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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VERSOS EM FUGAS...


Sirley Vieira Alves*

Andando ao teu lado, eu em mutismo...
Na tua presença virtual, em que te segui;
Vendo tua emoção quedar-se em abismo
Um castelo de ilusões, em silêncio, ergui!

Vi tua face em marcas de lágrimas e suor
Ser sulcada pelos crivos em dores e rugas
E desacreditado pelo que havia de melhor
Presenciei teus penosos versos em fugas!

Todas as palavras ditas com ternura por ti
Ficaram cravadas no meu ser e não perdi
Nenhum sentido de teu ser, que tenho visto,

Eu calei na garganta o que guardei na alma
Para ofertar-te com mais aroma na palma,
Essas flores de carinho enviadas por Cristo!

*Sirley Vieira Alves
Publicado no Recanto das Letras em 30/09/2010
Código do texto: T2528910

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

BRASILEIROS LAUREADOS EM PARIS

Alice Spíndola*

PARIS - JUNHO DE 2010

Jacqueline Vermere, intelectual francesa de rara coragem e lucidez, compartilhando suas múltiplas inspirações e sentimentos, interessada naquilo que forja a união entre povos e culturas, com voz firme, abre a magnífica cerimônia, manifestando seu entusiasmo, emoção e elegância ao anunciar cada pessoa agraciada com Diplomas de Medalhas – Bronze, Prata, Vermeil e Ouro – do ano de 2009.

Festa, acontecendo em dois momentos: a parte oficial, às catorze horas, e a parte artística, às vinte horas, seguida de um Jantar de Gala.

Fundada em 1915, sob a égide de René Flament, a Academie d'Arts, Sciences et Lettres – laureada pela Academia Francesa – presidida por Jacqueline Vermere [Présidente Générale] e por Henri Seguin [Vice-Président] – com o apoio da Société Académique d'Education et d'Encouragement, com sede em Paris e dirigida por Jean Becchio, tendo o assessoramento de Jacqueline Vermere, Jean-Paul de Bernis, Jean-Marie Pambouc, Colette Ferrer, Eric Lochu, entre outros – "através do seu Conselho de Administração e da Comissão Superiora de Recompensas, tem por vocação reconhecer e promover homens e mulheres que participam da cultura, no domínio científico, literário e artístico”, em todas as modalidades, e no mundo inteiro.

A cerimônia acontece, uma vez ao ano, em um estabelecimento de prestígio de Paris. Em 05 de junho de 2010, a distribuição solene das medalhas aconteceu no Salão Opéra, do majestoso Hôtel Inter Continental de Paris [Le Grande Hôtel], na Rue Scribe.
Primeiramente, foram mencionadas as altas personalidades – francesas e internacionais – que receberiam Diplomas de Grande Medalha de Ouro, com Plaqueta de Honra.

Entre os convidados, os mestres Chris e Jean-Paul Mestas prestigiando o evento com seu carinho e valiosa presença. Deles, o aplauso, a cordialidade. A amiga Monique Le Moing, crítica literária e tradutora. Deles, o sentimento de amor ao Brasil, a fiel amizade.

Laureados de 2009, com diferentes medalhas, entre outros, os escritores brasileiros: Edir Meirelles, Alice Spíndola, Guillem Rodrigues da Silva, residente na Suécia, bem como Luiz Gondim de Araújo Lins, Lourdes Sarmento, Andréia Donadom, Vanda Brauer. O multimídia Antonio Miranda. Cantores, compositores e poetas: Messody Benoliel e Martinho da Vila. Além de Marcos Rabello, regente de orquestra. Luciana Burlamaqui, cineasta. As reconhecidas pintoras e escultoras: Dorée Camargo, Simone Campos, Sula Dray, Cécília Centurion, Neuza de Carvalho Miguel.

Desde a fundação da Société, em 1915, eis alguns daqueles a que foram outorgadas Medalhas de Ouro ou de Vermeil, sendo escolhidos pelo Conselho de Administração da entidade: sua Magestade a Rainha da Bélgica; Gustave Charpentier; M. e Mme. Curie; Pasteur; René Coudron; Paul Belmondo; Andre Maurois; Maurice Druon; Claude Henry Leconte; André Castelot; Colette; Jean-Ives Cousteau; Noël Lemaresquier; Maurice Schumann; Patrice Fontanarosa; André Frossard; Jacqueline Romilly; Sua Alteza Real, a Princesa Lalla Meryem, do Marrocos; Paul Claudel; Arthur Conte; Ives Berger, entre inúmeras outras personalidades.

Brasileiros vários tiveram seus méritos valorados nos últimos anos: Milton Nascimento; Milton Gonçalves; Maria Bethânia; Stella Leonardos; Beatriz Rosa Dutra; Diva Pavesi.

Delegados da instituição, em França e no estrangeiro, contribuem para o reconhecimento da obra de pessoas tão eméritas. Membro do Conselho de Administração e, também, Delegada, a dinâmica escritora e multimídia Diva Pavesi representa Portugal e o Brasil, seu país de origem.

Assim, recordando a beleza e a arquitetura do imenso salão, beleza que, no início, nos cala, emocionados. Alegria, resplendendo como o lustre. É preciso que se reconheça o esforço desta insigne equipe de altas personalidades da cultura e da tradição francesas a fim de avaliar a força e o valor da Ciência e da Arte em todos os tempos. O propósito, ao certo, será construir uma nacionalidade e uma cultura, na intenção de manter viva a tradição, até quando não possamos mais existir.
Em retribuição, Jacqueline Vermer recebeu, pela eloquência de importantes homenageados, o respeito e as honras, em fonte constante de afeto, lembrando-a de que será difícil alguém erigir algo semelhante em talento e ética.
Cinco de junho de 2010, Paris, à mesma época do evento do Rolland Garros, um júbilo para nunca esquecer.

(*) Articulista da Associação Goiana de Imprensa. Membro Correspondente da Academia Carioca de Letras. Membro Efetivo da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Membro das UBEs – Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo. Editada em JALONS. Autora de livros e de Jornais Literários.

No Sena, a bordo do Bateaux Mouche: Alice Spíndola, Marcia Barroca, Messody Benoliel e Rachel Meirelles. Foto: Edir.

