forte e fria...
Cobrindo tudo de medo!
Mas intimamente, eu sabia
Que por fim eu descobria...
Este mais santo segredo:
Que o homem, por si, em pecado,
Permanece em triste estado
De verme, sem luz e sem brilhos...
E desde então sempre que a chuva cai...
Do céu obscuro, penso que é nosso Pai...
Chorando por nós! Os Seus filhos!
Autoria: SIRLEY VIEIRA ALVES por obra da inspiração de DEUS!
Goiânia - GO, 05 de agosto de 2010.
SIRLEY VIEIRA ALVES
Economiária Aposentada
INSS/CEF/FUNCEF
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
“POETISA”
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
SUMIRAM COM O ÁRBITRO
Teodoro de Castro Lino*
Pouca gente sabe o que é uma verdadeira briga de gigantes nos bastidores com influência política e um grande jogo de interesse para a escolha do árbitro que vai apitar uma final.
Na final da copa de 1930, Uruguai e Argentina. Os argentinos que tinham ligações comerciais com os ingleses através do famoso empresário Jorge Romero, fizeram o contato com os dirigentes da Fifa e indicaram Mr. George Reader para apitar a grande e histórica final do primeiro mundial.
Mr. George Reader foi comunicado no hotel em que estava na manhã do dia 30 de julho de 1930. Apareceu no hotel Alcazar, onde o famoso árbitro inglês estava, uma visita do conde Fernandes com um comunicado que, para ser preservado, deveria mudar de hotel, onde ficaria até 3 horas antes do jogo, quando dois funcionários da Fifa iriam buscá-lo para levar ao Estádio Centenário para a grande final.
George Reader trocou de roupa e foi para o Hotel Village Center. No horário combinado apareceram os dois senhores de terno e gravata para levá-lo ao estádio. O carro circulou durante 4 horas por vários bairros de Montevidéo. O inglês foi ficando nervoso, xingando os dois agentes da Fifa. O motorista e os agentes alegaram que o estádio era longe e que não entendiam inglês. Quando chegaram finalmente ao estádio, o jogo já estava no início do segundo tempo.
O árbitro que estava no estádio era o Sr. John Langenus, belga. Tudo não passou de uma armação política bem orquestrada pelo treinador do Uruguai que não queria árbitro inglês muito rigoroso, queria o belga mais diplomático que aceitava reclamações e pontapés à vontade.
Os agentes da Fifa eram dois ex-jogadores do Peñarol. O inglês só soube da armação quando voltou para a Inglaterra. Os uruguaios foram campeões na bola e no apito e o belga que apitou ficou duas semanas no Uruguai junto às comemorações. E o conde Fernandes, que tinha um pequeno jornal, La Pelota, deu uma pequena nota num canto de página no dia seguinte: SUMIRAM COM O ÁRBITRO INGLÊS.
*Teodoro de Castro Lino é comentarista de arbitragem na TV Anhanguera de Goiânia-Goiás, diretor da empresa Tecidos Tita e escritor.
Matéria transcrita da Revista Goiás de Norte a Sul – Goiânia-GO, edição n° 2, junho/2010.
Fonte da imagem: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=596&q=bola&gbv=2&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=&gs_rfai=
PETROBRÁS: por que os entreguistas batem na emenda Pedro Simon
Fernando Leite Siqueira*
Quando foi concluído o relatório final da Câmara dos Deputados sobre o Projeto de Lei n° 5938 do Governo Federal, que muda o contrato de concessão (da Lei 9478 de FHC, pelo qual, 100% do petróleo é de quem produz) para o de partilha da produção (onde a União Federal recupera a propriedade do petróleo), a Aepet descobriu um “contrabando” introduzido pelo relator, deputado Henrique Alves, o parágrafo 2° do artigo 42 do projeto do Governo.
Trata-se da absurda devolução ao consorcio, em petróleo, dos “royalties” que ele pagasse em reais. Ora, isso significaria “transformar o Brasil num imenso paraíso fiscal”, ou seja, abri mão de um imposto que monta, no presente, cerca de US$ 15 bilhões. Em 2020 chegaria a US$ 30 bilhões. Assim, consumado esse absurdo, teríamos o pior contrato de partilha do mundo.
