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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

SOBRE A VÍRGULA


Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER !

Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM ....................

Fonte: http://www.vilammo.com/forum/index.php?showtopic=51176

Colaboração: Iracema Dantas – Goiânia-GO


Fonte ilustração: http://chuckcurrie.blogs.com/photos/uncategorized/comma_web.JPG

A INTERNET E O CRISTÃO


Pr. Daniel Carvalho

A Internet, como rede mundial de computadores interconectados, é um privilégio da vida moderna para o homem moderno. É o maior repositório de informações acessíveis a qualquer pessoa que a acesse de qualquer parte do mundo. E o que torna a Internet tão diferente das outras invenções humanas é o insignificante período de tempo em que ela precisou para ser usada por milhões de pessoas. A eletricidade (1873), por exemplo, atingiu 50 milhões de usuários depois de 46 anos de existência. O telefone (1876) levou 35 anos para atingir esta mesma marca. O automóvel (1886), 55 anos. O rádio (1906), 22 anos. A televisão (1926), 26 anos. O forno de microondas (1953), 30 anos. O microcomputador (1975), 16 anos. O celular (1983), 13 anos. A Internet (1995), por sua vez, levou apenas quatro anos para atingir 50 milhões de usuários no mundo.

O crescimento da Internet no mundo é espantoso, são mais de 600 milhões de pessoas ligadas; os brasileiros são 5% deste universo, aproximadamente 30 milhões. A Internet é um mundo virtual muito semelhante ao real, nele encontram-se sites abordando todos os temas possíveis, especialmente: pornografia, sexo e assuntos espiritualistas. Em meio a estas densas trevas a luz do Senhor tem brilhado, dissipando-as; eis que surgem diariamente novos pontos de luz, são sites que procuram honrar e glorificar o nome Santo do Senhor Deus, disponibilizando verdadeiros oásis, com águas puras que restauram vidas. Ao servo, a opção de honrar a Deus, acessando páginas dignas dos santos, ou, a satisfação da carne e suas conseqüências. Irmãos não esqueçam, as más ações, mesmo que virtuais são pecado e como tal, passíveis de condenação eterna. ICo 6.12

"Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os corações." Pv 21.2; Sl 7.9; 17.3; 139.1

"...Eu sou aquele que sonda mente e corações, e vos darei a cada um, segundo as vossas obras." Ap 2.23

NÃO É ACONSELHÁVEL AO SERVO DE DEUS:

1 – ACESSAR SITES ERÓTICOS E PORNOGRÁFICOS.

É preciso que os servos de Deus tenham o devido cuidado com a vida espiritual, não permitindo que a impureza se aloje, afastando-lhes da comunhão verdadeira com o Eterno. Amados, é um engano pensar que o acesso a tais páginas não produz um efeito devassador na vida, é praticamente impossível, não se contaminar com os desejos baixos produzidos pela carne. O Senhor nos deixa uma palavra clara de alerta contra a impureza, sua prática apaga o Espírito de Deus.

"Eles perderam toda a vergonha e se entregaram totalmente aos vícios; eles não têm nenhum controle e fazem todo tipo de coisas indecentes... Vocês fazem parte do povo de Deus; portanto, qualquer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês." Ef 4.19;5.3



2 - SEXO VIRTUAL (MASTURBAÇÃO OU CONVERSAS SENSUAIS).

Sexo virtual é pecado! Sua pratica envolve masturbação, conversas impuras e baixas. O peso de sua prática assemelha-se ao da fornicação e ou adultério. Os seus praticantes estão destituídos da verdadeira comunhão com Deus e estão debaixo de condenação eterna.

"Vocês fazem parte do povo de Deus; portanto, qualquer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês." Ef 5.3

"Deus não nos chamou para vivermos na imoralidade, mas para sermos completamente dedicados a ele." 1Ts 4.7 ; Hb 13.4

"Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro. Deus julgará os imorais e os que cometem adultério." Hb 13.4

3 - BATE PAPO / CHAT.

Estas salas de conversação são usadas por muitos para construir amizades e em outros casos, até falarem do amor do Senhor. Infelizmente, nota-se que as designadas aos Cristãos/Evangélicos dos grandes portais, são verdadeiras praças nas quais muitos freqüentadores influenciados por espíritos malignos se portam como filhos das trevas. Lamento a ingenuidade de muitos que insistem em "jogar pérolas aos porcos" (Mt 7.6) expondo ao ridículo a palavra santa do Senhor e, pela vida de muitos crentes que escondido atrás de um "Nickname" mostram suas inclinações pecaminosas, usando expressões baixas e mentiras. A consciência de uma vida santa deve envolver todo o nosso ser, a ponto de produzirmos os frutos do Espírito Santo em todas as situações, inclusive, nas ações numa sala de Chat, nossas palavras devem ser continuamente uma expressão de louvor a Deus. Oh graças!

"A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um." Cl 4.6

"De boas palavras transborda o meu coração... nos teus lábios se extravasou a graça; por isso Deus te abençoou para sempre." Sl 45.1,2

"Ordena e ensina... Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, tornar-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza." I Tm 4.11,12

"Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios" Sl 141.3

"E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus." Sl 40:3

"Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e cânticos espirituais, com gratidão, em vossos corações. E tudo que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus." Cl 3.16,17



4 - SITES DO SENHOR.

Mas, em meio a este mar de coisas terríveis, visualizamos ilhas que são verdadeiros paraísos espirituais, nas quais podemos aportar e desfrutar das delicias que nos são apresentadas. Verdadeiro alimento que fortalece a nossa fé e concede-nos disposição para continuarmos firmes e inabaláveis na caminhada em direção à cidade santa. Tais como www.adcampinasgoiania.com.br; www.pazfm.com.br e outros.Estes sites devem ser visitados e ajudados, são pontos de luz em meio às trevas.