Jantar de gala. Em pé da esq. p/ a dir: Marcia Barroca, Carlos H. Goes, Cândida Goes, Messody Benoliel, Simone Campos e Georjane Yamauchi. Sentados: Os casais Rachel e Edir Meirelles e os pais de Simone Campos. (Foto gentilmente cedida por Messody Benoliel

Fonte http://www.uberj.org.br/uberj/ube/laureados.pdf

AGRADECIMENTO À POLICIA MILITAR



Sirley Vieira Alves (Foto)

Na oportunidade em que antecipadamente agradeço e que me concede, o Exmo Sr. Comandante Geral da Polícia Militar de Goiás – PMGO, Cel PM CARLOS ANTONIO ELIAS – QOPM – PMGO, mais uma vez através de postagens em seu respeitável Blog; gostaria de expressar o meu profundo e sincero agradecimento aos Policiais Militares do 1º BPM; em especial ao Comandante do Batalhão Anhanguera, Cel PM FREITAS pelo excelente comando demonstrado através do excelente cumprimento do dever pelos seus comandados; em especial ao 1º Tenente HERCÍLIO, pelo atendimento humano e respeitoso; ao Soldado DE LIMA, pela atenção dispensada de forma tão igualmente humana e respeitosa; ao Policial Militar LEONARDO pela atenção e interesse sincero pelo que escrevo; à Soldado VANDA pela carinhosa recepção e aos demais Policiais Militares do 1º BPM, cujos nomes não cito por falha de minha memória e não por esquecimento de suas fisionomias e da carinhosa recepção (Neste ponto, lembro-me do Policial Militar que me ouviu no depoimento prestado ali e humildemente peço que me perdoe por não ter perguntado o nome, mas de antemão antecipo que expressarei de forma especial, o meu agradecimento).

Bem como expressarei de forma especial o meu agradecimento a cada um desses valorosos Policiais Militares em forma de bandeiras que costumo levantar como forma de enaltecer a Polícia Militar de Goiás – PMGO, moldadas em Homenagens, Acrósticos e Poemas e que divulgo de forma ampla, principalmente no BLOG DO CORONEL ANTÔNIO – Comandante da Polícia Militar de Goiás e site do RECANTO DAS LETRAS.

Na oportunidade gostaria de estender a minha sincera compreensão em relação ao comportamento do 1º Tenente PM EULER BARBOSA DA SILVA FILHO, que indiretamente, motivou a necessidade de tal procedimento instalado naquele 1º BPM.

Ao 1º Tenente PM EULER BARBOSA DA SILVA FILHO – QOPM – PMGO dedico este parágrafo, em especial: Não pertence à minha natureza, compartilhar de qualquer forma de richa, desavença ou revide; mesmo porque deixei bem claro naquela oportunidade onde falei em alto e bom som que atrás de uma farda, antes do militar existe um ser humano e como todo ser humano é passível de falhas, não me vejo no direito de julgar quem quer que seja a respeito do fato que é do Vosso conhecimento. Apesar de não entender o “porquê” de suas atitudes deste aquele dia 22 de fevereiro de 2010, gostaria de te dizer que a primeira impressão que tive desde o momento em que o vi, foi de sincera simpatia pela sua pessoa; pois vi na sua forma de agir, um Policial Militar empenhado no exercício de suas funções, empenhado no cumprimento do seu dever, enfim, entusiasmado com a profissão que abraçou!

E é apenas isso que prefiro enaltecer, os seus valores humanos, porque falhas, todos nós cometemos e mesmo “eu”, em determinado momento, falhei quando me deixei levar pela revolta em relação às suas atitudes, muito embora sem maior intenção de lhe causar dano, externei minha revolta através do poema: MEDALHA EM CORAÇÃO VAZIO!

Diante daquele sentimento de revolta expresso na forma do citado Soneto, gostaria de reafirmar as palavras de enaltecimento ditas através do Acróstico: HOMENAGEM AO 1º TEN PM EULER BARBOSA DA SILVA FILHO, elaborado anteriormente e ambos publicados neste respeitável Blog do Comandante Geral da Polícia Militar, Exmo Sr Cel CARLOS ANTÔNIO ELIAS.

Reafirmo o meu apreço por sua pessoa e o meu respeito pela sua posição de Policial Militar e principalmente a minha compreensão em relação às mencionadas atitudes por parte de sua pessoa, que considero humanamente passíveis de erro; pois entendo que nada somos para atirar pedras uns nos outros, ainda mais por motivos tão insignificantes, que assim considero serem estes que foram levados à tona.

A meu ver o valor do ser humano pende muito mais na balança e merece ser muito mais enaltecido do que a exaltação de qualquer erro que se possa cometer.

O mundo já tão massacrado por tragédias de toda sorte precisa muito mais de gestos de amor, compreensão e respeito uns pelos outros.

O que seria do mundo se cada semente de amor ao próximo fosse pisada em todo solo pouco fértil do coração humano e o que seria de nós, humanos, se DEUS, não regasse com divinas lágrimas esses nossos corações?

Goiânia - GO, 25 de setembro de 2010.

SIRLEY VIEIRA ALVES
Economiária Aposentada
INSS/CEF/FUNCEF
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
“POETISA”

e-mail: sirley.v.alves@hotmail.com

SOBRINHA DO
2º TENENTE PM R/R JOÃO ALVES DE SOUSA - QOPM - PMGO
DA GLORIOSA, HONROSA E CENTENÁRIA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS - PMGO
“SOLDADO PADRÃO” - CAT “A” - 2º BPM – BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR E DE
CAÇADORES “GAMA CERQUEIRA” “O DOIS DE OURO”, SEDIADO EM RIO VERDE-GO

email:tenentepmsousa_milioito@hotmail.com

Publicado no Site do RECANTO DAS LETRAS

Sirley Vieira Alves
Publicado no Recanto das Letras em 25/09/2010
Código do texto: T2520474

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

17 VIDAS EM UM CORAÇÃO


Valdemes Ribeiro de Menezes

22 de Setembro de 2010 |

Jornalista Hélio Nascente, fiquei profundamente grato pela crônica que me dedicou no DM de quinta-feira última (16/09/2010), sobre meu oitavo livro 17 vidas em um coração.

Lançado em Goiânia ontem (21/09), quando a presente matéria já fora enviada ao jornal, e na próxima crônica voltarei ao assunto, está lá no 17 vidas: "Enquanto caminha, meio bêbado, de volta para sua casa, Aarão vai revivendo a tarde trágica de sua infância. Como esquecer que naquela época ele cometeu um assassinato? Naquela época... naquela época..." (...) "o dia tinha começado bonito na fazenda, com a cantoria dos pássaros (...). De manhã, inclusive, uma cena rara: ele viu a jovem mulher de um peão, peladinha, tomando banho debaixo da bica d’água, lá na Matinha, a pequena floresta a dois quilômetros da sede da fazenda. De longe, ficou embasbacado pela cena espetacular; seguia, de segundo a segundo, os distraídos movimentos da mulherzinha nua, ensaboando, enxaguando o corpo na água corrente, empinando os peitos, passando as mãos na bunda... Aarãozinho (...) esquentou a cabeça, sentindo uma sensação estranha (...); a mente ficou confusa, sombria, com inveja do peão-marido (...); escondido, pegou balas e a espingarda do pai".

