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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Livro: OS ÁRABES NO SERTÃO


Acaba de ser editado neste ano de 2010, pela Editora Kelps de Goiânia-GO, a histórica e importante obra de autoria do octogenário escritor goiano de origem libanesa João Asmar, chamado de mecenas da memória árabe na cidade de Anápolis pelo prefaciador do livro, escritor Ubirajara Galli.

Na obra, o autor descreve com minúcias a vida e a participação dos libaneses que chegaram à cidade de Anápolis desde os primórdios do século XX, procurando não se esquecer de nenhum membro da importante colônia estrangeira que muito engrandeceu a cidade que os acolheu. Casos pitorescos são narrados, sobretudo abrangendo as dificuldades dos adventícios com a nova língua, a qual muitos tinham extrema dificuldade em aprender, principalmente no início, sendo o idioma materno muito diferente, a começar pelo alfabeto, o que dificultava muito o aprendizado do português pelos “turcos”, assim conhecidos pelo fato de que, até 1918, o Líbano, a Síria e a Palestina pertenciam ao Império Turco Otomano e assim constarem essa odiosa – para eles – nacionalidade.

João Asmar recorreu principalmente à sua própria memória, relembrando a convivência que teve com as pessoas desde sua meninice para elaborar o brilhante trabalho. Fez justiça a um povo numeroso, operoso e importante na formação étnica de Anápolis e do Estado de Goiás.

O autor nasceu em Anápolis em 1922, é filho de Abrahão Jorge Asmar e Amina Jorge Asmar, libaneses chegados ao Brasil em 1910. Foi casado com Maria Lúcia Rocha Asmar (falecida em 2003); são filhos do casal: Miriam, Márcia Amina, João Asmar Júnior e José Ricardo. Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Goiás em 1958, foi professor, possuindo o título de Benemérito em Educação, conferido pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Goiás em 1963.

Antes de produzir Os Árabes no Sertão, publicou os livros Meu Tesouro, Bom Tempo, Relicário, Aulas e O Troco... e Outras Notas.

TRANSCRIÇÃO DE UM TRECHO DE “OS ÁRABES NO SERTÃO”

Alfredo Abdalla

Alfredo Abdalla chegou ao Brasil, acompanhado de seus irmãos, Mansur, Isaac e Jorge, sob a proteção da mãe, dona Teodora.

Foi parceiro de meu pai na mascateação. Viajaram juntos, a cavalo, percorrendo a vastidão dos municípios de Bonfim, Anápolis e Corumbá de Anápolis. Foram até Bela Vista e Santa Cruz. Casou-se com dona Chiquinha, de tradicional família bonfinense.

Com ela gerou os filhos: Esmeralda, José, Luzia, Abdala, Alex, o fundador de Alexânia, Cristóvão e Tereza. Gostava de baianas.

Foi comerciante e fazendeiro, no município, com fazenda em Nerópolis, onde constituiu nova família.

Gerou mais filhos, fora do casamento. Sempre os reconheceu e os amparou. Sobre ele aparece, no fim do livro, a crônica “O Desconhecido”.

Homem destemido e correto em seus negócios. Foi o padrinho do meu irmão José, e papai batizou, também, o seu José.

Um comentário:

Ana Carvalho disse...

Gostei muito da postagem. Gostaria muito de ler esse livro na íntegra. Estou pesquisando sobre a chegada dos sírios e libaneses em território anapolino e foi muito bom ler um pouco mais a respeito. Meus parabéns pelo blog, sucesso!