Pais, e Irmãos: O Senhor colocou em nossas mãos a responsabilidade pela instrução dos filhos nos caminhos santos ("Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem." Dt 6.6,7), procure conhecer qual a vida que eles tem levado na Net, sente-se e os aconselhe, faça-os refletir sobre os perigos da rede, bem como, sobre a necessidade de serem santos em todo o proceder, seja no acesso a site impróprios, em chats e até mesmo na incompatibilidade da prática hacker.

Amados do Senhor estejam atentos e não se deixem enganar pela obra sutil do diabo. Lembre-se, ele anda ao nosso lado à procura de uma brecha, e encontrando-a entra e destrói a vida.

Vamos fazer uso da Internet de uma forma santa e edificante!

Sede santos, porque eu sou santo (1Pe 1.16).

*Pr. Daniel de Carvalho - Coordenador da Regional 02

Fonte: http://www.adcampinasgoiania.com.br/artigos_vis.php?id=000000000000027&idc=00002


Fonte ilustração: https://academictech.doit.wisc.edu/ORFI/otr/creating/internet.png

AS MISÉRIAS DA ADVOCACIA


Ricardo Moreira

Notadamente a advocacia é uma das mais antigas e importantes profissões de que temos conhecimento. Sua origem remonta aos primórdios da civilização humana. Contextualizando para a realidade brasileira, no dia 11 de agosto de 1827, na cidade de São Paulo, foi instituída, no Largo São Francisco, a primeira faculdade de Direito do país. A lei que instituiu o curso dava aos concluintes o título honroso de “doutor”. Indiscutivelmente, ser advogado é (ou pelo menos deveria ser) algo honroso.

Com o passar do tempo esse glamour ao redor da advocacia foi perdendo o brilho, se esmaecendo, até o ponto de encontrarmos advogados procurando emprego de garçom, sem desmerecer a nobre profissão de garçom, é claro. Aliás, encontrarmos advogados, hodiernamente, desempenhando outros ofícios. Não é raro, está se tornando rotineiro.

Mas por que isso tem ocorrido com tanta frequência? Encontrar a resposta para esta pergunta não é nada simples. O problema no mister da advocacia se inicia nas agruras por que passa o Poder Judiciário. O PJ brasileiro não estava preparado para tantas demandas como temos visto hoje em dia. Novas leis como, por exemplo, o Código do Consumidor e a Lei dos Juizados trouxeram para o Judiciário clientes que antes não teriam condições de bancar um processo, muito menos conheciam seus direitos básicos.

Mas o problema é que o Poder Judiciário não se preparou estruturalmente para esta crescente demanda, e talvez nunca consiga equalizar este desequilíbrio entre a quantidade de demandas e pessoal para julgá-las. Por esta razão, os juizes não conseguem entregar o provimento jurisdicional em tempo hábil a todos. O resultado todos nós sabemos. Processos que duram anos e às vezes décadas. Com tudo isso, as pessoas envolvidas nesse espetáculo jurídico foram se desgastando.

E qual é o papel do advogado nesse pano de fundo? Eis a pior notícia. O advogado virou um simples pedinte, um mendigo jurisdicional. A vida de um advogado é suplicar, implorar, desde o balcão da escrivania, até o ultimo fôlego do processo. O advogado tem que mendigar para ser atendido no balcão da escrivania, para encontrarem o processo que sumiu, para tornarem os autos conclusos para a secretaria do juiz, para ser atendido pelo magistrado. E quando, por fim, é atendido, é tratado com certo desdenho.

Corolário, a situação fica cada vez mais trágica. O cliente não entende o motivo pelo qual o processo dele está parado há dois anos, “concluso” na mesa do juiz sem que nada aconteça. O cliente cobra celeridade do advogado, este, por sua vez, não pode cobrar celeridade da justiça por duas razões: a primeira porque o problema nem sempre é do juiz, mas sim da falta de estrutura do Poder Judiciário; em segundo lugar porque se cobrar andamento, pode piorar a situação e ficar mais uns dois anos parado. Quantos advogados nunca ouviram dos serventuários da justiça a seguinte frase: “Doutor, o seu processo está no monte, se tirar do lugar ele vai voltar pro final da fila...”

Por fim, após longos anos de processo, o juiz prolata uma sentença, e, se favorável, fixa honorários de R$ 300,00. Isso mesmo, o advogado trabalhou durante anos, se humilhou mendigando aquilo que é um direito seu, e recebe míseros R$ 300,00 de honorários de sucumbência.

Certamente esta não é a resposta definitiva para a questão posta acima, mas, seguramente é um dos fatores da degradação dessa profissão tão maravilhosa que é a de lutar pelo direito do próximo. Se o respeito e a dignidade a este profissional não forem retomados urgentemente, a sociedade poderá perder grandes profissionais que trabalham por amor e paixão na defesa dos direitos do cidadão.

Ricardo Moreira é advogado, consultor tributário em Goiânia, militante do Direito Tributário no contencioso administrativo e judicial em todas as instâncias

Fonte: Diário da Manhã
http://www.dm.com.br/materias/show/t/as_miserias_da_advocacia

FOME ZERO NO PRESÍDIO

Irmã Petra Silvia Pfaller*

Assistimos a cada dia a violência que nos rodeia, a guerra longe, no Iraque e Israel, a guerra das drogas bem em frente à porta de nossa casa. As pessoas nas ruas pedindo a paz no mundo inteiro. A questão da impunidade sendo questionada a todo o momento e, infelizmente, a maioria da sociedade confunde o sentimento de vingança com a justiça. Muitos pedem que todos sejam colocados atrás das grades e poucos se preocupam com o mundo nos porões da humanidade: as prisões. Hoje, em Goiânia, são mais ou menos 2.600 presos e presas na Agência Prisional, que vivem nas celas superlotadas, com falta de tudo, abandonados pelo Estado e pela Sociedade. Como é sabido, não há realmente condições para que a pessoa dentro do presídio possa ser realmente re-socializada. Na verdade o Estado, ou seja, a Sociedade não é capaz de cuidar dos seus presos/as, aliás, nem sequer existe o conselho da comunidade que deveria representar a Sociedade dentro do sistema penitenciário.