E... Quem quiser saber do desfecho, que leia no livro o capítulo "Incrível história de um menino assassino".

Para produzir minha ficção, fiz também, há muitos anos, pesquisa em Minas, que acabou virando um dos meus personagens (o abafador) em outro caso, quando até um repórter de São Paulo me perguntou se o "abafador" realmente existiu.
Há vários acontecimentos apaixonantes no livro. Acho que o leitor atencioso viverá cenas incomuns, por exemplo, na parte de "Lena Cataflor" e em outras passagens do livro.

Com apoio da Secretaria de Cultura de Goiânia, que premiou 17 vidas em um coração na área de Literatura, a obra, com ilustrações da criativa Polly Duarte (de O Popular), foi editada pela R&F, com revisão de Fátima Salvo.

Obrigado por quem me ler, e que todos vivam bons sonhos.

Valdemes Ribeiro de Menezes é escritor, procurador de Justiça aposentado e diretor regional da União Brasileira de Escritores, seção Goiás, e escreve quinzenalmente neste espaçoFonte http://site.dm.com.br/noticias/opiniao/17-vidas-

A POESIA DE GABRIEL NASCENTE EM PORTUGAL


Hélio Nascente*

De autoria de lusitano Joaquim de Montezuma de Carvalho (Coimbra, 1928; Lisboa, 2008), a obra "A Poesia de Gabriel Nascente em Portugal" (ensaios críticos) veio a lume no ano passado, editada simultaneamente em Lisboa, Goiânia e Porto.
Aí, o grande Montezuma expressa sua visão do poeta goiano: "... inquieto e convulsivo (...) agarra as palavras desamparadas no solo, caídas como bruto sílex abandonado no chão, e logo as consegue trabalhar aguçando-as, lapidando-as...". Mais adiante: "Porque a poesia é neste Gabriel Nascente – um nome onde há Deus, o el final do judaico nome Gabriel significa Deus em hebraico – todo um processo de amor ao próximo imerso na vida, ao sol ou às sombras, como ele próprio poeta está".
Já sobre o autor da obra, o próprio Gabriel expressara em versos:

Ó grande Montezuma de Carvalho, o maquinista
das expressões neo-revolucionárias – a guiares
o trem de textos pelas vagas do louco tempo:
uií, uíí, uííí... E a bordo desse périplo, vultos
imortais viajam, em elos de amizade terreal –
Borges, Bandeira, Paz, Drummond, Cortázar, Gabito,
e outros íncolas da eternidade.

Com essa obra, a poesia do sempre jovem e jovial Gabriel Nascente, já conhecida na lusitana Pátria Mãe, brilha ainda mais na península de Camões e "perpetua-se a flama da poesia entre os homens".
Montezuma de Carvalho constata e reproduz as letras de Gabriel:

"Os derradeiros versos do livro forte de Gabriel Nascente [Viagem às criptas de Dante] são estes, de abraço e retorno à luz, a luz do nosso aqui:
Depois,
o caos
venci;
e do tráfego do sono
para a
luz, subi.
No passado encontro
o meu presente."

*Hélio Nascente é jornalista e redator do Jornal da Cultura Goiana, de Goiânia-GO

Fonte: http://www.radiolusofona.net/noticias_view.php?id=13

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EXÉRCITO SECRETO EUROPEU


Existe um EXÉRCITO SECRETO EUROPEU, que também pode ser chamado de FORÇA SECRETA POLICIAL DE INTERVENÇÃO PARA O ESMAGAMENTO DE REVOLTAS NA EUROPA.
Já se encontra dentro da União Europeia, porém apenas muito poucos sabem disso.

A força possui os mais amplos direitos, tem de momento 3.000 homens e responde pelo nome de “EURO GENDFOR (EUROPEAN GENDARMERIE FORCE)”, ou seja, TROPA DE POLÍCIA EUROPEIA. O seu comando encontra-se em Vicenza, na Itália, longe do Centro da UE.

Quem deu vida a este projecto foi a Ministra da Defesa Francesa, Alliot-Marie, com o objectivo de mais facilmente esmagar levantamentos populares, como os que têm surgido frequentemente em cidades francesas.
Esta força, já existente, pode agora ser empregue por toda a União Europeia, anulando os direitos nacionais e as soberanias dos Estados Membros!

O Tratado de Velsen (Holanda), decidiu de forma inequívoca, que vai ser um CONSELHO DE GUERRA, que vai decidir sobre a sua actuação. Este conselho compõe-se dos Ministérios de Defesa e de Segurança dos países membros da UE, inclusivamente do país onde vai ser aplicado.

Aos olhos dos observadores trata-se de uma clara manifestação de um DIREITO DE OCUPAÇÃO DA EUROPA. Porque, desde que tenha sido decidido por unidades da EURO GENDFOR a ocupação de edifícios e regiões, ficam estas debaixo da sua alçada, já não podendo sequer ser visitadas pelos organismos oficiais do país a que territorialmente pertencem. De facto, existe assim um DIREITO DE OCUPAÇÃO EUROPEU. Porém, a situação pode vir a piorar ainda mais.

A EURO GENDFOR não possui apenas os direitos policiais, mas também a competência sobre os serviços secretos, e, pode, em estreita colaboração com forças militares, restabelecer a lei e a ordem nas zonas consideradas convenientes. Em caso de necessidade, deve esta tropa possuir todos os direitos e acessos a todos os meios considerados necessários, para executar o respectivo mandato.

Graças à EURO GENDFOR encontram-se os governos europeus à vontade. Desta forma podem ordenar o abrir fogo contra as próprias populações em caso de demonstrações de massas, colocar regiões inteiras sobre quarentena militar e prender os principais cabecilhas, sem ter de chamar militares, ou polícias, da sua própria nação, visto existir o perigo destes se solidarizarem com os revoltosos.
A EURO GENDFOR, por sua vez, graças às suas excepcionais atribuições de direitos civis e militares, não pode ser responsabilizada por ninguém.
Este cenário, que parece incrível, tornou-se agora possível através da entrada em vigor do TRATADO DE LISBOA, que não é mais do que a Constituição da UE sob novo título.
http://www.grifo.com.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=292&Itemid=1

Fonte: EXÉRCITO SECRETO EUROPEU

Existe um EXÉRCITO SECRETO EUROPEU, que também pode ser chamado de FORÇA SECRETA POLICIAL DE INTERVENÇÃO PARA O ESMAGAMENTO DE REVOLTAS NA EUROPA.

