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segunda-feira, 21 de junho de 2010

DIANA DUTRA, bela e meiga: jovem poema


Para abrilhantar esta página, a foto desta jovem, suave para os olhos, o coração e a alma; o destaque não poderia ser outro senão a bela e meiga jovem Diana Dutra. Ela reside em Olhos d’Água/Alexânia-GO, é enfermeira e trabalha na Secretaria Municipal de Saúde, onde trata todos os clientes com um carinho maternal.

sábado, 19 de junho de 2010

FELIX KERSTEN




Felix Kersten (1898-1960), muitas vezes citado como médico, porém com maior freqüência como massagista, é responsável pelo salvamento das vidas de inúmeros seres humanos durante a 2ª Guerra Mundial. Como fisioterapeuta pessoal do Reichsfuhrer SS Heinrich Himmler, Kersten aplicou massagens que ele aprendeu de um mestre Tibetano, Dr. Ko. Kersten denominava o seu método de "terapia manual" ou "terapia dos nervos". Durante a aplicação de sua terapia em Himmler, Kersten foi capaz de convencer o chefão da SS a mudar o rumo dos planos de enviar milhões de pessoas para a morte. A sua contribuição na área de massagens, é, portanto, o seu grande senso humanitário.


O último livro sobre o tempo que Kersten passou entre os Nazis durante a 2ª GM chama-se "O Doutor do Diabo", em referência ao seu chefe e paciente, Reichsführer-SS Himmler, comandante das forças SS Nazi. Himmler, entre vários outros do QG Nazi em Berlim, sofria de dores abdominais severas, e apenas Kersten conseguia lhe propiciar, periodicamente, o alívio capaz de manter o Reichsführer em condições de trabalhar, mas que também contribuiu para salvar incontáveis vida do assutador regime Nazi.


Uma história de como Kersten foi capaz de fazer Himmler ser um co-conspirador contra o seu próprio regime é semelhante à agora famosa lista de Schindler. Kersten e seus colaboradores faziam listas de pessoas que eles queriam excluídas dos campos de concentração dos inevitáveis fornos da morte. As listas possuíam diversas páginas, sempre com amplo espaço em cada página e acima da linha onde ia a assinatura de Himmler de forma a permitir a adição de mais nomes nelas depois que o Reichsführer as assinasse, após receber o alívio da suas dores severas abdominais através da massagem de Kersten.


Kersten tornou-se tão ousado em suas sessões de terapia de alívio a Himmler que ele era capaz de barganhar em favor das vidas dos seus amigos, de funcionários do governo em seu país de origem e outras pessoas importantes, mas com freqüência pessoas comuns que o procuravam o caiam na sua atenção.


Apenas a terapia de nervos de Kersten funcionou com Himmler de forma lhe permitir alguma liberdade da terrível dor debilitante. Outros membros do staff de Himmler também tornaram-se pacientes de Kersten e destas sessões de terapia ele desenvolveu com eles uma relação de lealdade à sua causa e traição ao regime Nazi que nunca foi desmanchada devido à sua proximidade com Himmler, que se tornou seu protetor.


Antes da guerra, Kersten era um fisioterapeuta com um alto grau de sucesso entre a elite da Finlândia, Holanda e Suécia. Através de um amigo e paciente, ele foi apresentado a Himmler um pouco mais de três anos antes da guerra terminar. Kersten não queria tratar Himmler, que ele sabia ser um homem poderoso e irredutível do regime Nazi. Mas rejeitar esse cliente era como solicitar uma sentença de morte para si e para sua família e, assim, ele começou o tratamento de Himmler o qual resultou na insistência do Reichsführer para que ele continuasse a tratá-lo como seu médico pessoal. Kersten nunca alegou ser médico, apenas um fisioterapeuta treinado em massagens na Suécia e em terapia do nervo pelo tibetano Dr. Ko. Fica evidente, a partir da leitura dos numerosos livros a respeito das atividades de Kersten durante a guerra, que o Dr. Ko foi uma figura fundamental na sua vida e que, após ensinar-lhe as técnicas terapêuticas que iriam fornecer a Kersten as oportunidades para salvar milhares dos esquadrões da morte Nazi, desapareceu tão repentinamente da vida de Kersten quanto havia aparecido.


Após tratar Himmler por cêrca de um ano, Kersten foi capaz de montar uma rede secreta de comunicações utilizando telefones Nazi e viagens de ida e volta a Suécia, Inglaterra, Holanda e Finlândia em contato com fontes militares e governamentais em virtude de sua posição única dentro do QG em Berlim. Ele foi forçado a mudar-se para a Alemanha com sua família, mas recebeu uma espaçosa casa de campo para morar, a qual, apesar das normas Nazi contrárias, foi empregada para ajudar prisioneiros de guerra mantidos próximos da fazenda, provendo-lhes trabalho fora do prisão. Este e outros privilégios só foram possíveis para Kersten devido a proteção que ele adquiriu por tratar Himmler.