Em Goiânia chegamos ao ponto absurdo de faltar comida para os presidiários/as. Sem café da manhã e sem pão. Os conteúdos das marmitas, almoço e janta são meio vazios, o cardápio diário é um pouco de arroz, feijão e pedacinho de "carne de soja". Quem não tem família ou dinheiro passa fome. É interessante que, justamente logo após as eleições de 2006, acabou a verba da Agência Prisional e começaram os cortes em todos os cantos dentro desta instituição. É um absurdo que o Estado tenha o poder de punir o cidadão por qualquer infração cometida, colocando-o muitas vezes por bagatelas atrás das grades. Mas, este mesmo Estado não dá conta de cumprir com as suas obrigações fundamentais, como, por exemplo, fornecer comida para os presidiários e presidiárias (art. 12, Lei da Execução penal). Este Estado, ao meu ver não tem legitimidade e moralidade de penalizar as pessoas, pois nem ele consegue cumprir a lei. Não há comida e nem sequer segurança atrás dos muros dos presídios, como se pode comprovar pelas últimas mortes dentro do Núcleo de Custódia, a chamada prisão de segurança máxima... Como numa situação desta pode-se falar em reeducação? Como se pode reclamar que muitos presidiários do regime semi-aberto cometam novos crimes. Que resultado a sociedade espera, já que o ambiente dentro dos presídios não oferece realmente nenhuma proposta diferente?

Está na hora da sociedade se mobilizar e pelo menos implantar o conselho da comunidade, assumindo assim a sua obrigação de cuidar dos seus presos e suas presas.

*Irmã Petra Silvia Pfaller mc - OAB 17.120 - Membro da Coordenação da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Goiânia e Coordenadora Estadual de Goiás da Pastoral Carcerária - mcpetra@netgo.com.br

CADÊ TERESA?


Iracema Dantas

Teresa de Azevedo Dantas (nome de solteira), nasceu em Picuí, na Paraíba, no início dos anos 20. É filha única de José Paulino Dantas, que tinha um jeito sisudo pra disfarçar uma alma grandiosa. Era conhecido por parente e chamado de Coronel. Exportador de couro e algodão e proprietário de uma rua inteira de grandes armazéns, pra guardar mercadoria. Mantinha também um seringal em Sena Madureira, no Amazonas, pra onde pretendia mandar quem se atrevesse a “tocar” na maior riqueza da vida dele – sua única filha, em quem ele investia todos os seus sonhos.

Teresa fez o curso de Guarda-Livros (hoje Contabilidade). Uma inovação tratando-se de uma mulher, praquela época. Falava inglês, francês, freqüentava as melhores festas, esbanjava beleza e charme. Freqüentou a renomada Escola Doméstica de Natal, onde aprendeu a preparar banquetes... Contadora da firma que representava no Nordeste a multinacional Eli Lilly and Company. Aluna da irmã Aquinata Eibel, filha de conde da Áustria. Na escola era chamada por Teresão e em casa, carinhosamente, por Teca.

Aos 27 anos, Teresa foi rendida pelo charme e os olhos azuis de um agricultor simples, sem pedigree. E os dois planejaram voar pra longe, em busca de um paraíso onde pudessem viver um amor eterno. No primeiro passo Teresa definiu a vida dela e de quem mais chegasse. Uma fotografia com a seguinte dedicatória foi o pivô de tudo: “Luiz, você concretiza o meu ideal na vida. Meu amor por você será eterno. E o resto você compreenderá no silêncio eloqüente desta fotografia e na expressão sincera do meu olhar.”

Num navio, Teresa e Luiz partiram às escondidas da cidade de Natal, rumo ao porto de Santos, com um enxoval completo, todo bordado à mão, feito com carinho, pra guardar por toda a vida. Em Santos, o cunhado (irmão de Luiz) aguardava os pombinhos. Já tinha reservado igreja, contratado padre, alugado vestido, sapato, dama de honra, fotógrafo (uma foto vale mais do que mil palavras). Tudo que um casamento de verdade merece. Até o cartório estava de plantão.

E o coronel? Ele ficou a ver navios. Morreu de desgosto, mas antes perdeu toda sua fortuna em jogos de baralho.

Enquanto isso, Teresa e Luiz foram morar num acampamento, em plena mata virgem, no Paraná – maior exportador de café do mundo. Um estado que precisava abrir estradas pra escoar sua riqueza e por isso eles foram pra lá.

Essa simbiose de amor começou a dar galhos. Desses galhos nasceram frutos e não pára mais de dar flores.

Luiz, a partir de 31 de março de 1992, é morador do céu. E Teresa resume assim o pedacinho de vida que teve ao lado dele:

“Falar de Luiz Pereira de Araújo, com quem fui casada durante pouco mais de 41 anos, traz-me à memória a imagem do marido, pai e avô coruja. Figura múltipla que dedicava à família um carinho especial.

Homem simples que viveu da Terra. Um amante da Natureza. Autodidata que se atrevia a orientar consertos em trator por telefone, tamanha era sua afinidade e segurança profissional como mecânico. O melhor do mundo.

Todos o conheciam. Afinal, Xico Barbudo, apelido herdado nos anos 50, estava sempre cercado de amigos. Andava feliz num Jeep sem capota, escoltado pelo fiel Vencedor, cão que o acompanhou até morrer de velho.

Por detrás de seus olhos azuis morava um homem humilde, honesto e sensível.

Um nordestino adotado por Jaraguá, Lendária Terra.

Uma conversa amiga, bondade e desprendimento material acompanhavam a disposição para o trabalho. Dar a mão, ajudar os outros era o que importava, a qualquer hora do dia ou da noite.