Já se encontra dentro da União Europeia, porém apenas muito poucos sabem disso.

A força possui os mais amplos direitos, tem de momento 3.000 homens e responde pelo nome de “EURO GENDFOR (EUROPEAN GENDARMERIE FORCE)”, ou seja, TROPA DE POLÍCIA EUROPEIA. O seu comando encontra-se em Vicenza, na Itália, longe do Centro da UE.

Quem deu vida a este projecto foi a Ministra da Defesa Francesa, Alliot-Marie, com o objectivo de mais facilmente esmagar levantamentos populares, como os que têm surgido frequentemente em cidades francesas.
Esta força, já existente, pode agora ser empregue por toda a União Europeia, anulando os direitos nacionais e as soberanias dos Estados Membros!

O Tratado de Velsen (Holanda), decidiu de forma inequívoca, que vai ser um CONSELHO DE GUERRA, que vai decidir sobre a sua actuação. Este conselho compõe-se dos Ministérios de Defesa e de Segurança dos países membros da UE, inclusivamente do país onde vai ser aplicado.

Aos olhos dos observadores trata-se de uma clara manifestação de um DIREITO DE OCUPAÇÃO DA EUROPA. Porque, desde que tenha sido decidido por unidades da EURO GENDFOR a ocupação de edifícios e regiões, ficam estas debaixo da sua alçada, já não podendo sequer ser visitadas pelos organismos oficiais do país a que territorialmente pertencem. De facto, existe assim um DIREITO DE OCUPAÇÃO EUROPEU. Porém, a situação pode vir a piorar ainda mais.

A EURO GENDFOR não possui apenas os direitos policiais, mas também a competência sobre os serviços secretos, e, pode, em estreita colaboração com forças militares, restabelecer a lei e a ordem nas zonas consideradas convenientes. Em caso de necessidade, deve esta tropa possuir todos os direitos e acessos a todos os meios considerados necessários, para executar o respectivo mandato.

Graças à EURO GENDFOR encontram-se os governos europeus à vontade. Desta forma podem ordenar o abrir fogo contra as próprias populações em caso de demonstrações de massas, colocar regiões inteiras sobre quarentena militar e prender os principais cabecilhas, sem ter de chamar militares, ou polícias, da sua própria nação, visto existir o perigo destes se solidarizarem com os revoltosos.

A EURO GENDFOR, por sua vez, graças às suas excepcionais atribuições de direitos civis e militares, não pode ser responsabilizada por ninguém.
Este cenário, que parece incrível, tornou-se agora possível através da entrada em vigor do TRATADO DE LISBOA, que não é mais do que a Constituição da UE sob novo título.

http://www.grifo.com.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=292&Itemid=1

Fonte: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/04/ex%C3%A9rcito-secreto-europeu.html

terça-feira, 14 de setembro de 2010

ANDORINHA – DOIS ANOS DE PROMOÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA CULTURA EM LÍNGUA PORTUGUESA NA GUINÉ-BISSAU



Em Canchungo, a 24 de Abril de 2008, Marcolino Elias Vasconcelos, professor – sobretudo de Língua Portuguesa – no Liceu Regional Hô Chi Minh, e António Alberto Alves, sociólogo e voluntário, iniciaram o programa Andorinha na Rádio Comunitária Uler A Baand, que tem como objectivo a promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa e desde então mantém a sua periodicidade semanal, todas as quintas-feiras entre as 20.3h e 21.3h na frequência de 103 MHz. De imediato, para responder a diversas solicitações de apoio educativo, jovens estudantes tomaram a iniciativa de se organizarem em bankada*, para ouvirem o programa Andorinha e “praticarem a oralidade e ultrapassarem o receio de falarem em português”! Ao longo desse ano, constituíram-se bankadas nos bairros da cidade de Canchungo (Betame, Pindai, Catchobar, Tchada, Djaraf, rua de Calquisse, Bairo Nobo) e em algumas tabanka (Cajegute, Canhobe, Tame). Complementarmente, foi constituída a bankada central Andorinha, que concentra as suas actividades no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo e que tem organizado algumas iniciativas: sessões de vídeo, acções de sensibilização em escolas, feira do livro. [*Bankada é um grupo informal mas estruturado, sobretudo de jovens, que se juntam num local na rua, para ouvirem rádio – neste caso, o programa Andorinha e para praticarem a oralidade em Língua Portuguesa.]

Esta iniciativa Andorinha surge como pioneira num país onde a utilização da Língua Portuguesa é muito baixa e a sua riqueza parte da própria motivação de jovens estudantes se organizarem em autoformação.

Complementarmente, neste ano lectivo de 2009-2010, estamos a realizar o projecto Andorinha – Promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa – um intercâmbio de escolas portuguesas e escolas no sector de Canchungo, Região de Cacheu, Guiné-Bissau. Tem como objectivo a montagem de um projecto bilateral de troca de experiências e intercâmbio entre um estabelecimento de ensino de Portugal e de um congénere na Região de Cacheu (Guiné-Bissau), que poderá proporcionar múltiplas vantagens recíprocas – e despoletar diversas acções de cooperação. Com efeito, a troca de correspondência escolar entre directores, professores e alunos, certamente aumentará o domínio da escrita em Língua Portuguesa entre os guineenses e promoverá o conhecimento sobre a Guiné-Bissau entre os portugueses.

Neste sentido, as iniciativas Andorinha passarão a promover o uso oral e escrito da Língua Portuguesa no quotidiano dos jovens e estudantes guineenses.


Em Canchungo e na Região de Cacheu, a designação de “Andorinha” é já sinónimo de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa. Como grupo informal, solicitamos a adesão à CONGAI – Confederação das Organizações não Governamentais e Associações Intervenientes ao Sul do Rio Cacheu, o que foi prontamente aceite.