Kersten escreveu um diário de memórias de sua experiência com o regime Nazi e em uma passagem ele tente explicar as dores do seu paciente:


"A convulsões severas do ventre de Himmler não eram, como ele supunha, causadas simplesmente por uma constituição física pobre ou por excesso de trabalho; elas eram, na verdade, a expressão de sua divisão psíquica que se estendeu por toda sua vida. Bem cedo constatei que, embora pudesse lhe fornecer alívio temporário, eu jamais poderia curá-lo. A causa fundamental dessas convulsões não era eliminada; a contrário, ela estava constantemente sendo agravada."


As atividade de guerra de Kersten, contrárias aos interesse Nazi, não decorreram sem riscos para ele. Os opositores de Himmler dentro do regime Nazi detestavam a relação especial que este tinha com Kersten, e fizeram tudo que estava ao seu alcance para evitar que Kersten alcançasse seus objetivos. Chegaram até a tentar assassiná-lo em uma ocasião. Kersten viveu em constante ameaça de ser exposto, mas as sessões de terapia e conversas pessoais com Himmler lhe forneceram a proteção necessária em cada esforço que ele fez para salvar mais vidas. As sessões terapêuticas que ele aplicou em Himmler forma de natureza física, emocional e política, e resultaram nas mais altas condecorações conferidas a Kersten pela Suécia, Inglaterra e Finlândia pela sua habilidade em usar Himmler contra os interesses hediondos do regime Nazi.


Referências:


The Devils Doctor, John H. Waller,

John Wiley & Sons, Inc., 2002.

The Schellenberg Memoirs, edited and translated by Louis Hagen, Andre Deutsch, 1946.

The Kersten Memoirs, by Felix Kersten, 1940-1945, Macmillan, 1957.


Tradução livre do original em:

[http://www.massagemag.com/2003/issue104/history104.htm]


de autoria de:


Robert Noah Calvert. Calvert é o fundador e CEO da Massage Magazine.

The material for this column comes from the World of Massage Museum's collection and Calvert's book,

The History of Massage, published in February 2002 by Healing Arts Press.



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Traduzido por Ahmed Al Suflair

Fonte: http://h-doc.vilabol.uol.com.br/Kersten.htm

COMUNISTAS NA CHINA

Os go­i­a­nos Tar­zan de Cas­tro, Elio Ca­bral e Ze­zim do Ara­gu­aia, man­da­dos ao pa­ís de Mao Tsé-tung nos anos 60 pa­ra não se­rem pre­sos pe­los mi­li­ta­res, con­tam co­mo foi a ex­pe­ri­ên­cia

CE­ZAR SAN­TOS

Iní­cio de 1965, em São Pau­lo, três go­i­a­nos, en­tre uma tur­ma de pes­so­as de vá­rios Es­ta­dos, embarcariam de avi­ão para a Chi­na, pas­san­do pe­la Eu­ro­pa. Eles ti­nham che­ga­do al­guns di­as an­tes, vin­dos de di­fe­ren­tes cidades. De­pois de em­bar­car pu­de­ram res­pi­rar ali­vi­a­dos da for­te ten­são vi­vi­da nas úl­ti­mas se­ma­nas sob ris­co de pri­são. O gol­pe mi­li­tar ti­nha si­do da­do há me­nos de um ano e a ca­ça aos co­mu­nis­tas co­me­ça­va a fi­car en­car­ni­ça­da.

Mas Tar­zan de Cas­tro, Ger­son Par­rei­ra e Elio Ca­bral de Sou­za, mi­li­tan­tes da es­quer­da, não ti­ve­ram pro­ble­ma pa­ra to­mar o vôo que fa­ria es­ca­la em Pa­ris. Eram os pri­mei­ros go­i­a­nos que ini­ci­a­vam a fu­ga do pa­ís pa­ra não ca­ir nas mãos da re­pres­são. Já es­ta­vam na clan­des­ti­ni­da­de e cor­ri­am ris­co de se­rem pre­sos. Eles iram pa­ra a Chi­na por de­ter­mi­na­ção do Par­ti­do Co­mu­nis­ta do Bra­sil (PCdoB), no qual mi­li­ta­vam. Era a for­ma que o PC do B to­mou pa­ra co­lo­car seus qua­dros mais vi­sa­dos fo­ra do al­can­ce da re­pres­são — após o gol­pe, mui­tas pes­so­as já fi­ca­vam pre­sas quan­do iam de­por nos mal­fa­da­dos In­qué­ri­tos Po­li­ci­ais Mi­li­ta­res (IPMs).