Sua marca registrada tinha a troca como pagamento. Nunca conseguiu dar valor monetário a seu trabalho.”

Mas, cadê Teresa?

Teresa está em Jaraguá, guardada por dois de seus filhos, que não arredam o pé de perto dela. Feito uma rainha, só sendo paparicada, dando ordens pra todo mundo. O diploma de Guarda-Livros está na parede, assim como fotografias que registram só momentos bons. A máquina de datilografia manual está guardada debaixo de sete chaves. Bem ao centro da sala, em lugar de destaque, um diploma onde se lê: “Goianidade não é condição. É sentimento. Nascido aqui ou não, quem escolheu Goiás para viver é goiano pelo coração.”

Iracema Dantasechiquefalarportugues@hotmail.com

UNS IGUAIS A OUTROS

Ludmila Ferreira dos Anjos*

Muitas vezes, infringimos leis, não acatamos regras pelo simples fato de querermos ser beneficiados no que fazemos. Quantas vezes não vemos pessoas sem deficiência pegar vagas destinada aos deficientes? Deficientes relatam na mídia, constantemente, agressões indiretas sofridas por eles. Agressões essas que ferem os Direitos humanos.
Deficientes de todas as idades sofrem em seu dia-a-dia. Certa feita um deficiente visual foi impedido de entrar num trem por estar acompanhado de seu cão. Episódio esse, ocorrido em São Paulo e que rapidamente foi parar no Conade (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Humana Portadora de Deficiência), órgão criado para acompanhar o desenvolvimento de uma política nacional para a inclusão da pessoa com deficiência; teve também uma grande repercussão na imprensa. Após esse triste fato, foi imposto em âmbito nacional que os deficientes visuais podem transitar livremente em todos os lugares acompanhados do seu cão-guia, se o tiverem. Para a lei mudar, infelizmente, deve haver um inocente pagando atos cruéis. Pena que nem todos os deficientes exponham as discriminações ou retalhamentos (de direitos) pelos quais passam.
Em Goiânia, uma adolescente de grande dom intelectual desejou ir a um teatro, mas não pôde. Ela teve glaucoma e tem menos de 20% de vista de ambos os olhos. A jovem só teria condições de ver o teatro se se sentasse na primeira fila, entretanto ela foi impedida de seu direito, sendo informada que os lugares estavam reservados.
Enquanto persistir essa impunidade, cerca de 24,6 milhões de pessoas que possuem algum tipo de deficiência ou incapacidade, segundo dados do IBGE, serão suprimidas de seus direitos.
Temos de conviver com as diferenças, sem ter dó nem piedade. Aonde irão aqueles que necessitam de nossa ajuda? E acima de tudo lembramos que somos todos iguais e livres para fazer qualquer tipo de escolha.

*Ludmila Ferreira dos Anjos é aluna do Colégio Prevest, de Goiânia, cursando o 6º Ano ao Pré-Vestibular.

POEMA DO DUQUE DE CAXIAS


O duque de Caxias, militar austero e carrancudo, foi, contudo, picado um dia pela inevitável mosca do amor; apaixonou-se por uma linda e fidalga brasileira da então Província Cisplatina. Não se casaram, porém. Ele uniu-se a sua esposa no Rio de Janeiro, e sua paixão sulista casou-se também, com um uruguaio, nascendo-lhe uma filha, linda, tal qual a mãe. Em conhecendo a jovem, muitos anos depois, Caxias fez este terno poema a ambas, mãe e filha:

“Lindo botão, deves ter... por nasceres de uma rosa...”

O grande marechal do Império, herói de guerras, duque, ministro, portador dos mais cobiçados lauréis, nunca, entretanto, olvidou o grande amor da sua juventude.

Os versos de Caxias:

Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina, um tanto de mulher.

Lindo botão, bem conheço
A rosa de onde procedes;
Olha... e verás que inda hoje
Em beleza não na excedes.

No Pantanoso eu a vi
Inda tão bela e viçosa,
Hoje o Pampeiro da vida
Dobra-lhe a fronte formosa.

Não importa, inda eu a vejo
Com toda a nobreza e graça,
Que só o sepulcro extingue
Beldades que são de raça.

Lindo botão, deves ter
Justo desvanecimento
Por nasceres de uma rosa
De tanto merecimento.

Saberás que as flores têm
Sucessiva Dinastia,
E pertenceu sempre a rosa
À mais nobre Hierarquia.

Os espinhos que te cercam
Não são para te ferir
Simbolizam as virtudes
Que deves sempre seguir.

Servem para defender
Tua angélica beleza
Da ímpia mão que pretenda
Manchar a tua pureza.

Mergulhado na Guerra do Paraguai, encontrou inspiração e tempo ainda, na aspereza da sua barraca de campanha, para dedicar esses simples versos de ternura para a esposa distante, Ana Luíza Carneiro Viana – Anica:

Eu tenho o coração maior que o mundo. Tu bem o sabes. Onde mesma cabes!

Que te parece? Até estou poeta!

Já avançado em idade, Luiz Alves de Lima e Silva viu o mundo faltar-lhe de debaixo dos pés, com o falecimento da amada, que era mais jovem do que ele 14 anos. Escreveu:

Vivo agora muito triste depois do golpe que sofri com a morte de minha Duquesa, a quem eu amava muito e só hoje desejo ir para onde Deus a levou.

Versos transcritos de Caxias, de Affonso de Carvalho – Biblioteca do Exército – 1976.

GRAÇAS A DEUS, UMA CULTURA, PORTUGUESA...


Dr.José César de Castro Barreto*

Por muitos anos, firmou-se uma lenda, entre nós brasileiros, de que a colonização portuguesa foi péssima, por serem esses colonizadores estúpidos, atrasados, etc. Deveríamos ser colonizados, para ser uma nação melhor desenvolvida, pelos franceses, que aqui aportaram no Rio, no século 16, ou pelos holandeses, que dominaram por um bom tempo o Nordeste do Brasil. São frases, que pela repetição contínua, tomam ares de verdade inquestionável.