Do que as iniciativas Andorinha têm realizado desde o início deste ano lectivo 2009-2010, destacamos:

- O envolvimento e formação de jovens das bankada Andorinha para apoiarem e realizarem o programa Andorinha na Rádio Comunitária Uler A Baand – todas as quintas-feiras entre as 20.3h e 21.3h na frequência de 103 MHz;

- As acções de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizadas no Complexo Escolar Santo Agostinho, Escola EBU, Escola 1º de Junho e ADRA – Escola Adventista, em Canchungo, por solicitação dos respectivos directores;

- A organização e realização da actividade “Nô Pensa Cabral!”;

- A entrega da correspondência escolar enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Joaquim de Magalhães de Faro à direcção do Liceu Regional Hô Chi Minh em Canchungo;

- A constituição de uma bankada Andorinha em Bissau – na Paróquia de Brá;

- A sessão de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizada no âmbito do intercâmbio de alunos e professores entre o Liceu Regional Hô Chi Minh e o Liceu Dr. Luís Fona Tchuda de Gabú, sob o lema “Juntos para um ensino de qualidade face aos desafios do futuro”;

- O início da emissão do programa Andorinha na Rádio Babok – todos os domingos, entre as 21h e 22h na frequência de 98 MHz;

- A acção de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizada no Liceu Domingos Mendonça em Cacheu;

- A entrega da correspondência escolar e de diverso material enviado pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Vila Caíz à direcção e professores da Escola Pública de Iniciativa Comunitária “Tomás Nanhungue” em Tame;

- A visita à bankada Andorinha “Umeeni” em Petabe.


De 19 a 25 de Abril de 2010 comemoramos este segundo aniversário do surgimento das iniciativas Andorinha, com a realização de um conjunto de acções:

- 19 Abril (segunda-feira): Entrega de 433 músicas em Língua Portuguesa, de 93 artistas/grupos de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Timor Leste, à Rádio Comunitária Uler A Baand e Rádio Babok;

- 20 Abril 10h (terça-feira): Inauguração da 2.ª Feira do Livro no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo;

- 20 a 24 Abril (8.3-11h e 16-19h): 2.ª Feira do Livro no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo;

- 24 Abril a partir das 16h (sábado): 2.ª Festa Andorinha na COAJOQ – Cooperativa Agro-Pecuária de Jovens Quadros;

- 25 Abril (domingo): Documentário sobre a Revolução dos Cravos em Portugal.


- A inauguração da 1.ª Feira do Livro no Centro de Recursos em Cacheu;

- A entrega da segunda correspondência escolar enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Joaquim de Magalhães de Faro à direcção do Liceu Regional Hô Chi Minh em Canchungo;

- A oferta de 60 t-shirts Andorinha pela empresa Jomav – Importação e comercialização de materiais de construção;

- A cerimónia de tomada de posse da bankada Andorinha Liceu Domingos Mendonça em Cacheu;

- A constituição da bankada Andorinha da Escola 1.º de Junho em Canchungo;

- A entrega da correspondência escolar e de diverso material enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Mondim de Bastos à direcção e professores da Escola Pública de Iniciativa Comunitária de Cabienque e à direcção da AFIR – Associação dos Filhos e Irmãos de Cabienque;

- A constituição da bankada Andorinha “União Faz a Força” em Tchulame.


Semanalmente, todos os sábados, pelas 17 horas, a bankada central Andorinha reúne no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo. Ao longo do mês de Junho realizamos uma reflexão e autoformação sobre o funcionamento de uma associação, que incluiu a concepção e redacção de uma proposta de estatutos. A 19 de Junho fundamos a associação Bankada Andorinha, com a redacção da acta – a que se seguirão os diversos passos legais para a sua efectivação.


De salientar, que esta é uma iniciativa concebida e protagonizada por jovens alunos e professores guineenses, às expensas de trabalho voluntário e esforço e empenho de cada um – sem qualquer apoio de instituições portuguesas responsáveis pela promoção da Língua Portuguesa...

[Para mais informações e imagens, ver www.andorinhaemcanchungo.blogspot.com]


Na esperança que estas iniciativas possam ser valorizadas e ficando ao dispôr para qualquer esclarecimento que acharem conveniente, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

Marcolino Elias Vasconcelos – 00 245 6625332

António Alberto Alves – 00 245 6726963

Eduardo Gomes (Presidente das bankada Andorinha) – 00 245 6824282

Andorinha | Caixa Postal nº 1 | Canchungo | Guiné-Bissau
www.andorinhaemcanchungo.blogspot.com

Veja Download Projecto Andorinha_Escolas_2009-2010_003

http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/08/em-canchungo-a-24-de-abril-de-2008-marcolino-elias-vasconcelos-professor-sobretudo-de-l%C3%ADngua-portuguesa-no-liceu.html

Ilustração: http://www.esec-casquilhos.rcts.pt/images/Lusofonia.jpg

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

CORAÇÃO VAZIO


Waldire Laureano
Quem sou eu?!
Talvez seja um mutante
Do ocaso ou um andarilho
Nos corredores dos umbrais
Do meu do seu tempo.

Enquanto escrevo,
As dores aumentam
Pela razão e um rio de lágrimas
Escorrem sob meus dedos.

Sigo impaciente
Nas corredeiras indevassáveis
De minha angústia,
Assim, carrego nas costas
O fardo do mundo.

Volta-se o tempo
Para não mais voltar,
Enquanto isso,
Estão leiloando o amor
Pela internet.

É uma pena
Que as horas não voltam,
E é assim a vida,
Pois um coração vazio
Sempre derrama saudade.


*Waldire Laureano é advogado e poeta

Ilustração: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=596&q=cora%C3%A7%C3%A3o+vazio&gbv=2&aq=f&aqi=g1&aql=&oq=&gs_rfai=

JUSTIÇA E HUMILDADE


Foto de Kaing Guek Eav
Um dos rostos mais visíveis do regime dos Khmer Vermelhos, que oprimiu o povo do Camboja de 1975 a 1979, acaba de ser condenado a 30 anos de prisão por crimes contra a humanidade. Kaing Guek Eav, também conhecido por “Duque”, era o responsável por um dos “campos de reeducação” do regime liderado por Pol Pot, e onde morreram às suas ordens para cima de 15 mil pessoas.

Ao fim de cerca de 30 anos de regime de terror, o povo do Camboja vê finalmente a justiça a ser feita. A memória dos milhões de cambojanos que pereceram sob a opressão dos Khmer Rogues não foi esquecida.

Os traços desse regime – destruição da sociedade velha, criação do homem novo, evacuação dos improdutivos para campos de trabalhos forçados, reeducação dos reaccionários e execução sumária dos inimigos do povo – confundem-se com a fisionomia do regime instituído no nosso país na mesma altura que os Khmer Vermelhos ascenderam ao poder.

Os partidos dirigentes dos dois Estados apostavam estatutariamente na destruição – ou “escangalhamento” – das sociedades, ditas tradicionais feudais e decadentes. Ambos reclamavam ter sido iluminados por correntes progressistas durante os anos que viveram em Paris e disso fazem alarde em volumosas memórias que impingem a preço de saldo. Em público, a adulação e o enaltecimento das figuras de proa de cada um dos regimes era a nota dominante.