Man­dar os mi­li­tan­tes pa­ra fo­ra do pa­ís ti­nha por ob­je­ti­vo, tam­bém, sub­me­ter es­sas pes­so­as a uma tem­po­ra­da de apren­di­za­gem no pa­ís que ex­por­ta­va ide­o­lo­gia con­trá­ria a dos Es­ta­dos Uni­dos, o gran­de de­mô­nio pa­ra os co­mu­nis­tas. Es­se background, cla­ro, se­ria apli­ca­do aqui quan­do eles vol­tas­sem, na con­sci­en­ti­za­ção das mas­sas.

An­tes de Tar­zan, Ger­son e Elio, um go­i­a­no de ado­ção (nas­ci­do em Per­nam­bu­co), Di­niz Ca­bral Fi­lho, já ti­nha ido. De­pois, Mi­chei­as Go­mes de Al­mei­da e Di­vi­no de Sou­sa fa­riam a ro­ta. Com o mes­mo ob­je­ti­vo, ou­tros mi­li­tan­tes de es­quer­da iri­am pa­ra Rús­sia, Al­bâ­nia e Cu­ba, en­tre ou­tros pa­ra­í­sos do co­mu­nis­mo.

Movimentoi estudantil — Mas an­tes de che­gar àque­le avi­ão que os le­va­ria ao pa­ís de Mao Tse-tung, o que eles fi­ze­ram? To­dos eram egres­sos do mo­vi­men­to es­tu­dan­til goiano, que che­gou a ser con­si­de­ra­do o mais or­ga­ni­za­do do pa­ís, com gran­de ca­pa­ci­da­de de mo­bi­li­za­ção. De­pois eles in­gres­sa­ram na po­lí­ti­ca par­ti­dá­ria, fi­li­an­do-se ao PCdoB. Daí pa­ra fi­ca­rem na lis­ta ne­gra da re­pres­são foi um pu­lo.

Cer­ta­men­te que es­sas lem­bran­ças es­ta­vam na ca­be­ça dos go­i­a­nos pres­tes a de­sem­bar­car na Chi­na, que se con­ver­te­ra ao co­mu­nis­mo em 1949. E o que os im­pres­sio­nou ao che­ga­rem? Mais do que a vi­são de uma pai­sa­gem fí­si­ca di­fe­ren­te, o que mais sur­pre­en­deu Elio Ca­bral foi o cho­que cul­tu­ral, quan­do viu al­go en­tão ini­ma­gi­ná­vel no Bra­sil: mu­lhe­res fa­zen­do tra­ba­lho bra­çal, de ho­mem. "Vi mu­lhe­res su­bin­do em pos­te, car­re­gan­do car­ri­nhos de fe­zes pe­las ru­as. Na Chi­na as la­tri­nas eram chei­as e de­pois tran­spor­ta­das pa­ra se­rem des­car­re­ga­das em lo­ca­is pró­prios pa­ra is­so. E as mu­lhe­res fa­zi­am es­se ser­vi­ço", con­ta Elio. Pa­ra ele is­so até cho­cou um pou­co, mas lhe deu a exa­ta me­di­da de que re­al­men­te ti­nha che­ga­do a uma ci­vi­li­za­ção di­fe­ren­te.

Já Tar­zan de Cas­tro con­ta que o que mais o im­pres­sio­nou foi a in­tro­spec­ção dos chi­nes­es: "Eles eram mui­to fe­cha­dos. E co­mo não so­mos ama­re­los, nos olha­vam co­mo se fôs­se­mos se­res de ou­tro pla­ne­ta. Is­so cau­sa­va es­tra­nha­men­to". Mas o que mais im­pac­tou Tar­zan es­ta­va no uni­ver­so men­tal de sua ide­o­lo­gia.

"Ao con­ver­sar com al­guém, em qual­quer lu­gar, se per­ce­bia o al­to grau de con­sci­en­ti­za­ção po­lí­ti­ca. Eles fa­la­vam que pa­ra fa­zer a re­sis­tên­cia ar­ma­da, era pre­ci­so que o po­vo es­ti­ves­se con­sci­en­ti­za­do por um par­ti­do for­te. Por aí se via que o Par­ti­do Co­mu­nis­ta Chi­nês re­al­men­te es­ta­va pre­sen­te na vi­da das pes­so­as. Não ti­nha is­so no Bra­sil. O PCdoB es­ta­va des­vin­cu­la­do do mo­vi­men­to de mas­sa."