Em 1970 estagiamos em Houston-Texas-EEUU, aprendendo Anestesia em cirurgia cardíaca a fim de iniciarmos, em Goiânia, no final daquele ano, a cirurgia cardíaca em nosso Estado. Nas folgas de sábados e domingos, passávamos quase todo o dia visitando museus ou indo a bibliotecas.

Aprendemos assim na história do Texas, que ele era um estado mexicano, desde quando o México tornou-se independente da Espanha. Os exércitos mexicanos iam àquela província, para cobrar impostos devidos ao "Gobierno Central". Contrariava uma norma, da cobrança de impostos herdados da Inglaterra, que desde 1666, o parlamento inglês tinha tirado o poder do rei, que assim o fizesse. Era o povo, por seus representantes, que taxava livremente o que a comunidade deveria pagar. Essa regra democrática econômica foi transmitida naturalmente às colônias inglesas da época. Os exércitos mexicanos chegavam a desapropriar até 50% da safra do texano, como dívida de um imposto. Revoltaram-se contra isso, formou-se um exército para combater essa espoliação imposta à força pelos mexicanos. Nesse exército havia várias nacionalidades européias que lá viviam, como também muitos mexicanos lá residentes havia muito tempo. Foram batalhas sangrentas vencidas pelos mexicanos. Não faziam prisioneiros. Afinal os texanos venceram na batalha de San Jacinto, perto de Houston, tornando-se uma nação independente. No Museu de San Jacinto, há uma frase do general texano vencedor que disse: “Aqui houve prisioneiros inimigos, junto com os heróis mortos, texanos, com suas diversas origens”. O Texas tem esse orgulho, mantém uma estrela solitária em sua bandeira, porque por nove anos seguidos foi uma nação independente. Foi uma outra batalha política, para tornar-se um estado americano. Os nortistas, anti-escravagistas não queriam, por ser um estado do Sul, que iria aumentar os votos sulistas escravagistas. Os sulistas não queriam um estado onde não havia escravidão.

Nessa mesma biblioteca, encontramos outro livro fascinante: A História das Colonizações nas Américas. Situava as colonizações em relação à colonização inglesa, com suas famílias, cujo objetivo final a ser alcançado era fixação na nova terra, com princípios religiosos, firmados na liberdade de crença (na Europa não existia). Com princípios políticos de liberdade. Com a tradição inglesa nas cobranças de impostos e na nova terra teria livre oportunidade de trabalho. Estes princípios básicos da colonização inglesa foram o motivo principal do México ter perdido sua província – Texas, que na época já tinha absorvido essa cultura britânica. Os espanhóis foram predadores. Chegaram em busca de riquezas. De modo autoritário, escravagista, punham seus exércitos à procura da prata, com a finalidade de voltarem ricos para a Europa. Não tiveram, como a colonização inglesa, o objetivo final de criar uma outra civilização. Os reis espanhóis doavam pedaços de terra nas Américas, com o fim do donatário explorar as riquezas da região e levá-las para a Espanha. Tiveram a oportunidade ímpar, quando descobriram e tomaram posse, duas civilizações americanas, em muitos aspectos, superiores à da Europa. No México, os aztecas, e no Peru, os incas. Tinham agricultura avançada, com curvas de níveis antierosão do solo; o milho híbrido; os saneamentos básicos, com drenagens de águas e esgotos; uma medicina superior à européia, onde faziam até trepanações¹; o conhecimento da astronomia e da astrofísica. Não conheciam a pólvora nem o cavalo. Foram dizimados, mortos, escravizados e roubados em sua grande riqueza de ouro e prata. Seus prédios e casas foram destruídos, sendo hoje ruínas. Esse livro enfatiza que a colonização hispânica, que iria desde o Colorado até a Patagônia, na Argentina, seria o maior país das Américas, se seguisse os princípios da colonização inglesa.

Igualmente o livro realça que a colonização francesa tinha o mesmo objetivo de rapina. As colônias erguidas nas Américas pelos franceses, foram vendidas para os americanos, quando estes já eram independentes. Ficou somente um quisto dessa colonização no Canadá. Com os holandeses aconteceu igual aos espanhóis e franceses, com a mentalidade de extrair o máximo nas novas terras e depois voltar para Europa. Nova York foi vendida para os ingleses. Restaram somente algumas ilhas no Caribe e o Suriname, antiga Guiana Holandesa no norte da América do Sul. Não se fixaram nem tentaram expandir-se.