Os que ontem oprimiam, torturavam e matavam o povo do Camboja, confessam hoje, perante os tribunais, os seus hediondos actos. Com humildade, pedem perdão pelas barbaridades que admitiram ter praticado.

Talvez isso, e apenas isso, diferencie os dois regimes que começaram por marcar fases distintas da histórica da Ásia e da África quase que em simultâneo. Deste lado da história, a arrogância, o desplante e a impunidade de uns poucos contrastam com a humildade e o arrependimento manifestados por um Kaing Guek Eav. Outras figuras do regime dos Khmer Rogues preparam-se para subir à barra dos tribunais. Possivelmente, novas lições de humildade e arrependimento serão dadas naquele outro lado da história. Deste lado, continuaremos a assistir – por já estarmos habituados – aos que, orgulhosamente sós, enaltecem um passado manchado de sevícias, de ultraje, de humilhação, de degradação da pessoa humana e de sangue, por terem a convicção de que eles próprios e o poder judicial «estão juntos». A lição que a História da humanidade nos trás, e que este caso no Camboja só reconfirma, é que mais tarde ou mais cedo, tudo o que se tentou escrever por linhas tortas, acaba por ser escrito direito.

Os familiares e herdeiros das vítimas dos abusos do Poder em Moçambique ainda hão-de um dia celebrar a verdade quando as algemas que continuam a manietar a palavra se quebrarem definitivamente. A humildade dos que têm os seus nomes ligados a práticas semelhantes às dos Khmers Vermelhos do Camboja poderia evitar processos de catarse, mas o seu sentido da auto-estima é tão perverso, a política de exclusão tão evidente, que não conseguem ver como acabam todos os que se guiam pela ganância e obsessão totalitária.

Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE – 28.07.2010

http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/07/justi%25C3%25A7a-e-humildade.html

Imagens: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=596&gbv=2&aq=f&aqi=&oq=&gs_rfai=&q=Kaing%20Guek%20Eav&tbs=isch:1

CAPITÃO BOAVENTURA


Delegado Eurípedes III

Nos anos oitenta, José Boaventura era capitão no sétimo Batalhão da Polícia Militar, em Goiânia. Esbanjava energia no adestramento dos policiais a ele subordinados. No final de oitenta e dois, dois aspirantes a oficial da fornada daquele ano foram lotados no seu quartel. Os novos aprendizes de oficiais faziam o estágio aplicando timidamente os conhecimentos obtidos durante o curso de formação. Quando os capitães Boaventura e Leonardo, da turma de 72, saíram aspirantes, pagaram diversos micos para os oficiais que os receberam para estágio. Com a chegada dos novatos viram a oportunidade de descontar o atraso. Leonardo tinha por hábito revistar as bolsas dos aspirantes para ver as coisas trazidas. Quando via uma toalha limpa, camiseta ou outra peça de roupa fazia uso dela para lustrar os sapatos. Era a mais pura sacanagem de caserna tipo fique esperto senão os malandros te embrulham. Boaventura, todo dia depois da aula de educação física, logo depois do banho coletivo, ia para alojamento dos oficias e examinava com olhos de águia caçadora os armários dos aspirantes, buscando desodorante.

Usava o primeiro frasco encontrado, até esgotar o estoque. Houve uma quinzena que vários alunos oficiais do terceiro ano faziam estágio no quartel e num determinado momento, o hoje tenente coronel Marlen encheu um dos frascos com suco de maracujá, colocando-o no armário de outro colega, bem à mostra. O capitão caronista apareceu revistando tudo, como se fosse a águia, à procura da caça. Encontrou o objeto de sua procura e se lambuzou à vontade. Foi se embora lampeiro. Daí a pouco, voltou parecendo uma arara de filhotes, querendo saber do conteúdo do frasco usado por ele.

Encontrou o armário suspeito, seu olhar fuzilava o aprendiz espertinho querendo dar-lhe lição de esperto. Com a certeza de ter encontrado o engraçadinho pegou o tal frasco e escrutinou-lhe o rótulo, a tampa, cheirou para sentir vestígios, espremeu na mão reexaminando com o maior cuidado e tudo estava normal, velhacamente não deu alarme do malogro sofrido. Saiu sem dar recibo de ter sido ludibriado. O astuto aspirante, simplesmente havia substituído o frasco por outro original e jogado fora aquele pirateado. O homem-autoridade estava todo melado, pegajoso e, se não se lavasse logo podia até ter febre. Teve de tomar banho novamente, demoradamente... A pegadinha serviu para alguma coisa: ele parou de surripiar desodorante.

Crônica transcrita da Revista Goiás de Norte a Sul – Goiânia-GO, edição n° 2 – Junho/2010.

Ilustração: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=596&gbv=2&aq=f&aqi=g10&oq=&gs_rfai=&q=desodorante&tbs=isch:1

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ESTRELAS DE ANGOLA


Francisco Gomes de Amorim*

1 de Maio de 1954

Por um daqueles azares mecânicos que nunca acontecem, quebrar-se uma peça dentro da caixa de velocidades do carro (caixa de marchas), este aconteceu, e imobilizou a nossa carrinha numa subida daquela estrada, onde passava, quando muito, um a dois carros por dia.

Tracção completamente bloqueada, como se uma força misteriosa tivesse soldado as rodas ao chassis do carro. A custo desviou-se a inútil viatura para a berma a fim de se procurar melhor identificar a avaria e tentar consertá-la, o que se verificou ser impossível, e também para deixar passar eventual outro, a hipótese do nosso socorro.

O Sol dera por cumprida a sua missão, vermelho de cansaço depois de um dia de muita luz sobre este mundo, sumia sonolento atrás das árvores e do carro e, como em todas as noites tropicais, num instante as trevas nos evolveram. Não se via rigorosamente nada, além das miríades de estrelas, lindas, brilhantes, que enfeitam de alegria e vida os céus daquelas latitudes, mais ainda quando se está em zona de planalto. Só elas nos olhavam lá de cima e, naquele momento, eram o nosso único conforto.

Ali estavam todas elas, cintilando, em alegre conversa, quem sabe se falando de nós, ou até a falarem para nós.

Dentro do carro, a minha mulher, barriga a crescer, o ajudante Sebastião, e eu. A perspectiva de ali passarmos a noite, noites sempre frias em altitudes acima dos mil metros, não era agradável, mas era a única possível.

