Apresentador de um dos programas de música sertaneja mais populares do Brasil, João Veloso está na Rádio Brasil Central há mais de 30 anos.
Sobre sua participação na emissora, disse que se sente completamente realizado pelo seu trabalho, que diverte os ouvintes com a música sertaneja, principalmente a de raiz e presta importante serviço de utilidade pública na transmissão de recados para as regiões remotas do País, "principalmente para as regiões rurais do Norte onde o povo só dispõe do rádio para comunicação à distância. Em se tratando de comunicação a Rádio Brasil Central é uma referência para o nosso Estado. Nos lugares mais longínqüos do nosso País, quando se fala de Goiás o nome da RBC é o maior destaque".
Segundo Veloso, "começamos a trabalhar na Rádio Brasil Central em 1974, no mês de julho, com o programa Na Beira da Mata, eu e meu irmão Velosinho. Em 1975 estreamos o mesmo programa na Televisão Brasil Central, na inauguração do canal. O nome do nosso programa é uma patente, é uma empresa constituída legalmente, com razão social registrada na Junta Comercial e CNPJ e por isso é um nome que nos acompanha sempre. Num período estivemos em outra emissora onde nosso programa tinha o mesmo nome. Cabe-nos dizer a verdade. Por sermos de Goiás, nós nos sentimos realizados trabalhando na Rádio Brasil Central porque falamos para o Brasil na maior emissora do Centro-Oeste brasileiro".
Em seu trabalho João Veloso já teve a oportunidade de promover encontros de familiares que estavam perdidos havia anos, ou mesmo décadas, como ele conta: "Nós fizemos, não faz muito tempo, o anúncio de um pessoal que residia na Bahia, procurando familiares, irmãos que tinham viajado na rota de Mato Grosso e que havia mais de 30 anos não davam nenhuma notícia, enquanto os próprios integrantes do principal núcleo familiar haviam se mudado da Bahia, o que dificultava ainda mais o reencontro. Com o nosso programa conseguimos convencer essas pessoas que se encontravam desaparecidas a fazerem contato com seus familiares. Assim, eles tiveram notícias uns dos outros e puderam se encontrar. São muitos os casos semelhantes que aconteceram e tiveram um final feliz, graças ao nosso trabalho".
O veterano integrante dos quadros do Cerne garante que o alcance da Rádio Brasil Central é mundial, com o que sempre tem recebido correspondências de várias partes do mundo, das Américas e até a Europa, com destaque as originadas em todos os quadrantes do Brasil. Segundo Veloso, quanto mais distante for a recepção, a RBC é sintonizada com mais nitidez, "apesar do enxame de emissoras de pequeno porte esparramadas pelo Brasil, fatiando bastante a nossa audiência, porque, sem a menor dúvida, uma emissora local tem, até por uma questão de honra, a obrigação de conseguir arrebanhar uma parcela expressiva dos ouvintes no seu município. Mesmo assim a Rádio Brasil Central conta com essa gama expressiva de ouvintes em todo o País e também fora dele".
A DUPLA SERTANEJA
No início João Veloso não era só apresentador de programas de rádio. Sua principal atividade era a dupla de cantores sertanejos que prometia muito sucesso pelo Brasil afora, não tivesse ocorrido o falecimento prematuro de seu irmão e parceiro. "A nossa dupla, Veloso e Velosinho, surgiu quando éramos crianças. Começamos a cantar profissionalmente em 1968. Nossa primeira gravação foi realizada em 1972, no disco Moraes César e seus Caboclos, com a música Homenagem aos Boiadeiros. Em 1973 gravamos o disco Setenta Janeiros, com O Velho Boiadeiro. Dois anos depois gravamos O Colchão de Palha e mais tarde um disco pela Continental. Infelizmente, em 1980, quando nos preparávamos para gravar outro disco, dessa vez pela Warner, multinacional que investiu forte no gênero sertanejo, perdemos o Velosinho. O repertório já estava praticamente pronto para mais esse lançamento. Eu não quis mais lidar diretamente com música, como cantor nem como compositor. Continuo no mundo da comunicação, com o programa Na Beira da Mata, que o próprio Velosinho ajudou a ser lançado no começo de 1974 e que está no ar até hoje".
NOVOS TALENTOS
No tocante ao incentivo que o programa dá aos artistas, aos novos talentos, Veloso disse que "vemos perfeitamente que nem sempre o reconhecimento marca presença nos nossos chamados medalhões de hoje, os nossos artistas goianos que brilham em outros estados e pelo Brasil afora e até em outras partes do mundo. Todos esses artistas tiveram a sua passagem obrigatória pelos nossos programas, a exemplo de Zezé de Camargo, que já cantou em nosso programa durante mais de um ano, com seu ex-parceiro Zazá. Depois de 1980, a dupla Leandro e Leonardo, que já começou afinada, com boa aparência e já prometia sucesso desde os primeiros momentos artísticos, também começou em nosso programa. Só que todos eles, alcançaram a participação em programas de rede e depois os mais famosos não se lembram muito de onde começaram. Goiás é muito rico em artistas. Temos aí duplas com os mesmos estilos, semelhantes a Zezé de Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, Christian e Ralph. São duplas da nova geração que trazem interpretações novas. Há muitos talentos, muitas duplas boas que estão surgindo. Acredito que esses medalhões devem se lembrar do ditado: 'cuidado, que atrás vem gente!' Enquanto eles ficam numa disputa tão grande, é importante saber que, sem sombra de dúvida, no momento em que a mídia nacional oferecer oportunidade, em Goiás há mais gente em condições de ocupar os novos espaços".
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