Já era tarde de domingo. Paramos com a leitura do livro, adiando para o sábado seguinte a leitura da colonização portuguesa. Ficamos deduzindo que seriam terríveis verdades, iguais às que já tínhamos lido, de outras colonizações em relação à inglesa. Como teria sido nossa colonização pelos portugueses? Essa apreensão durou uma semana. Foi surpreendente, ao depararmos logo no início, quando afirmavam que foi uma colonização de fixação, ao tomarem posse da nova terra e com o objetivo de também se expandirem, como na colonização inglesa. Portugal já tinha uma enorme experiência de colonizações, nas ilhas atlânticas, na África e no Extremo Oriente. Antes da descoberta do Brasil, já tinha firmado o Tratado de Tordesilhas com a Espanha, os dois países mais ricos daquela época, com o aval do papa, assinado em Roma. Já era então de seu conhecimento e o “descobrimento” seria logo um fato consumado. Tomaram posse da nova terra, firmando seus marcos de posse para a coroa de Portugal. Trouxeram a fé cristã, com o objetivo de levar aos indígenas a salvação da alma. Portugal, um reinado autoritário com uma imensa e madura experiência de colonizações, trouxe para o Brasil um poder hierarquicamente ligado ao rei, por intermédio de um governador-geral. Esse tinha treze substitutos já destacados pelo rei, na falta por óbito do governador. Devido à extensão territorial, foi a colônia dividida em doze capitanias e todas com representantes do rei. Depois, com o surgimento da exploração do plantio da cana-de-açúcar, a colônia foi dividida em dois governadores. Mais tarde voltou a ter somente um governador-geral. Esses fatos explicam a determinação de Portugal de se fixar e com a certeza, de um dia, como os espanhóis, no oeste, achassem o ouro. Inicialmente, o principal fator econômico foi a exportação, para a Europa, do pau-brasil, uma madeira de lei que tinha a propriedade também de fazer uma tinta. Essa madeira mudou o nome da colônia de Terra de Santa Cruz, para simplesmente Brazil. Depois veio o ciclo econômico da exploração da cana-de-açúcar. Portugal, por oitenta anos, foi o maior produtor mundial de açúcar e monopolizava também sua distribuição, por intermédio de sua grande frota de navios mercantes. Essa riqueza levou o rei de Portugal a ser mais rígido com a administração no Nordeste e deixar mais livre o Sul da colônia. Com isso surgiram os bandeirantes em São Paulo, que foram incentivados a deixar caduco o tratado de Tordesilhas, indo atrás das esmeraldas, ouro e outras riquezas. Levaram as bandeiras, desde o Sul, pelo Centro-Oeste, chegando até a Amazônia. Ficavam nesses lugares os marcos de posse da coroa de Portugal. Cresceu a colônia três vezes seu tamanho territorial e acharam o ouro, duzentos anos após o “descobrimento” em lugares de difícil acesso, mas de fácil defesa. Como nos EEUU, foi um motivo de grande expansão territorial.

Essa corrida para o Oeste teve um importante detalhe. Quando os americanos descobriram o ouro, já era um país independente, ficaram com o ouro. O Brasil continuava colônia de Portugal. Apesar de ter extraído cinco vezes mais ouro do que os EEUU, nunca foi beneficiado por essa riqueza, pois esse ouro foi para Portugal, depois imigrado, por intolerância religiosa, para a Inglaterra, onde foi o principal fator do início da revolução industrial da daquele país. Veio influenciar também a industrialização do norte da América. Outro fato fantástico, revelado nesse livro, foi a influência decisiva de Napoleão na Independência do Brasil!

Quando os franceses invadiram a Península Ibérica, a corte portuguesa fugiu toda para o Brasil. Trouxe D. João VI a abertura dos portos, a fundação do Banco do Brasil, fundou escolas universitárias, o Jardim Botânico, etc. Quando voltou a corte para Portugal, com a derrota de Napoleão em Waterloo, D. João VI deixou seu filho como regente, dizendo-lhe, que em dúvida, “coloque em sua cabeça a coroa imperial, antes que algum aventureiro assim o faça”. Esses benefícios trazidos por D. João VI levaram o país a lutar por sua independência, principalmente para uma imprensa livre, proclamando D.Pedro I em 1822, a Independência do Brasil. Tornando-se um império, o quinto país do mundo em extensão territorial, falando a mesma língua, sem separação de raças, sem discriminações religiosas. Graças a Deus, uma cultura tipicamente portuguesa.

¹Técnica cirúrgica que consiste em perfurar um orifício em um osso, especialmente do crânio.
*Dr. José César Barreto é médico-anestesista em Goiânia. Por seus inúmeros cursos e congressos médicos de que participa no mundo todo, e suas teses apresentadas, é considerado cientista de destaque no campo da Medicina. Como livre pensador, manifesta preocupações com os problemas dos nossos dias, apresentando soluções lúcidas e admiráveis.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

PERSONA ALEXÂNIA-GO/Joventino Carlos Rabelo


Hélio Nascente

Juventino Carlos Rabelo é um exemplo de cidadania

Nasceu em Corumbaíba-GO e aportou em Alexânia, para ficar definitivamente, no dia 9 de março de 1978. É aposentado, casado com dona Aleide Maria dos Reis, tem cinco filhos e sete netos. Reside em uma chácara localizada no perímetro urbano da cidade, com um bosque, cujas umbrosas árvores foram plantadas com suas próprias mãos, onde os pássaros formam verdadeira orquestra com seus maviosos cantos, transformando o amanhecer e o crepúsculo em momentos de grande enlevação para ele e os seus que ali vivem ou visitam. Uma das atividades de lazer do ilustre habitante de Alexânia é tratar dos pássaros e de outros animais silvestres que, nos horários apropriados, achegam-se ao local para se alimentar com o “trato” que ele põe à disposição dos pequenos visitantes.

Joventino vivia em Uruaçu, onde se dedicava à atividade de produtor rural, mas viajava muito para Brasília, onde tinha familiares e assim passava sempre por Alexânia, cidade de que se afeiçoou por causa do clima e da receptividade do povo. Por esses motivos e pelo fato de que a cidade ficava localizada num ponto estratégico do eixo Brasília-Anápolis-Goiânia, tomou a decisão de transferir seu domicílio para o local, a partir do momento em que seus filhos atingiram a idade escolar em que Uruaçu não poderia suprir suas necessidades por falta de cursos superiores.

Em 1982 foi eleito prefeito do Município seu amigo José de Fontes Leal, que o convidou para assumir como titular da Secretaria de Estradas de Rodagem, já no ano seguinte. Foi sua primeira investida no rumo da vida pública. Tendo realizado administração profícua, que agradou aos líderes da comuna e ao povo, Joventino alçou vôo mais alto, candidatando-se a um cargo de vereador à Câmara Municipal de Alexânia em 1992, tendo sido eleito com expressiva votação e exercendo por dois anos o cargo de presidente do Legislativo.

A ascensão na vida profissional de Joventino em Alexânia foi um exemplo de velocidade e eficiência. Em 1985 foi aprovado em concurso público para exercer as funções de funcionário do Detran-GO, tendo sua atuação honesta e profícua chamado a atenção do juiz titular da Comarca, que incontinente o invitou para ocupar o cargo de juiz de paz, convite aceito por ele, permanecendo por nove anos consecutivos.