Petiscou-se um pequeno farnel, composto de meia dúzia de biscoitos de socorro, passeou-se um pouco estrada acima e abaixo, procurando dar nomes a algumas daquelas estrelas, para ver se assim o tempo corria mais veloz e o desejado socorro aparecia, mas a solução acabou sendo ajeitarmo-nos, sem jeito, dentro do carro, e tentar vencer a noite com um olho aberto e outro fechado para não deixar que alguém passasse por nós sem ser visto e abordado.

As horas paradas dentro do relógio, e nem mesmo os vinte e poucos anos de idade nos impediam de mudar constantemente de posição naquela espécie de dormitar sentados no incómodo banco do desconfortável carro. Só o Sebastião, mais rijo, porque habituado a menos conforto, num instante dormia estendido atrás dos bancos da carrinha, enrolado num cambriquite, corpo e mente tranquilos, naquele respirar compassado e certo, dos justos.

O tempo corria. Aliás, o tempo não corria. Nós é que corríamos atrás dele na esperança de ver chegar novamente o dia que, mesmo que não resolvesse o problema mecânico nem fizesse aparecer o desejado socorro, nos traria uma outra sensação de conforto e de menos solidão.

A noite até ao mais forte assusta, preocupa. É durante a noite que os pensamentos mais negativos nos assaltam e quando as horas são mais difíceis de passar.

Entre o dormitar e abrir os olhos, de repente, no ar, ao longe, uma pequena chuva de faúlhas subia ao céu ao encontro daquelas estrelas. Produto do meio sono, no primeiro instante o pensamento foi acreditar que essas faúlhas seriam pequenas estrelas terrenas, avermelhadas, correndo a abraçar as suas irmãs eternas.

Mas logo despertos realizámos que aquelas faúlhas só podiam sair de uma locomotiva dos caminhos-de-ferro, cuja linha acompanhava a nossa estrada, que até àquele momento, não sabíamos a que distância se encontrava.

As pequeninas estrelas de fogo continuavam a subir, sem no entanto se deslocarem no caminho.

- Vejam! Ali tem uma estação do caminho-de-ferro! E o comboio está parado. Estamos garantidos.

Saímos do carro, e lá estava, lá, a uma distância que a noite não permitia calcular com exactidão, o espectáculo. Talvez meia-noite.

- Corre lá Sebastião, que a minha mulher com esta barriga tem que ir a passo!

Num instante Sebastião sumiu na noite e não tardou ouvir-se o ladrar forte de um cão, ao sentir a aproximação de estranhos. Pelo ronco grave, seria grande!

Prudente, Sebastião mais depressa do que desaparecera, regressa da noite, e prefere acompanhar-nos, seguindo prudentemente um pouco atrás de nós! Continuámos a avançar, eu sempre assobiando e chamando o mastim para lhe mostrar que íamos carregados de boas intenções e cansaço!

Logo se ouviu gente falando da estação, apontando para o nosso lado um lampião que nos servia para melhorar a orientação, e em pouco tempo com o peludo guarda farejando e rosnando de nariz encostado aos nossos joelhos, fomos recebidos pelo pessoal da linha e sua pequena família.

O comboio continuava ali parado, resfolegando e exibindo toda a sua arte jogando para o ar aquele lindo fogo de artifício, como que a chamar-nos e a mostrar-nos o caminho, enquanto tranquilo o pessoal o reabastecia de lenha e água, única função daquela estação.

A família do funcionário, mulher e uma filha pequenita, receberam-nos com espanto e carinho, oferecendo-nos um reconfortante e quente café.

Explicámos a nossa situação e ficou assente que no dia seguinte se encontraria pessoal para empurrar o avariado carro até ali, onde seria embarcado num vagão e transportado para a cidade. Com esta esplêndida solução, o carro chegaria ao destino um dia e meio depois. Havia que requisitar o vagão à Central, embarcar o carro, etc., mas a verdade é que o problema estava praticamente resolvido. Faltava o dos passageiros, e estes não podiam seguir dali em qualquer trem porque os de passageiros não paravam naquele ponto. Só de carga.

Acordou-se entretanto que o Sebastião, sem ser visto, seguiria dentro do carro, no que o funcionário foi logo dizendo que, de certeza, ele não estaria preocupado em olhar para esses detalhes no momento em que o carregassem no vagão!

Agora, tratar de descansar o melhor possível o restante da noite. De manhã se pensaria no que fazer. Ou passava uma boleia ou se chamaria, através do telefone interno da linha do caminho-de-ferro, um qualquer socorro da povoação mais próxima.

Regressámos ao nosso hotel de quatro rodas, único disponível nas redondezas, para dormitar mais algumas horas, onde o desconforto foi menos sentido sabendo que boa parte do problema estava já solucionada.

Sebastião, de volta ao seu cambriquite, em escassos segundos retoma o seu profundo sono, que tanta inveja nos fazia!

Céu a clarear, outra vez a caminho da estação onde se podia lavar a cara, tomar um café quente e até adquirir alguns alimentos que a boa mulher nos cedeu da sua dispensa para matar o bicho e abastecer o Sebastião para a prevista jornada como clandestino, deitadão dentro do carro.

A seguir, contratar quatro homens que empurraram o carro, cerca de um quilómetro estrada acima, comigo dentro, não por comodidade, mas porque sem carregar no pedal da embraiagem o carro não se movia. Depois as duas últimas centenas de metros, já fora da estrada, em leve descida numa estreita picada até à linha, onde ficou aguardando a vinda do seu vagão especial, já encomendado, e que chegaria no final do dia!

A esperança da solução para os dois e meio passageiros sobrantes era esperar que o primeiro carro a passar na estrada os pudesse carregar, ou na negativa que avisasse na povoação a seguir para alguém os ir buscar.

Sebastião sempre connosco, preocupado com a Senhora, que apesar da aventura e de uma noite mal recostada, estava passando muito bem.

Uns quantos paus, muita folha e algumas pedras e estava improvisado ao lado da estrada um assento com todo o conforto que o mato podia proporcionar. A boa vontade até ajeitou uma cama onde a futura e jovem mãe se deitou para melhor descansar e aguardar quanto tempo fosse necessário!

Sombra não faltava porque a região era muito arborizada com as imensas plantações de eucaliptos, o combustível das locomotivas, e a temperatura, amena, era até um convite para gozar daquela paz e daquele silêncio que tanto queríamos ver quebrado pelo roncar de um motor.

Ali ficámos algumas horas esperando que nos levassem, quer num sentido quer noutro, porque na primeira localidade tudo o mais se resolveria.