Denunciamos esse absurdo a vários parlamentares, tendo o senador Renan Calheiros se comprometido a levar essa informação ao presidente Lula, pois a introdução dessa emenda piorava muito o projeto do Governo.
Simulações que fizemos mostram que, pelo projeto do Governo, a União ficaria com cerca de 60% do óleo produzido; com a esdrúxula emenda do relator, essa participação cairia para 30%.
O senador Pedro Simon, a quem explicamos detalhadamente a matéria, ficou atônito e fez um discurso no Senado, mostrando a dura realidade. Foi aparteado pelo senador Francisco Dornelles, que disse: “Isso transforma o Brasil num imenso paraíso fiscal”.
Denunciamos o fato numa audiência pública no Senado e quando perguntado pela imprensa que seria o patrocinado dessa emenda, não titubeamos: “Se vocês perguntarem quantas audiências públicas o cartel internacional, incrustado no Instituto Brasileiro do Petróleo, fez no Senado, só este ano, com um desfile de lobistas, vocês identificarão facilmente a origem dessa malfadada emenda”.
Entrevistado, o autor da inclusão, deputado Henrique Alves pôs a culpa na Petrobrás, e, com isto, cometeu dois erros: 1) consultamos o presidente e vários diretores da Petrobrás e eles não sabiam de nada; 2) mesmo que tivesse partido da Petrobrás a idéia da emenda, ela não se justificaria, visto que causaria um imenso prejuízo à Nação.
Veio a votação do Senado. Conversamos com o senador Renan Calheiros, que nos disse: “Olha, eu prometi derrubar essa emenda, mas a relatoria passou para o senador Romero Jucá. Fale com ele. Falamos, e o senador nos disse: “As emendas referentes a royalties foram retiradas. Serão votadas em separado”.
Não satisfeitos, perguntamos: “E a emenda da devolução dos royalties, também ficou para depois?” Resposta: “alei com o fulano, do Governo, e ele falou que isto não tem problema”.
Suspeitamos de outra inserção sub-reptícia para devolver os royalties para o consórcio. Fomos ver o texto do relator e lá estava camuflada em quatro artigos, a famigerada devolução dos royalties para o consórcio.
O relator jucá inseriu um acréscimo nos artigos 2°; 10°, inciso III, letra d; 15°, inciso V e 29°, inciso V, do projeto do Governo. Assim, se fez a necessária a emenda Pedro Simon, para retirar essa devolução e ainda corrigir a emenda Ibsen. A emenda Simon resgata para a União Federal um valor de R$ 54 bilhões, que seriam repassados de mão beijada para os consórcios. Este resgate dá para ressarcir os estados produtores das perdas de cerca de R$ bilhões causadas pela emenda Ibsen Pinheiro.
No dia seguinte, grande parte dos lobistas, incluindo a mídia hegemônica, bateu sem trégua na emenda Pedro Simon, indignados pelo prejuízo dos seus patrocinadores. Nenhum deles mencionou a verdadeira motivação salva-pátria da emenda Pedro Simon.
*Fernando Leite Siqueira é presidente da Aepet.
Artigo transcrito do Aepet Notícias, órgão oficial da Associação dos Engenheiros da Petrobrás – Rio de Janeiro – edição n° 371 – julho/2010.
E-mail: aepet@aepet.org.br
Quando foi concluído o relatório final da Câmara dos Deputados sobre o Projeto de Lei n° 5938 do Governo Federal, que muda o contrato de concessão (da Lei 9478 de FHC, pelo qual, 100% do petróleo é de quem produz) para o de partilha da produção (onde a União Federal recupera a propriedade do petróleo), a Aepet descobriu um “contrabando” introduzido pelo relator, deputado Henrique Alves, o parágrafo 2° do artigo 42 do projeto do Governo.
Trata-se da absurda devolução ao consorcio, em petróleo, dos “royalties” que ele pagasse em reais. Ora, isso significaria “transformar o Brasil num imenso paraíso fiscal”, ou seja, abri mão de um imposto que monta, no presente, cerca de US$ 15 bilhões. Em 2020 chegaria a US$ 30 bilhões. Assim, consumado esse absurdo, teríamos o pior contrato de partilha do mundo.
