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sábado, 7 de agosto de 2010

POR QUE DEUS NÃO MOSTRA A SUA FACE?


A cada volta deste mundo imenso...
Volto-me aos céus e indagando, penso:
Pelo que nossa alma tanto anseia?

E sinto na boca, quando cai a chuva
Um gosto de vinho feito da uva...
Que mais parece sangue da veia!

Cada um de nós, assim pequenos...
Uns mais fortes, outros, bem menos...
A batalharmos na mesma luta!

A lançar altos soluços e gritos...
Pelos vastos e silentes infinitos...
No imenso do Universo que escuta!

E bradamos ao mundo, a Deus...
Porque nos tornamos rebeldes ateus
Que só buscam felicidade no mundo?

Por que nos sentimos presos...
Num calabouço de desprezos...
Sem vislumbrar um sentido profundo?

Por que Deus não nos mostra a face?
Por que mais fel, como se não bastasse...
Sorver o cálice amargo todo dia?

Por que suportar tantos segundos...
Sem saber se partiremos destes mundos
Numa esperança que sempre se adia?

E o sentido da vida, onde está?
Se só enxergamos a pá...
A cobrir nosso corpo de pó?

Por que o homem nunca está contente?
Por quem tanto busca, se é tão indiferente?
A tudo e a todos, sentindo-se só?

E em solidão que exaspera...
Sempre cai na lama e se desespera...
Quando vê sua luta em vão...

Sendo pisados os seus sonhos,
Ignorados em seus mais tristonhos...
Objetivos quebrados no chão!...

Cai numa busca incessante...
Vai morrendo a cada instante...
Perdendo o riso e a razão!

E num gesto de ventura...
De quem, por Deus tanto procura...
Elevei-me aos céus a orar:

Na esperança sôfrega e tanta!
De que a Sua palavra Santa!
Pudesse em minha’lma cravar!

E orei como aquele que ora...
Por todos os irmãos numa hora
Em que se faz perto o sacrifício!

Como nunca, eu quisera tanto!
Enxugar todo esse pranto...
Que torna a vida tão difícil:

Por todos nós, eu rogo a Deus!
Não relegues os filhos Teus...
Nessa agonia tão triste!

Mostra a Tua face Senhor!
Em nome do imenso amor!
Que tens por tudo que existe!

E Deus me responde dos céus:
Sou Eu quem cobre de véus...
Minha face que agora vistes!

Que o pecado causou vergonha
E minha mão se levanta tristonha...
A ocultar-me a face do homem!

Pois tantos me disseram amar!
Tantos que hoje estão a chorar...
Que me buscam, mas que somem!

Se meus filhos me vissem como Pai!
Eu os buscaria como quem vai...
Salvar sua ovelha mais cara!

Se todos rogassem por mim...
Se lembrassem porque eu vim...
Ao mundo... (Minha pérola mais cara!)...

Não sofreriam assim tanto!
Não verteriam tal pranto...
Amargurando-me em desamor...

Eu ouviria o apelo...
Daquele por quem tenho zelo...
E que por mim clama: Senhor!

E enquanto Deus falava e eu ouvia
Caía uma chuva forte e fria...
Cobrindo tudo de medo!

Mas intimamente, eu sabia
Que por fim eu descobria...
Este mais santo segredo:

Que o homem, por si, em pecado,
Permanece em triste estado
De verme, sem luz e sem brilhos...

E desde então sempre que a chuva cai...
Do céu obscuro, penso que é nosso Pai...
Chorando por nós! Os Seus filhos!



Autoria: SIRLEY VIEIRA ALVES por obra da inspiração de DEUS!


Goiânia - GO, 05 de agosto de 2010.


SIRLEY VIEIRA ALVES
Economiária Aposentada
INSS/CEF/FUNCEF
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
“POETISA”

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