Tar­zan, Elio e Ger­son fi­ca­ram pou­co mais de um ano na Chi­na. Le­van­ta­vam ce­do, to­ma­vam ca­fé e mer­gu­lha­vam nu­ma ro­ti­na du­ra de es­tu­dos o dia in­tei­ro e, às ve­zes, até a noi­te. Com a in­ter­me­di­a­ção de in­tér­pre­te, a tô­ni­ca era o es­tu­do so­bre a his­tó­ria do pa­ís, a lu­ta con­tra a do­mi­na­ção im­pe­ri­a­lis­ta pro­mo­vi­da pe­las na­ções ca­pi­ta­lis­tas eu­ro­péi­as. O Bra­sil tam­bém es­ta­va no fo­co. "Na Chi­na eu co­nhe­ci re­al­men­te o Bra­sil. Eles ti­nham in­for­ma­ções so­bre nos­so pa­ís que a gen­te nem po­dia ima­gi­nar", lem­bra Elio.

Tam­bém ha­via as ati­vi­da­des de ca­pa­ci­ta­ção mi­li­tar, co­mo trei­na­men­tos de ti­ros, téc­ni­cas de guer­ri­lha, em que eram pas­sa­das ins­tru­ções so­bre co­mo apren­der a usar as mes­mas ar­mas do ini­mi­go — "é pre­ci­so to­mar as ar­mas de­les" — fa­zer mi­nas ter­res­tres e ar­mar gra­na­das.

Lem­bran­ça par­ti­cu­lar­men­te gra­ta aos go­i­a­nos fo­ram os en­con­tros com os man­da­tá­rios do pa­ís. "Pe­guei na mão de Mao, num en­con­tro no Pa­lá­cio do Po­vo, em Pe­quim. Pas­sa­mos uma tar­de com ele, com o pri­mei­ro-mi­nis­tro Chu En-Lai, to­da a cú­pu­la. Fa­la­mos so­bre Bra­sil, Amé­ri­ca La­ti­na, cul­tu­ra. Foi um en­con­tro mui­to agra­dá­vel e pro­vei­to­so", re­cor­da-se Tar­zan de Cas­tro.

Encefalite — Me­ta­de do tem­po eles fi­ca­ram em Pe­quim e o res­tan­te, vi­a­jan­do pe­lo in­te­ri­or. Na fa­se fi­nal, Elio quase morreu por causa de uma en­ce­fa­li­te. En­trou em co­ma e fi­cou in­ter­na­do por um mês num hos­pi­tal de Pe­quim. Re­cu­pe­ra­do, foi pa­ra Nan­quim, on­de os ou­tros in­te­gran­tes da de­le­ga­ção bra­si­lei­ra já es­ta­vam.

Ao fim do es­tá­gio chi­nês, vol­ta­ram ao Bra­sil no fi­nal de 1966. A vol­ta não foi tão fá­cil. Ti­nham en­tra­do sem qua­is­quer for­ma­li­da­des bu­ro­crá­ti­cas, mas na vol­ta ti­ve­ram os pas­sa­por­tes ca­rim­ba­dos no Pa­quis­tão, por ação da CIA, que aper­ta­ra a vi­gi­lân­cia so­bre os co­mu­nis­tas. Fi­ca­ram du­as se­ma­nas em Pa­ris — on­de sen­ti­ram os primeiros ven­tos de rei­vin­di­ca­ções que so­pra­ri­am em maio de 68 —, bus­can­do jei­to de en­trar em al­gum pa­ís fron­tei­ri­ço com o Bra­sil.

Com mui­ta di­fi­cul­da­de, vi­a­bi­li­za­ram a vol­ta pe­la Gui­a­na Fran­ce­sa. Em­bar­ca­ram pa­ra o Su­ri­na­me, alu­ga­ram um te­co-te­co e fo­ram pa­ra um lu­ga­re­jo à bei­ra do Rio Oi­a­po­que, Vi­la San­to An­tô­nio, on­de fi­ca­ram uns di­as. Num bo­ni­to dia de sol cla­ro, atra­ves­sa­ram o rio de ca­noa, de­sem­bar­can­do en­fim em ter­ras bra­si­lei­ras.