Denunciamos esse absurdo a vários parlamentares, tendo o senador Renan Calheiros se comprometido a levar essa informação ao presidente Lula, pois a introdução dessa emenda piorava muito o projeto do Governo.
Simulações que fizemos mostram que, pelo projeto do Governo, a União ficaria com cerca de 60% do óleo produzido; com a esdrúxula emenda do relator, essa participação cairia para 30%.
O senador Pedro Simon, a quem explicamos detalhadamente a matéria, ficou atônito e fez um discurso no Senado, mostrando a dura realidade. Foi aparteado pelo senador Francisco Dornelles, que disse: “Isso transforma o Brasil num imenso paraíso fiscal”.
Denunciamos o fato numa audiência pública no Senado e quando perguntado pela imprensa que seria o patrocinado dessa emenda, não titubeamos: “Se vocês perguntarem quantas audiências públicas o cartel internacional, incrustado no Instituto Brasileiro do Petróleo, fez no Senado, só este ano, com um desfile de lobistas, vocês identificarão facilmente a origem dessa malfadada emenda”.
Entrevistado, o autor da inclusão, deputado Henrique Alves pôs a culpa na Petrobrás, e, com isto, cometeu dois erros: 1) consultamos o presidente e vários diretores da Petrobrás e eles não sabiam de nada; 2) mesmo que tivesse partido da Petrobrás a idéia da emenda, ela não se justificaria, visto que causaria um imenso prejuízo à Nação.
Veio a votação do Senado. Conversamos com o senador Renan Calheiros, que nos disse: “Olha, eu prometi derrubar essa emenda, mas a relatoria passou para o senador Romero Jucá. Fale com ele. Falamos, e o senador nos disse: “As emendas referentes a royalties foram retiradas. Serão votadas em separado”.
Não satisfeitos, perguntamos: “E a emenda da devolução dos royalties, também ficou para depois?” Resposta: “alei com o fulano, do Governo, e ele falou que isto não tem problema”.
Suspeitamos de outra inserção sub-reptícia para devolver os royalties para o consórcio. Fomos ver o texto do relator e lá estava camuflada em quatro artigos, a famigerada devolução dos royalties para o consórcio.
O relator jucá inseriu um acréscimo nos artigos 2°; 10°, inciso III, letra d; 15°, inciso V e 29°, inciso V, do projeto do Governo. Assim, se fez a necessária a emenda Pedro Simon, para retirar essa devolução e ainda corrigir a emenda Ibsen. A emenda Simon resgata para a União Federal um valor de R$ 54 bilhões, que seriam repassados de mão beijada para os consórcios. Este resgate dá para ressarcir os estados produtores das perdas de cerca de R$ bilhões causadas pela emenda Ibsen Pinheiro.
No dia seguinte, grande parte dos lobistas, incluindo a mídia hegemônica, bateu sem trégua na emenda Pedro Simon, indignados pelo prejuízo dos seus patrocinadores. Nenhum deles mencionou a verdadeira motivação salva-pátria da emenda Pedro Simon.
*Fernando Leite Siqueira é presidente da Aepet.
Artigo transcrito do Aepet Notícias, órgão oficial da Associação dos Engenheiros da Petrobrás – Rio de Janeiro – edição n° 371 – julho/2010.
E-mail: aepet@aepet.org.br
terça-feira, 3 de agosto de 2010
LUH RUFO, BELA E MISTERIOSA, TROCA DE IDADE
Luh: bela jovem, trocando de idade neste 3 de agosto.
Ela é amiga, católica, inteligente, sagaz, simpática, misteriosa, só bebe socialmente, vive em Arapongas, Paraná.
Gosta de:
luz de velas, dançar, inteligência, demonstrações públicas de afeto, tatuagens.
O que não suporta:
Mentira e gente ignorante.
Pensa: Que tudo na vida passa e as lágrimas fazem amadurecer.
Não consegue viver: sem Deus e sua família.
http://www.youtube.com/watch?v=cL7wOLQ2a8I&feature=related
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