DELEGADO

Mas, provavelmente, a passagem da vida que marcou definitivamente para a posteridade a presença de Joventino Rabelo em Alexânia foi sua curta passagem pela atividade policial, como delegado, o que ocorreu em dezembro de 1985, tendo permanecido no cargo até fevereiro de 1987.

Sua atuação nesse cargo de suma importância para a comunidade foi marcante, não só pela demonstração de coragem pessoal, de dedicação plena, como pela honestidade demonstrada, o que granjeou-lhe a estima dos companheiros de Polícia, o respeito e a admiração de toda a comunidade alexaniense.

Inúmeros casos difíceis foram enfrentados pelo delegado Joventino, contando com o apoio indispensável do então cabo Pereira, ainda hoje na ativa, como sargento-PM; mas, o fato que ficou gravado com tinta indelével, para conhecimento da história de Alexânia e de Goiás, foi o desmantelamento de uma quadrilha que atuava na BR-060, nas imediações da cidade. Um meliante filho de Alexânia chamado Juarez e seus comparsas desenvolviam a sorrateira atividade de roubar motoristas de caminhão e de outros veículos que transitavam pelo local, causando transtornos, sobressaltos e preocupações aos viajantes.

Durante uma das tentativas de ataque a um caminhão, entretanto, o bando deu-se mal, tendo o chefe da quadrilha sido atingido na coluna vertebral pela bala de uma garrucha utilizada por um vigia que dormia na cabine do caminhão atacado. Os demais cúmplices fugiram e o chefe foi preso e levado para o hospital da cidade, ficando, a mando do delegado Joventino, guardado permanentemente por dois policiais. A partir da notícia da prisão do meliante, começaram a aparecer as inúmeras vítimas, muitas das quais recuperaram seus pertences, uma vez que o prisioneiro revelara o local onde eram guardados os produtos dos roubos.

Até que apareceu um cidadão de formosa que fora assaltado por Juarez. O delegado Joventino acompanhou a vítima ao hospital, tendo o assaltante reconhecido o assaltado e confessado lembrar-se ter tomado do mesmo um cordão de ouro com crucifixo italiano e um par de alianças que pertenceram ao avô da vítima. Tratava-se, portanto, de objetos de valor incalculável para seu proprietário, porque, além do valor de pecuniário, havia o valor de estimação, que, naturalmente, não pode ser avaliado em termos financeiros.

Embora reconhecendo a vítima e confessando o roubo daquelas jóias, o preso disse não ser mais portador das peças, que teriam ficado com um colega de crimes no momento da divisão do butim. Não restou outra coisa à vítima a não ser voltar tristemente para Formosa sem os seus caros objetos de ouro. Mas o delegado suspeitou de que o elemento hospitalizado não falara a verdade. O médico responsável pelo atendimento a Juarez afirmara ainda que, mesmo que ele sobrevivesse, ficaria totalmente paraplégico, o que levou o delegado a insistir com o mesmo, fazendo-o ver que seria melhor ele devolver os objetos de estimação de valor incalculável para a sua vítima, porque assim, pelo menos junto a Deus ele estaria redimido dos seus crimes. Mas ele continuou insistindo na conversa de que não estava de posse das jóias.

Dias depois, já fora do horário de expediente, o telefone da residência do delegado Joventino tocou e era uma enfermeira plantonista do hospital que ligara para dizer que o paciente-preso queria falar com ele com urgência. Chegando ao hospital, ouviu de Juarez que ele realmente estava de posse das jóias e que decidira entregá-las para o legítimo dono, o que fez de imediato, revelando ao delegado que elas estavam ocultas dentro do colchão do hospital. Joventino levou as jóias para sua residência, tendo passado uma noite de apreensão, devido ao valor das mesmas e com receio de que algum outro ladrão soubesse da história e fosse tentar resgatá-las à força. Mas nada houve e no dia seguinte ele telefonou para Formosa, convidando a vítima a vir a Alexânia.

Ocorre que ainda de manhã, poucas horas depois de confessar o crime, Juarez não resistiu aos ferimentos e, conforme previsão do Dr. Mário – médico e proprietário do hospital na época, veio a óbito, ficando o delegado Joventino de posse das jóias sem que ninguém mais soubesse.

Chegando a Alexânia, o viajante de Formosa ficou tão satisfeito com a recuperação do seu pequeno tesouro, que ameaçou de preencher um cheque para presentear o delegado pela sua atitude honesta e leal para com ele, mas o ilibado funcionário recusou de pronto, dizendo que já ganhava mensalmente seus proventos para cumprir com tais obrigações.

Nasceu em Corumbaíba-GO e aportou em Alexânia, para ficar definitivamente, no dia 9 de março de 1978. É aposentado, casado com dona Aleide Maria dos Reis, tem cinco filhos e sete netos. Reside em uma chácara localizada no perímetro urbano da cidade, com um bosque, cujas umbrosas árvores foram plantadas com suas próprias mãos, onde os pássaros formam verdadeira orquestra com seus maviosos cantos, transformando o amanhecer e o crepúsculo em momentos de grande enlevação para ele e os seus que ali vivem ou visitam. Uma das atividades de lazer do ilustre habitante de Alexânia é tratar dos pássaros e de outros animais silvestres que, nos horários apropriados, achegam-se ao local para se alimentar com o “trato” que ele põe à disposição dos pequenos visitantes.

Joventino vivia em Uruaçu, onde se dedicava à atividade de produtor rural, mas viajava muito para Brasília, onde tinha familiares e assim passava sempre por Alexânia, cidade de que se afeiçoou por causa do clima e da receptividade do povo. Por esses motivos e pelo fato de que a cidade ficava localizada num ponto estratégico do eixo Brasília-Anápolis-Goiânia, tomou a decisão de transferir seu domicílio para o local, a partir do momento em que seus filhos atingiram a idade escolar em que Uruaçu não poderia suprir suas necessidades por falta de cursos superiores.