Finalmente ouve-se um motor ao longe, vê-se a poeira levantada da estrada e em poucos instantes chega um carro, que seguia, por sorte, no mesmo sentido do planalto. Carro, grande, confortável, mas já cheio com cinco passageiros!

Boa vontade em África nunca faltou, e num chega p’ra lá, passa a perna por aqui e outras ginásticas, lá conseguimos entrar, tendo eu que levar a minha mulher no colo!

Não sei já quanto tempo demorou este final de viagem, mas acabámos chegando ao destino, um pouco moídos, o que a juventude de então não permitiu que nos perturbasse muito.

Ao outro dia chegou o carro, e dentro, como se tivesse acabado de viajar em primeira classe, bem disposto, encantado com a aventura que lhe renderia bons dividendos no sungui junto aos amigos, o Sebastião.

Reboque para a oficina, dois dias para aprontar, e de novo na estrada.

Prosseguimos o nosso caminho agora sempre atentando de que lado nos ficava a linha do comboio, várias vezes cruzada para um e outro lado!

Cumprida a missão profissional que me levara às diferentes localidades situadas ao longo da linha, o destino era seguir em direcção ao sul, voltando as costas ao salvador caminho-de-ferro e atravessar uma região muito menos povoada e com difíceis possibilidades de socorros mecânicos!

Havia que ir, lá fomos, e como tantas outras vezes, preferindo começar a viagem ao fim do dia, quando se apanha menos calor e a luz dos faróis define melhor os buracos, imensos, daquela espécie de estradas! Além destas vantagens, o viajar de noite ainda permitia que começasse o dia seguinte mais cedo, mais descansado e mais limpo a seguir a um bom chuveiro!

África, na primeira metade dos anos cinquenta. Viajar por aqueles caminhos, mesmo sabendo que se chegava ao destino tendo roubado à estrada uns quantos quilos de poeira que, além de encher o carro, se carregava na roupa e em todos os poros do corpo, era uma aventura, talvez melhor, um espectáculo inesquecível.

A quietude e a grandeza do espaço, o tempo parado naquelas populações que nos viam passar e sempre saudavam com um sorriso, são imagens que o tempo, por muito que passe, não apaga.

Ao fim de largas horas de caminho, correndo pouco que o carro e a estrada, pouco mais do que picada, não permitiam outra coisa, xanas e savanas atravessadas, olhos da fauna selvagem a brilharem logo que os faróis do carro se acendiam, o que dava à jornada todo um pinturesco muito especial, perto da meia noite chegamos ao destino.

Povoação de pouca gente, uma larga praça à espera dum desenvolvimento que o tempo não confirmou, e um silêncio total e absoluto acompanhando o descanso da escassa população.

No último degrau do edifício da Administração, dominando o largo, num vulto escuro, como um gigantesco ovo de extinto dinossauro, adivinhava-se o cipaio envolto em pesado cambriquite, que ali, à noite, o frio era a sério.

O cipaio ficava de noite de guarda ao edifício da Autoridade! Nem o ruído nem os faróis do carro apontados para ele o acordaram! Foi necessário sacudi-lo para que, estremunhado, acordasse e nos indicasse onde havia algo que pudesse ser equiparado ou fizesse as vezes de hotel ou pensão.

Ali, no segundo prédio ao lado. O comerciante tinha uns quartos que alugava a quem se aventurasse àquelas longínquas paragens.

Também não foi fácil acordar esta gente, sem hábito de receber forasteiros a altas horas da noite! Socada várias vezes a porta, ouve-se um ronco lá no interior, depois vê-se o tremular de uma vela ou dum petromax, e logo apareceu toda a família composta de casal e duas filhas, que talvez pelo adiantado da hora e pela nossa pouca idade nos olhavam como alienígenas. Sem muitas delongas que a hora não permitia, mostraram-nos um quarto, fora de casa, com porta para a rua lateral. Dentro, lavatório com um jarro de água, uma espécie de armário, cambando sem um pé e portas de pano velho, e uma velha cama que teimava ainda por manter algumas tábuas a segurar o colchão! Poucas.

Uma passagem de água na cara e cabeça para retirar parte da poeira acumulada no caminho e logo estávamos deitados.

Depois que apagada a chama do candeeiro de petróleo e nos habituámos à escuridão, bem por cima das nossas cabeças, um buraco no teto, e lá estavam aquelas mesmas estrelas, lindas, na sua infindável conversa cintilante a dizer-nos que podíamos fechar os olhos, tranquilos, que elas velariam pelo nosso sono.

Era assim África.

Rio de Janeiro, Abril de 2010

Francisco Gomes de Amorim

Fonte: http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/

Ilustração: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1596&bih=728&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&aqi=g10&oq=&gs_rfai=&q=estrelas&tbs=isch:1

sábado, 4 de setembro de 2010

Dr. Alcides Botelho é o novo vice-presidente do PHS-GO


Visando sempre oxigenar a direção partidária, valorizando companheiros que tem bons serviços prestados em suas municipais, o Presidente Eduardo Machado convidou o companheiro humanista Dr. Alcides Botelho de Andrade para assumir a vice-presidência regional do PHS-GO.

Alcides Botelho de Andrade, brasileiro, advogado, contador, pai de dois filhos. Na política desde 1996, como Presidente do extinto PST de Caldas Novas e depois Presidente do PHS de Caldas Novas, Presidente do Conselho de Ética do PHS Estadual na gestão anterior (Walter Souto). Candidato a Vereador por Caldas Novas em 2000 e Deputado Estadual em 2002.
Além do PHS também Presidente a Associação de Condomínios de Caldas Novas – ASCONP
Com trabalho eficaz de coordenação elegeu pelo PHS o Vereador Iris Gonzaga, com a terceira maior votação de Caldas Novas.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FRÁGIL CORAÇÃO


Alaôr dos Anjos*
Meu coração não é mais meu
É todo seu, meu Amor
Está dentro de mim.
Mas, só p’ra me fazer
Sofrer tanto assim.

II
Se ele fosse meu,
Nada de ruim me faria
Eu não sofreria tamanha dor
Porém, ele não é meu.
É somente seu, meu amor.

III
Se você tivesse coração,
Com suas delicadas mãos,
Poria o meu dentro do seu.
Nenhum mal me queria
Saudade, dor e paixão,
Jamais eu sentiria.

Goiânia, 13 de junho de 2007.

*Alaôr dos Anjos, advogado aposentado e poeta.

Fonte da ilustração: http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=imghp&biw=1020&bih=596&q=fr%C3%A1gil+cora%C3%A7%C3%A3o&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=