Fo­ram pa­ra des­ti­nos di­fe­ren­tes na Re­gi­ão Nor­te do pa­ís, co­mo for­ma de di­fi­cul­tar lo­ca­li­za­ção por par­te da re­pres­são. A pri­mei­ra mis­são de Elio foi cons­tru­ir o PCdoB no Ma­to Gros­so. Tar­zan foi re­or­ga­ni­zar o par­ti­do no in­te­ri­or de São Pau­lo, com ba­se em São Jo­sé do Rio Pre­to. Fi­cou um ano e meio nes­se tra­ba­lho e de­pois foi pre­so. Pos­te­rior­men­te, hou­ve a Sex­ta Con­fe­rên­cia do PCdoB, quan­do houve a dis­si­dên­cia que gerou a Ala Ver­me­lha. Mas aí já é ou­tra his­tó­ria.

Ze­zinho do Ara­gu­aia con­ti­nua no ei­to

“Eles es­tão nos re­ce­ben­do co­mo es­ta­dis­tas; te­mos de hon­rar es­se cré­di­to”. Es­se foi o pri­mei­ro pen­sa­men­to de Mi­chei­as Go­mes de Al­mei­da — o Mi­chel da mi­li­tân­cia de es­quer­da e que de­pois to­ma­ria a al­cu­nha de Ze­zinho do Ara­gu­aia —, ao de­sem­bar­car na Chi­na, em 1966, com ou­tro go­i­a­no, Di­vi­no de Sou­sa, e ou­tros bra­si­lei­ros. Eles es­ta­vam na ter­cei­ra de­le­ga­ção en­vi­a­da ao pa­ís pe­lo PCdoB. No ae­ro­por­to es­ta­vam al­tas au­to­ri­da­des do Par­ti­do Co­mu­nis­ta Chi­nês, pa­ra re­cep­cio­ná-los.

Mi­chei­as, ho­je com 70 anos, con­ta que tam­bém fi­cou um ano e meio na Chi­na, cum­prin­do o ro­tei­ro de es­tu­dos e trei­na­men­to mi­li­tar te­ó­ri­co e prá­ti­co. "Mas tam­bém jo­gá­va­mos bo­la", lem­bra. Fi­ca­ram em Pe­quim a mai­or par­te do tem­po e de­pois vi­a­ja­ram pe­lo in­te­ri­or. Mi­chei­as diz que en­si­na­men­tos re­ce­bi­dos fo­ram mui­to im­por­tan­tes e ga­ran­te que até ho­je os co­lo­ca em prá­ti­ca.

"Re­ce­be­mos o mes­mo trei­na­men­to que era da­do aos sol­da­dos chi­nes­es. E tal­vez a li­ção mais va­li­o­sa foi a da so­li­da­ri­e­da­de en­tre eles. Os chi­nes­es se aju­da­vam na re­cons­tru­ção do pa­ís. Mao con­se­guiu jun­tar ci­ên­cia aca­dê­mi­ca com ci­ên­cia na­tu­ral em­pí­ri­ca e o po­vo se uniu. Era uma coi­sa bo­ni­ta", con­ta.

Fin­do o tem­po, Mi­chei­as vol­tou ao Bra­sil. Di­vi­no se­guiu pa­ra a Al­bâ­nia — de­pois foi mor­to na Guer­ri­lha do Ara­gu­aia, se­gun­do cons­ta, de for­ma hor­rí­vel, nas mãos de Se­bas­ti­ão Cu­rió, que co­man­da­va a re­pres­são aos guer­ri­lhei­ros. Mi­chei­as, ou Ze­zinho do Ara­gu­aia, te­ve co­mo pri­mei­ra mis­são na sua vol­ta fa­zer a in­ter­re­la­ção com os cam­po­nes­es na re­gi­ão do Bi­co do Pa­pa­gaio (ho­je To­can­tins), di­fun­din­do na área as téc­ni­cas agrí­co­las mais avan­ça­das que eram pra­ti­ca­das mais no sul do Es­ta­do.

De cer­ta for­ma, é es­se mes­mo tra­ba­lho que Ze­zinho do Ara­gu­aia con­ti­nua fa­zen­do. O re­pór­ter o en­tre­vis­tou por te­le­fo­ne. Ele es­ta­va no Pa­rá, na ca­sa do cam­po­nês Eduar­do Ro­dri­gues dos San­tos. É co­mo se, de­pois de 40 e tan­tos anos, o tem­po não ti­ves­se pas­sa­do. (Ce­zar San­tos)

Fonte: http://www.jornalopcao.com.br/index.asp?secao=Reportagens&idjornal=289&idrep=2621

sexta-feira, 11 de junho de 2010

GABRIEL NASCENTE, NOVO IMORTAL DA AGL


Gabriel Nascente, escritor com mais de 40 livros publicados,de poesia e prosa, é o novo 'imortal' da Academia Goiania de Letras - AGL, com todos os méritos.

Foto: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/img/gabriel_nascente_foto.jpg