Em 1982 foi eleito prefeito do Município seu amigo José de Fontes Leal, que o convidou para assumir como titular da Secretaria de Estradas de Rodagem, já no ano seguinte. Foi sua primeira investida no rumo da vida pública. Tendo realizado administração profícua, que agradou aos líderes da comuna e ao povo, Joventino alçou vôo mais alto, candidatando-se a um cargo de vereador à Câmara Municipal de Alexânia em 1992, tendo sido eleito com expressiva votação e exercendo por dois anos o cargo de presidente do Legislativo.

A ascensão na vida profissional de Joventino em Alexânia foi um exemplo de velocidade e eficiência. Em 1985 foi aprovado em concurso público para exercer as funções de funcionário do Detran-GO, tendo sua atuação honesta e profícua chamado a atenção do juiz titular da Comarca, que incontinente o invitou para ocupar o cargo de juiz de paz, convite aceito por ele, permanecendo por nove anos consecutivos.

DELEGADO

Mas, provavelmente, a passagem da vida que marcou definitivamente para a posteridade a presença de Joventino Rabelo em Alexânia foi sua curta passagem pela atividade policial, como delegado, o que ocorreu em dezembro de 1985, tendo permanecido no cargo até fevereiro de 1987.

Sua atuação nesse cargo de suma importância para a comunidade foi marcante, não só pela demonstração de coragem pessoal, de dedicação plena, como pela honestidade demonstrada, o que granjeou-lhe a estima dos companheiros de Polícia, o respeito e a admiração de toda a comunidade alexaniense.

Inúmeros casos difíceis foram enfrentados pelo delegado Joventino, contando com o apoio indispensável do então cabo Pereira, ainda hoje na ativa, como sargento-PM; mas, o fato que ficou gravado com tinta indelével, para conhecimento da história de Alexânia e de Goiás, foi o desmantelamento de uma quadrilha que atuava na BR-060, nas imediações da cidade. Um meliante filho de Alexânia chamado Juarez e seus comparsas desenvolviam a sorrateira atividade de roubar motoristas de caminhão e de outros veículos que transitavam pelo local, causando transtornos, sobressaltos e preocupações aos viajantes.

Durante uma das tentativas de ataque a um caminhão, entretanto, o bando deu-se mal, tendo o chefe da quadrilha sido atingido na coluna vertebral pela bala de uma garrucha utilizada por um vigia que dormia na cabine do caminhão atacado. Os demais cúmplices fugiram e o chefe foi preso e levado para o hospital da cidade, ficando, a mando do delegado Joventino, guardado permanentemente por dois policiais. A partir da notícia da prisão do meliante, começaram a aparecer as inúmeras vítimas, muitas das quais recuperaram seus pertences, uma vez que o prisioneiro revelara o local onde eram guardados os produtos dos roubos.

Até que apareceu um cidadão de formosa que fora assaltado por Juarez. O delegado Joventino acompanhou a vítima ao hospital, tendo o assaltante reconhecido o assaltado e confessado lembrar-se ter tomado do mesmo um cordão de ouro com crucifixo italiano e um par de alianças que pertenceram ao avô da vítima. Tratava-se, portanto, de objetos de valor incalculável para seu proprietário, porque, além do valor de pecuniário, havia o valor de estimação, que, naturalmente, não pode ser avaliado em termos financeiros.

Embora reconhecendo a vítima e confessando o roubo daquelas jóias, o preso disse não ser mais portador das peças, que teriam ficado com um colega de crimes no momento da divisão do butim. Não restou outra coisa à vítima a não ser voltar tristemente para Formosa sem os seus caros objetos de ouro. Mas o delegado suspeitou de que o elemento hospitalizado não falara a verdade. O médico responsável pelo atendimento a Juarez afirmara ainda que, mesmo que ele sobrevivesse, ficaria totalmente paraplégico, o que levou o delegado a insistir com o mesmo, fazendo-o ver que seria melhor ele devolver os objetos de estimação de valor incalculável para a sua vítima, porque assim, pelo menos junto a Deus ele estaria redimido dos seus crimes. Mas ele continuou insistindo na conversa de que não estava de posse das jóias.

Dias depois, já fora do horário de expediente, o telefone da residência do delegado Joventino tocou e era uma enfermeira plantonista do hospital que ligara para dizer que o paciente-preso queria falar com ele com urgência. Chegando ao hospital, ouviu de Juarez que ele realmente estava de posse das jóias e que decidira entregá-las para o legítimo dono, o que fez de imediato, revelando ao delegado que elas estavam ocultas dentro do colchão do hospital. Joventino levou as jóias para sua residência, tendo passado uma noite de apreensão, devido ao valor das mesmas e com receio de que algum outro ladrão soubesse da história e fosse tentar resgatá-las à força. Mas nada houve e no dia seguinte ele telefonou para Formosa, convidando a vítima a vir a Alexânia.

Ocorre que ainda de manhã, poucas horas depois de confessar o crime, Juarez não resistiu aos ferimentos e, conforme previsão do Dr. Mário – médico e proprietário do hospital na época, veio a óbito, ficando o delegado Joventino de posse das jóias sem que ninguém mais soubesse.

Chegando a Alexânia, o viajante de Formosa ficou tão satisfeito com a recuperação do seu pequeno tesouro, que ameaçou de preencher um cheque para presentear o delegado pela sua atitude honesta e leal para com ele, mas o ilibado funcionário recusou de pronto, dizendo que já ganhava mensalmente seus proventos para cumprir com tais obrigações.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ODE À AMIZADE


José Bonifácio*
Ó doce paz: sagrada liberdade;
Únicos bens do sábio!
Os ídolos da terra não vos conhecem?
Vós dormis tranqüilos
No seio da amizade.

* José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, foi também poeta!